quinta-feira, maio 27

Poesia açoriana 1

Tempo

Lá fora,
onde o tempo é ainda um espaço, quase nulo,
Foge a raiva desta coisa de se ser,
entre dois tempos,
Uma só.

Queria no meu tempo preferido
Ter escolhido as asas
Doutro mundo.
Ter tido a agilidade suficiente
Para ( saber ) morrer de Alegria.
Ter tido a destreza eficaz
para ser Contente.

Mas, hoje a minha vida, é
esta folga que a entrelinha permite.
Quase sempre não me engano,
Mas às vezes perco.
E quando perco nem a conjugação do Imperfeito
Me devolve a paz de quem tenta.

Já não ouso falar mais alto.
Já não dou a volta ao mundo dos meus passos,
Nem me sento nos braços da vida.

Nunca mais lhe perguntei se queria
Partir ou ficar.
Decidi vir. Vim.

não sei se já cheguei
ou se chegarei algum dia.
Já me esqueci

Como se conjuga este verbo...modo e tempo?

De Mariana Rego Costa Matos no Ardemar

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