quarta-feira, junho 30

O voto de confiança par(a)lamentar

A legitimidade de um governo não é subjectiva, é parlamentar, daí o voto de confiança.
A legitimidade de um parlamento não é subjectiva, é democrática, daí as eleições.

Título do Dia

Portugal não quer perder para os laranjas.

Merecíamos melhores políticos, melhores ideais ou melhores eleitores?

Numa democracia votam-se ideais ou indivíduos???

O Estado da Nação

Bom, ora vamos lá ver se eu também consigo dizer qualquer coisa mais. É obvio que a minha primeira reacção a toda esta trapalhada em que se tornou o país foi, como para toda a gente, mesmo para o próprio Santana, creio, de enorme choque e espanto, para não dizer choque e terror. Mas depois disso e do enorme debate em curso importa fazer algumas considerações, que não sejam meramente capilares, que também o podiam ser porque as cabeleireiras também votam. A principal questão que está aqui em causa é que a nossa democracia, apesar de ser semi-presidencial e parlamentarista, criou o hábito de votar em eleições legislativas não numa lista de deputados, não num partido, mas num líder, num futuro primeiro-ministro. Julgo que é claro para todos nós que nos últimos 30 anos sempre escolhemos lideres, mais do que programas partidários. É também claro que são inúmeras as motivações pessoais para votar, mas esta é uma das principais. É essencialmente por isso que o Presidente da Republica deve convocar eleições, porque o actual líder do partido mais votado nas últimas eleições se demitiu por razões legítimas, se bem que meramente pessoais. Perante isto é da mais elementar justiça democrática que seja o povo a decidir e não uma meia dúzia de dirigentes do PSD. O Dr. Sampaio, que tem alma de notário e percebe pouco de politica, terá que, sob pena de ficar na história como o presidente que teve medo de o ser, saber interpretar este sentimento que atravessou o país e agir em conformidade.

Quanto à questão politica existem para mim duas formas de ver a coisa. Santana Lopes é indigitado primeiro-ministro e governa os próximos dois anos em euforia populista e demagógica de braço dado com o "Paulinho das feiras". Pão e circo, despesismo, Rock in Rio todos os fins-de-semana e vai o deficit e a estabilidade para as malvas. Em futuras eleições acredito que se não se instalar também um caciquismo feroz no corpo do país o povo votará massivamente contra a política destes senhores dando uma maioria ao PS. Segundo cenário, Sampaio convoca eleições para Outubro próximo e se os indicadores estiverem correctos, os mesmos indicadores que fizeram o cherne nadar para outras águas, o PS ganha com maioria absoluta. Como se vê para mim esta é uma situação de ganha, ganha, só perde o país se nos próximos dois anos e por puro golpe a politica for a do Santana. Para terminar: Merecíamos Políticos Melhores!

[boca santa]

"Pode ser que um dia consiga perceber como é que há gente que vota no Santana Lopes" por RAP - Ricardo Araújo Pereira à GR de 27/03/04. Se me permitem - obrigado(s) - faço minhas as palavras dele. Mas, na "ordem do dia" votar é um "fait diver"...

terça-feira, junho 29

as Pedras do Pópulo

Para quem não conhece aqui fica o resultado de um Simpósio sobre Escultura em Basalto realizado, em 1986, por Luísa Constantina - fundadora da Academia das Artes dos Açores e escultora micaelense, amiga pessoal de Nizuma e amigos. E estas "pedras" tiveram "sorte"! Pois, algumas desapareceram e outros "calhaus" foram "parar" ao mar. Só após o interesse de um museu japonês, no trabalho do escultor e da oferta de 1 milhão de dólares pela compra das esculturas, é que surgiu o "interesse artístico" pelas "pedras" em questão..."ilhas de bruma" - PQOP!

50.000

Factos são Factos o nosso blog acaba de ultrapassar a barreira das 50.000 visitas...e ainda não atingimos sequer um ano de existência !

Pessoalmente agradeço a todos os que aqui vieram nos visitar deixando na caixa de correio um comentário imperceptível, um elogio desnecessário, um insulto primário, um impulso para um debate ou um simples smile e um olá !

Sinceramente voltem sempre que a hospitalidade é a que se vê !

Como diz a malta nova, então é assim : Obrigados prontos !

...ATÉ LÁ ESTÁ TUDO EM ABERTO !



Durão Barroso anuncia hoje a sua partida para a liderança da Comissão Europeia o que à margem de sectarismos de sacristia não pode deixar de ser um golo a favor de Portugal. Ganham todos os portugueses com este drible que parece ter deixado o País à beira de um ataque de nervos, quando, por este passe, o mesmo deveria celebrar pelo facto de termos metido um dos nossos como capitão da equipa Europeia. Só a mais soez má fé desvaloriza a promoção Nacional numa altura do campeonato em que a Europa alargou o número de membros do Clube e, recentemente, procedeu à revisão dos seus «estatutos» numa ambição futura de aprofundar o pacto fundador.

