quarta-feira, dezembro 10

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Ter certezas é não saber absolutamente nada, é acreditar. A convicção no saber é uma forma de fé, acredito que sei e estou cheio dessa convicção, dessa fé.

Nunca conhecemos verdadeiramente as pessoas. Das pessoas que connosco se cruzam na vida conhecemos apenas a imagem que fazemos delas. O que essa pessoa é, ou foi, nunca o saberemos, nunca em pleno, nunca na totalidade.

O meu irmão telefona-me e diz-me que o Sr. Manuel morreu e um nó faz-se-me no estômago, involuntário, sem que eu espera-se, sem que eu soube-se que poderia ser assim. Um homem que eu não conheci, que era apenas a imagem que eu fazia dele, morreu antes de ter morrido para mim e por isso me comovo e questiono aquilo que sabia dele, o pouco que sabia dele.

O Sr. Manuel, porque nunca fui capaz de o tratar por Manuel, era meu amigo e morreu antes de ter morrido para mim. Não tenho certezas, mas espero que também ele tenha fé.

O Sr. Manuel ainda não morreu para mim. Era mais duas Sr Manuel.

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