Quanto à sucessão do Primeiro Ministro abriu-se uma saga telenovelesca em que apenas há que decidir o final. Mas a dinâmica do enredo parece resvalar para a estrutura do «film noir» e a psicose dos argumentistas coloca na sombra a crua realidade de que nestes domínios também existem regras de jogo.

Devo desde já assinalar que não aceno, num reflexo pavloviano, a bandeira das eleições antecipadas aqui içada na :Ilhas. Grande novidade dirão os meus colegas redactores deste tão premiado blog ! Todavia, é matéria que está em aberto e que a ter lugar deveria ocorrer em Outubro,por uma questão de parcimónia orçamental,já que isto de eleições tem pesados custos para as finanças públicas e para a contabilidade política.

Sobre o folhetim que agora se anuncia parece que alguns escribas tiveram um ataque de amnésia esquecendo por completo a dimensão representativa do princípio democrático num sistema misto parlamentar-presidencial. Este modelo não é nenhuma extravagante referência num obscuro manual de Ciência Política. É o modelo Português sedimentado na nossa praxis Constitucional.

É certo que o principio democrático é multiforme,mas a principal legitimação Constitucional do poder político é a forma representativa. Por isso é que vamos todos votar na selecção dos convocados para os nossos órgãos do poder político, a saber : Presidente da República, Assembleia da República, Assembleias Regionais, Assembleias das Autarquias Locais e Câmaras Municipais....e tudo isto tendo presente que a representatividade democrática decorre do sufrágio universal e num pluralismo partidário enformado por um sistema eleitoral cujas regras estão, ab initio, definidas. Daqui se retira em termos Constitucionais que não há eleições para eleger um Governo da República ou de uma Região Autónoma. Todos nós sabemos isso e a «mise en scene» das eleições antecipadas, só porque dá jeito a alguns, é um golpe de Estado como diria a demissionária Manuela Ferreira Leite.

Preto no branco e em letra de forma a Constituição da República Portuguesa determina que o Primeiro Ministro é nomeado pelo Presidente da República, ouvidos os partidos representados na Assembleia da República e tendo em conta os resultados eleitorais. Ora, a ser assim como efectivamente é, se a vontade expressa dos eleitos à Assembleia da República validar um novo Governo de coligação onde está a crise do regular funcionamento das instituições que serviria de mote ao PR para dissolver a AR e, consequentemente, convocar eleições antecipadas ? Que grande golpada seria esta na nossa Constituição apadrinhada com tanto afã pela esquerda residente !

Por falar em esquerda residente esta não se reduz ao foguetório incendiário tipo Bloco de Esquerda, pelo que, até se percebe que alguns sectores do PS sustentem que «não faz sentido nenhum obstaculizar a saída de Durão Barroso para a presidência da Comissão Europeia, pedindo eleições antecipadas». Quem fala assim é o histórico Orlando Gaspar que remata concluindo que «o cerne da democracia está na Assembleia da República e esta maioria tem sustentabilidade no Parlamento».

Outro Senhor do PS, com provas dadas de sentido de Estado, de destemidas convicções e coragem pessoal, sustenta que, a par da possibilidade de eleições antecipadas para refrescar o plantel da maioria que aguenta o Governo, há outra mais sensata que é a do «Presidente da República procurar, no actual quadro parlamentar, uma solução de Governo estável. Esta via é igualmente legítima, embora haja uma certa tendência para a presidencialização da figura do primeiro ministro, a verdade é que os Portugueses elegeram deputados a uma Assembleia da República que está na plenitude das suas competências. Se o Presidente da República optar por esta via, não me parece que ela fique ferida de qualquer tipo de ilegitimidade política ». Quem o diz é Francisco Assis que num lance final com inegável equilíbrio e mestria afirma : «Tendo em consideração que o Dr. Durão Barroso abandona a chefia do Governo para exercer as funções que vai exercer, se porventura o Presidente da República, no final das consultas que vai fazer, considerar que deve encontrar uma solução no actual quadro parlamentar e convidar alguém do partido mais votado a formar Governo, será sempre uma solução totalmente legítima» . Com isto o mister do PS Porto mata o jogo de uma esquerda repentista que não perde uma oportunidade de fazer mais um ajuntamento ou manif sem antes ponderar, reflectir e concluir que afinal não está marchando em sintonia com a Constituição, da qual apenas se lembra para tecer loas ao espírito revolucionário da mesma.

Coisa diversa do que acima se discute é a sucessão de Durão Barroso dentro do PSD. Um Estado de Direito é também um Estado de Partidos e nestes, com excepção dos partidos comunistas, deve vigorar em toda a linha o principio da representatividade democrática. Neste sentido vou na onda daqueles e daquelas que sustentam que não devem prevalecer sucessões e soluções dinásticas e que o líder deve percorrer o seu caminho à custa de um Congresso Extraordinário...se o desejado não garantir a estabilidade e o regular funcionamento das instituições, chumbando assim no exame do Presidente da República, então que venham as Eleições antecipadas...até lá está tudo em aberto.

A ILHA EM FRENTE



Regresso de Santa Maria a bordo da Sata que voando há mais de 157 gaba-se de possuir uma frota de clássicos da Aviação Civil, caso dos raros ATP em serviço nas actuais rotas aéreas, cuja raridade lhes confere o estatuto de «vintages». Desloquei-me à Ilha de Gonçalo Velho em trabalho pelo que pouca mossa fez a diluviana monção que se abateu sobre o Algarve dos Açores durante o fim de semana e parte do dia de hoje. Todavia a intempérie foi de tal ordem que tornou inviável captar o sinal de TV para seguir a bola e, pior ainda, silenciou por completo o prestimoso ritual de assistir ao relato da semana feito pelo Professor Marcelo...

Agora que reorganizo os papéis e as notas do meu portátil, em desalinho com documentação de ordem pessoal e restos dos Jornais que precavidamente viajaram comigo na caruma da Sata, dou conta de um «souvenir» onde leio este encómio em forma de verso :

« Rasga-se de alto a baixo o véu de bruma,
E aparece, ali, na sua frente,
Altiva e sorridente,
A Ilha prometida, a emergir do mar...

Os marinheiros, que acordaram do desanimo,
Resam em coro, altissonante e forte :
SANTA MARIA !!! SANTA MARIA !!!

E assim foi dada ao mundo Terra Açoreana.

( José Luiz de Serpa )

Com saudade fui ao fundo do baú da : Ilhas recuperar esta comezinha prosa de viagem como recordação de melhores e solarengos dias vividos em Santa Maria. Dois pontos abro aspas e aqui vai :

« Largamos ao entardecer e o farol do cais de Vila do Porto não tardou em acenar-nos uma derradeira vez. Ao largo, contrariando o azul fundido no ondulante Atlântico, o crepúsculo solar anunciava o cair da noite. O mar não tardou em erguer-se ocultando a ilha de Santa Maria, que se afastava ao ritmo das ondas batendo no costado do Golfinho Azul. Senti que também se afastavam no horizonte mudo os dias que passara em Santa Maria.

Com este onírico preâmbulo poderia adivinhar-se alguma metafísica de pendor naturalista no que se segue. Para alívio daqueles que tiveram a indulgência de ler o que aqui escrevo, garanto que apenas me motiva retribuir o puro prazer hedonista que Santa Maria me propiciou. Santa Maria possui notáveis efeitos ansiolíticos e, desde que a dose não seja excessiva, não se lhe conhecem efeitos secundários.

Efectivamente na Ilha do Arquipélago onde, eventualmente, os navegadores Portugueses aportaram pela primeira vez no lugar da Praia dos Lobos, dando-lhe o nome da Senhora do dia do seu descobrimento, onde se fixaram os primeiros habitantes e nela edificaram a primeira vila dos Açores, é de presumir que se decifre a simplicidade e a frescura que nos trespassa na utopia de uns Açores imaculados.

Volvidos cinco Séculos do seu descobrimento, é gratificante a infalibilidade de que ainda lá permanecem os vestígios originários do que de melhor têm as nossas Ilhas. Recordando Raul Brandão, ainda « há nas coisas uma hesitação, uma mescla, um abrir, como no princípio do mundo quando a água, a luz e a terra não estavam ainda separadas pela mão de Deus » ( In. As Ilhas Desconhecidas )

Por ser assim é que Santa Maria constitui um destino de evasão para muitos Micaelenses , reclusos a maior parte do ano num excesso de humanidade da qual se sentem impelidos a fugir em época de Férias. Para aqueles que não são do tipo gregário recomenda-se que fujam também da Maré de Agosto e se deliciem com outros prazeres estivais. Aproveitem a esplendorosa naturalidade de deambular pelas magníficas estradas da Ilha de Santa Maria bordejadas de giesta e adornadas de lâminas de luz que se desfazem no Atlântico. Entreguem-se a longas horas de ócio na Praia Formosa ou na Baía de São Lourenço. Adivinhem as aventuras de Cristóvão Colombo perto do lugar dos Anjos e as desventuras infligidas pelos corsários turcos e argelinos. Deslumbrem-se com o anfiteatro da Baía da Maia na panorâmica vertiginosa da falésia do farol de Gonçalo Velho Cabral, ladeado pelas ruínas dos baleeiros Marienses ! Assistam ao entardecer nas cálidas águas de São Lourenço, deixando escorrer pelo corpo pérolas líquidas forjadas na limpidez Atlântica. Retemperem o corpo terminando o dia com um festim de peixe grelhado no Ilhéu , antecedido de uma generosa dose de camarões, regalos estes que se assevera serem tão valiosos como as restantes jóias guardadas em Santa Maria.

No regresso , a bordo do Golfinho Azul, à medida que Santa Maria se afasta envolvendo-se em nostalgia e S.Miguel se aproxima desvendando-se entre a ondulação, recapitulo Raul Brandão, e, « percebo que o que as ilhas têm de mais belo e as completa é a ilha que está em frente ».

segunda-feira, junho 28

As Portas abertas para o poder da Direita

- Ó Paulinho! Vá lá! Não pode ser outro?
- Não!
- Podia ser a ...
- Não! Além disso é muito feia!
- Ó meu Deus! Podia ser o ...
- Não! É pequenérrimo! É o Santana e prontos!
- Ó Paulinho! Ajuda-me aqui!
- Problema seu, Zé! E tome cuidado senão eu vou-me embora! Tá a ver?
- Podia ser o ...
- O quê ê? Esse (a)brupto? Não!
- Podíamos experimentar outra vez o ...
- Esse? Desde que me abandonou nunca mais deixou de falar mal de mim!
- Ó mon Dieux da la France! Só nos resta que volte o ...
- Credo in cruz! N. S. de Fátima me acuda! Está a brincar comigo? Está? Veja lá?!? Sabe muito bem que ele guardou os "Independentes" todos, e eu estou aqui a perder horas de praia?
- Prontos! Prontos! Fica o Santana! Mas vai-se arrepender!
- Então vá! Ciau!
- Bollocks!

domingo, junho 27

(?)

A solução? O parque de estacionamento da Praia do Pópulo. Abandonado. Construído "ilegalmente" próximo de um monumento classificado - o forte abandonado junto ao mar. E próximo, muito próximo, das esculturas de Nizuma e que ali estão à espera de melhores dias...como, de resto, o país!

sábado, junho 26

Primeiro-ministro Checo (também?) pede demissão, será Praga ???

Esqueçam o Santana!

A questão não devia ser centrada em quem o vai substituir mas sim no método de escolha da pessoa para essa substituição.
Deverá ser primeiro uma questão constitucional e só depois, e infelizmente, uma questão política.
Só deverá manifestar receio quem não acredita na constituição que nos rege, quem não acredita no papel estabilizador que representa o Presidente da Republica como guardião da mesma e quem não acredita no espectro político nacional.
Tenho a certeza absoluta que os ditados da constituição serão seguidos, a profundidade da crise política que se seguirá dependerá da capacidade de captação da atenção dos cidadãos portugueses por parte dos partidos da oposição e da oposição interna do PPD/PSD.
Se Portugal chegar à final do Euro, Santana será primeiro-ministro em Portugal e a crise será menor...
Portugal, Portugal, Portugal!

Pintem as bandeiras do futebol ... , desculpem de Portugal, de negro !

Por mim, por ti, por nós, pelos Açores, por Portugal, pela a Europa... ai, sim, falta pelo mundo.
Infelizmente deles, os políticos, conhecemos, principalmente, os defeitos, as incapacidades, as falhas. Muito poucas vezes falamos das suas qualidades. Lembro-me, por exemplo, que fiquei chocado com o currículo do Prof. Sousa Franco, publicitado, ou apenas ouvido por nós, após a sua morte. Mas na realidade é impressionante que a parte que conhecemos, de certas pessoas, chegue ao poder. Alguns são "predestinados"! Basta-lhes sobreviverem. Exemplos? Victor Cruz, Carlos César, Mota Amaral, Santana Lopes, Durão Barroso e tantos outros que esperam a sua vez. Profeta em causa própria, Durão antes do tempo sabia: "Sei que serei primeiro-ministro, não sei é quando". Sim, às vezes, fruto da mesma árvore do ópio do "underdog", no desporto, ou da "cinderela", nas telenovelas, também há o "outsider" na política, que em geral se dissolve ou desaparece, uma vez dentro do círculo dos "predestinados".
Resta avaliarmos se a "democracia", tal como é praticada, nos serve, a nós, ou simplesmente serve como veículo de sobrevivência, e de finalidade, para um sistema de "predestinados".
Claro que isto é uma conversa muito séria, isto de alguém se atrever a dizer que se calhar a "democracia" não serve os nossos melhores interesses mas sim os interesses de um sistema de "predestinados", que por seu turno poderão ser simples fantoches da ditadura do dinheiro. Portanto, o que fazer com esta "democracia" que, segundo Churchil, "excepto todos os outros sistemas experimentados, é o pior dos sistemas de governo". Um sistema que põe um George Bush como fantoche da mais influente e mais rica "democracia" do mundo e, que se prepara para por, um Durão Barroso como fantoche da união de algumas das mais antigas "democracias" do mundo. Um sistema validado por eu, tu, ele, nós, vós, eles.
...
Não sei!!!!! Não consigo imaginar um sistema que não seja "um" mais "um", mais "um", mais "um", e sei que não aceitarei um sistema que seja resultado de menos "um" e menos "um" e... Se calhar é a definição de "um" que precisa de ser reequacionada...

Isto é o fim...

Confesso-me incrédulo, amargurado, com vontade de me ir embora, para outras ilhas. O golpe palaciano que está em curso neste país agora, enquanto escrevo, e o mais do que provável desfecho (oxalá me engane!!) deste golpe dá-me vontade de ir de vez para o Hawaii.

Olhar de Fora

Eu não entendo mais nada. Um primeiro-ministro que abandona o cargo em busca de outros louros e o péssimo prefeito de Lisboa é o escolhido para ficar no lugar dele? Assim? Sem mais nem menos??

sexta-feira, junho 25

Eu não quero viver num país em que não votem no Santana.

abrupto

remeto para este post que revela muito mais do que diz.

Pobre país o nosso.

Apelo

A todos os cidadãos deste país, não permitam que um homem com este cabelo seja Primeiro Ministro. Muito menos sem ser votado.

Sua Excelência O Presidente da República Portuguesa
Dr. Jorge Sampaio

Convoque eleições antecipadas.

Pedro de Mendoza y Arruda Oliveira Rodrigues - BI: 10372966

Convite

Então é assim, não é necessário mas de qualquer modo aqui fica, mais uma vez, o obrigado e os parabéns para o Nuno cujo Foguetabraze faz hoje um ano e que muito amavelmente escolheu premiar o :ILHAS com nada mais nada menos que dois (três com o do João Nuno) prémios. Muito nos honra tal escolha vinda do mais antigo bloguista dos Açores. Ora em face de tal homenagem e por sugestão do próprio João Nuno surgiu a ideia de organizar o primeiro (não é bem o primeiro porque já fizemos um com o Mário), mas o primeiro grande encontro de bloguistas nos Açores. Em forma de jantarada juntávamos a malta toda em torno de um bife ou um chicharrino e trocávamos lamentações, ideias e outros elogios. Gostávamos de juntar o maior número de pessoas possível e aproveitando o tempo de férias se calhar juntávamos também alguns leitores e bloguistas amantes das ilhas mas residentes em "Portugal". Estamos abertos a sugestões de local e data. Espero que adiram.

Foguetabrase , Parabéns e Obrigado !!!

Hoje o Foguetabrase faz um ano de descobrimentos e, mais uma vez, fá-lo primeiro do que todos nós.
A minha relação com o Foguetabrase é um bocado instável. Ás vezes "quase" que o irrito, outras vezes ele "quase" que me ofende, mas na realidade estou sempre lá caído na sopa, mesmo quando ela sabe a sopa ferrada. No fim de contas temos mais em comum do que imaginamos, a começar pela tendência para cometer erros ortográficos.
Eu vejo o nosso "irmão" Foguetabrase como o "Mourinho" da blogagem açoriana, "ás vezes" é arrogante, mas muitas vezes é realmente bom e, no todo, é um mourinho de trabalho. Há no Foguetabrase um vigor de honestidade, se bem que, de vez enquanto, acompanhado de uma memória curta, típica de alguns "políticos". Há no Foguetabrase a força de uma coragem de liberdade de expressão mas, como com os cães de fila, é preciso não lhe mostrar medo. No Foguetabrase todos os dias são novos dias e ele há dias em que conseguiria ganhar quase todos os prémios que nos atribuiu, principalmente o de melhor blog, o blog mais eclético e, sim, o melhor escritor da blogosfera açoriana.

Foguetabraze

Obrigado Nuno

quarta-feira, junho 23

Conan

O passado, a memória que inventamos do que esteve em tempos no passado, as imagens, o preto e branco, os sons, discos riscados. A ideia de um passado que se calhar não foi, se calhar sonhado. Como distinguir o que foi do que queríamos que tivesse sido, o que idealizamos, o que lemos, escutámos, vimos. Hoje, ao cair do dia, esgotado, entro numa loja sem expectativas e depois de dois discos o passado olha-me nos olhos de uma estante e grita com a voz de uma criança dentro de mim: CONAN!! Conan, conani, a ilha perdida, os tubarões os barcos, a rapariga, as ondas e subitamente eu sou o que era vinte anos atrás. Apetecia-ma ficar três dias fechado em casa e ver de seguida todos os episódios de Conan, O Rapaz do Futuro. Haverá alegria melhor do que encontrar uma memória que não se partiu?

P.S. E para a euforia ser completa só falta editarem em dvd as aventuras de Esteban e Zia, onde o mau de bom coração se chamava Mendoza.

[?]

ZEE

A confirmar-se será outra boa notícia.

[turismo de qualidade]

O inferno está para breve. Mais uma correria para a qual não contribuo. Um fenómeno transversal a toda sociedade micaelense, e por sinal insular, cujo jugo ultrapassa-me - e muito. Um destino de "natureza intacta" com 3 dias de ruído e de automobilistas de ocasião - a melhor promoção dos Açores!? As dúvidas são apenas minhas. Se estou a ser fundamentalista!? Provavelmente. Intransigente!? Igualmente. Alguém está preocupado com isso!? Não.

terça-feira, junho 22

Durão para a Europa já!!

Perante a hipótese de Durão Barroso ir parar a Presidente da Comissão Europeia, hipótese essa que francamente me agrada, é mau para a Europa, mas a Europa é hoje tão grande que um pequeno cometa como Durão Barroso de certeza que não lhe faz muita mossa, quase que se desfaz na atmosfera. Mas diante dessa hipótese, a única coisa que eu peço a quem manda nos destinos do universo, que não sei quem é, é que dê força ao Dr. Sampaio para que este convoque eleições antecipadas. É que só de pensar em ter que aguentar a coligação durante o resto da legislatura e, ainda por cima, com um Santana Lopes a primeiro e um Portas a segundo e com mais poderes do que já tem, fico mais desesperado do que com dois dias seguidos de capacete* até à porta. Pelo menos que uma vez na vida o Dr. Sampaio faça mais pelo país do que falar bem inglês.

*Capacete: expressão típica dos açores que significa nevoeiro, a famosa bruma, que para quem não sabe é o verdadeiro traço identificativo da nação açoriana.

[solário]

Já alguém passou no "renovado" Mercado da Graça!? É o fim de uma boa ideia, do Mercado, de um local turístico e de "diferenciação". Passou a catacumbas e a "solário".

uma Vinha do Mundo

Finalmente um boa notícia. Falta a confirmação mas parece que é desta. O futuro passa, sim, por aqui - pelo preservação do Ambiente e do Património. Não podemos olhar para esta "conquista" como um ponto de chegada mas como um ponto de partida e um desafio para todos nós. A concretizar-se - parabéns ao Pico.

[um fenómeno inexplicável]

Terceirenses aderem às Sanjoaninas.

segunda-feira, junho 21

...

e assim termina para mim o dia mais comprido do ano. Até ao amanhã em que tudo torna.

Os perigos de uma cultura Hollywood

Pergunta de um jornalista RTP a David Beckam depois do Inglaterra vs Croacia:
- So, David, what you think Portugal against Ingland, a hell of a game, yes?

Palavras para quê, é um jornalista português...

Inglaterra

Pois é meus amigos, só espero que agora por esse país a fora se lembrem do Ultimato e do Mapa Cor de Rosa e de como o nosso mais antigo aliado sempre nos tem comido na pinha e não é só no vinho do Porto. Já agora digam também que vai ser a vingança pelo Mundial de 66. E se fosse a França seriam as invasões napoleónicas e as Linhas de Torres. Enfim, é o Portugal pequenino que já se esqueceu de ser Portugal no mundo...

P.S. Adeus aos Croatas que jogam bom futebol e aos Suíços que são adeptos simpáticos.

Duas questões que até estão relacionadas

contra Aljubarrota e outros circos.

Na base de uma constituição democrática está a noção de respeito. Respeito da constituição pelos cidadãos que irá reger e respeito dos cidadãos pela constituição. Depois há toda uma série de valores como a tolerância, a igualdade, a liberdade, entre outros, que devem nortear os preceitos dessa relação de respeito. É óbvio que uma constituição não pode ter dentro de si a semente da sua destruição, assim que aceitar desarmadamente liberdades que minem a integridade da própria constituição,do estado e da sociedade que ela rege é um absurdo. Agora, a meu ver, numa sociedade verdadeiramente democrática não se pode limitar ninguém de se expressar abertamente por uma autonomia, por uma independência, por uma visão minoritária ou seja pelo que for. Mas essas opiniões se não estiverem caucionadas pelo voto de uma maioria dos cidadãos não podem nem devem ser tomadas como determinantes. A questão é esta, se as manifestações dos Skinheads não forem violentas, desordeiras, fora da lei, não devem ser proibidas, assim como qualquer outras manifestações, sejam de gays, de anarquistas, de surfistas ou de independentistas. Mas estes grupos minoritários terão que compreender que se querem alterar determinados aspectos da sociedade onde estão inseridos devem faze-lo pelo voto, recolham assinaturas, promovam referendos, participem em eleições. E, principalmente, façam-no de uma forma legal e não violenta. Diz o Alexandre que a diferença entre os Skins e os Okupas é a violência, talvez meu caro, mas as manifestações dos extremistas anti globalização são ou não são violentas. A violência não é um património ideológico, é um último instinto de sobrevivência. Uma democracia evoluída deve promover a sua sustentabilidade através de liberdades e de progresso, através de educação e bem-estar, de igualdade e de solidariedade. Se soubermos educar os cidadãos no respeito pelas diferenças será sempre a melhor maneira de fazer evoluir a democracia no sentido desta aceitar no seu seio as nuances de pensamento que a fazem evoluir.

A questão independentista nos Açores, na península ou na Europa, é hoje, em pleno século XXI, uma falsa questão. As entidades regionais ou nacionais fazem-se por uma afirmativa aceitação de valores culturais e não por uma qualquer fronteira geográfica ou de passaporte e de governo. Os Açores serão sempre mais Açores quanto melhor souberem afirmar a sua diferença no seio de uma união cada vez mais uniformizada, mas o mesmo se passa com Portugal, com Espanha e por ai fora. O tristíssimo espectáculo a que assistimos nesta ultima semana a propósito de um mero jogo de futebol, onde se foram buscar velhíssimos factos históricos que estavam esquecidos nos baús da memória, são demonstrações de uma enorme pobreza de espírito. Querer transformar um golo do Nuno Gomes numa simbólica vitória de um povo sobre outro povo é pior do que pobreza de espírito, é burrice. Se Portugal se afirma pelo futebol muito mal vai o povo português. Deviam ser outros os desígnios que nos unem, outras as batalhas. Mais, teremos sempre mais a ganhar lutando ao lado da Espanha do que contra ela. Assim como os Açores têm tudo a ganhar lutando junto com a Madeira e com o resto de Portugal, do que fora dessa união. Saibamos direccionar o nosso orgulho regional, nacional e civilizacional em sentidos mais positivos. Para finalizar o seguinte, eu adoro os Açores e adoro Portugal, mas nem Ponta Delgada é a cidade mais bonita do mundo, nem nós somos melhores do que os Checos, os Suecos, os Franceses ou os Espanhóis.

[revivalismos]

O revisionismo telenovelistico já chegou à açórica blogoesfera e em forma...de solstício.

@ljubarrota 2004 [em imagens]

domingo, junho 20

(excertos de) Batalha de Aljubarrota

28
Deu sinal a trombeta castelhana,
Horrendo, fero, ingente e temeroso;
Ouviu-o o monte Artabro, e Guadiana
Atrás tornou as ondas de medroso.
Ouviu-o o Douro e a terra transtagana;
Correu ao mar o Tejo duvidoso;
E as mães que o som terribil escuitaram,
Aos peitos os filhinhos apertaram.
.........................................
30
Começa-se a travar a incerta guerra:
De ambas as partes se move a primeira ala;
Uns leva a defensão da própria terra,
Outros a esperança de ganhá-la.
Logo o grande Pereira, em quem se encerra
Todo o valor, primeiro se assinala:
Derriba e encontra, e a terra, enfim, semeia
Dos que a tanto desejam, sendo alheia.
........................................
32
Eis ali seus irmãos contra ele vão
(Caso feio e cruel!); mas não se espanta,
Que menos é querer matar o irmão,
Quem contra o Rei e a Pátria se alevanta.
Destes arrenegados muitos são
No primeiro esquadrão, que se adianta
Contra irmãos e parentes (caso estranho!),
Quais nas guerras civis de Júlio e Magno.
.........................................
34
Rompem-se aqui dos nossos os primeiros,
Tantos dos inimigos a eles vão.
Está ali Nuno, qual pelos outeiros
De Ceita está o fortíssimo leão,
Que cercado se vê dos cavaleiros
Que os campos vão correr de Tutuão:
Perseguem-no com as lanças, e ele, iroso,
Torvado um pouco está, mas não medroso;
.........................................
38
Vedes-me aqui, Rei vosso e companheiro,
Que entre as lanças e setas e os arneses
Dos inimigos corro, e vou primeiro;
Pelejai, verdadeiros Portugueses!»
Isto disse o magnânimo guerreiro
E, sopesando a lança quatro vezes,
Com força tira; e deste único tiro
Muitos lançaram o último suspiro.
........................................
43
O campo vai deixando ao vencedor,
Contente de lhe não deixar a vida.
Seguem-no os que ficaram, e o temor
Lhe dá, não pés, mas asas à fugida.
Encobrem no profundo peito a dor
Da morte, da fazenda despendida,
Da mágoa, da deronra e triste nojo
De ver outrem triunfar de seu despojo.
.........................................


Luís de Camões, Os Lusíadas

Afinal

Quando o nevoeiro se levantou
estávamos em Aljubarrota
e não em Alcácer Quibir.
Portugal venceu
e "o povo saiu à rua,
com a alegria que costumava ter".

rescaldo

o jogo visto por Pedro de Mendoza

Não vale a pena citar Antero que era um santo e Iberista. Não vale também a pena apontar o dedo ao triste espectáculo de ódio à Espanha que atravessou o país de norte a sul ao longo desta semana. Desafortunadamente Portugal fez-se de frente para o mar e de costas viradas a Castela. Agora que o jogo acabou importa saudar a vitória da selecção nacional, que com um inspirado golo de Nuno Gomes (onde anda Pauleta?), alcançou os quartos de final deste "nosso" Europeu. Mas a mim interessa-me, também, despedir da selecção de España que, com um golo de Vryssas, viu o seu europeu acabar antes do tempo. A España de Casillas, de Joaquín, de Puyol, de Raul, de Morientes, de Torres ficou por aqui. Acredito que a partir de hoje muitos espanhóis vão torcer por Portugal e também sei que o contrário não seria verdade, é pena.

sábado, junho 19

Skins

Parece que por estes dias se dá em Lisboa um encontro de rapazes popularmente conhecidos como Skinheads. Em alguns lados tenho encontrado comentários a este ajuntamento e julgo ter ouvido o Dr. Louça a criticar em termos, como sempre, veementes o estado português por permitir que tal reunião se realizasse. Creio pela minha parte, que desde que não seja violada qualquer lei deste país não deve ser negada a ninguém a liberdade de se expressar e de se agrupar sejam quais forem as opiniões ou os desígnios dessas pessoas. Em democracia devemos defender sempre as liberdades individuais mesmo daqueles que mais abominamos. Pensar ou ser diferente ainda não é, felizmente, um crime. E agora para chatear os meus amigos de esquerda uma questão para ponderar - Numa democracia qual a diferença entre um encontro de Skinheads e um encontro de Okupas?

Prognósticos para amanhã...

Bom, eu que sou benfiquista, num Portugal vs España, sofro pelos dois.

sexta-feira, junho 18

[a Cultura nos jornais]

Hoje o CA está na mira. E não é para menos. Na falta de escribas e do que "copiar" puseram-se a inventar. Não auscultaram ninguém envolvido na organização de eventos colocando, apenas, questões aos transeuntes - os quais responderam isto. Não são as respostas que me irritam, longe disso. Aliás, constituem elementos de trabalho e reflexão. Mas, as conclusões grosseiras e o título eleito levam-me a questionar, ainda mais, a "qualidade" do trabalho jornalístico nas ilhas. Com a agravante dos media - locais - não constituírem, infelizmente, uma particular mais valia na divulgação cultural e cujos eventos sufocam com orçamentos e apoios "diminutos". Exige-se Melhor.

[preocupante]

Depois de ler continuo - incrédulo. A solução é quanto a mim preocupante. O património edificado nos Açores está desprotegido e à mercê das autarquias - sem políticas concretas de urbanização e planeamento - e de uma forte pressão imobiliária. Merecíamos políticos melhores. As palavras do "responsável": este é o caminho a seguir se quisermos ver-nos livres de autênticas nódoas na paisagem que representam muitos perigos para as pessoas, dado que nestas casas se desenvolvem pragas de ratos que infestam, depois, os campos.

[procura-se]

coligado e sem collants...

Afinal Portugal existe! por períodos de 90 minutos...

D. Sebastião, rei de Portugal

Louco, sim, louco, porque quis grandeza
Qual a Sorte a não dá.
Não coube em mim minha certeza;
Por isso onde o areal está
Ficou meu ser que houve, não o que há.

Minha loucura, outros que me a tomem
Com o que nela ia.
Sem a loucura que é o homem
Mais que a besta sadia,
Cadáver adiado que procria?

Fernando Pessoa, Mensagem


Imaginaria Pessoa que quando incitava a sua, e as próximas gerações, a serem o "que houve e não o que há", que a nossa, como a dele, desiludida, despojada de "impérios", subjugada aos "imperialismos" da Europa e dos Estados Unidos (então Inglaterra), sofrendo de hipocrisia, movida pela ganância, viciada em governos caídos em descrédito, vencida e sangrando humilhação, escolheria como campo de batalha não um deserto, mas um relvado, riscado nos quatro lados e que quando o nevoeiro se levantasse, não seria D. Sebastião que nos apareceria, carregando o nosso estandarte, a caminho de renovadas glórias, mas sim os novos cavaleiros de Portugal, heróis da bola, e que, naquele campo de batalha, os portugueses, crentes de mitos e carregadores da fé que Deus nos cede, acreditariam que o futuro de Portugal se salvará ...?

quinta-feira, junho 17

Jazz na Academia

Amanhã, 6ª feira, há Jazz na Academia das Artes. Iniciativa da Casa da Cultura de São Miguel. Paula Oliveira, mais conhecida pelo seu desempenho na Operação Triunfo da RTP, como professora de canto, na sua vertente mais popular, a cantora surpreende-nos pela qualidade da sua voz, mas sobretudo, pela segurança, descrição e impecabilidade da sua firmíssima técnica vocal. Um verdadeiro "espanto". João Paulo Silva, artisticamente João Paulo, é um portento quando sentado ao seu piano e é seguramente um pianista de topo da actualidade nacional. O conjunto, destes excepcionais músicos em actuação, constitui um espectáculo de uma qualidade quase "imaculada". Com um repertório que vai passar pelos inéditos "Então", às canções tradicionais populares "Canção de Embalar", até ao "blues stantard" (in DA). Edita por uma jovem editora portuguesa que publica jazz nacional e internacional numa aposta arriscada mas ganha. Mais aqui.

[nos jornais]

E já ninguém fala em retirar o trânsito nem reduzir a intensidade do mesmo. Mais "turismo de qualidade", pontuado por um desgoverno automóvel, pelo paraíso da tasca e tudo regado com cerveja - especial - a copo e de plástico descartável. É disto que o meu povo gosta...

RUI CHAFES, HOJE, NA ACADEMIA DAS ARTES

Hoje pelas 18 horas há uma inauguração de esculturas de Rui Chafes na Academia das Artes dos Açores.

Rui Chafes formou-se em Escultura pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, em 1989, seguindo depois para Dusseldorf, onde frequentou a Kunstakademie, sob a direcção do artista alemão Gerhard Merz. A escolha da cidade alemã para completar a formação artística não é inocente. De facto, o interesse de Chafes pela cultura alemã tem sido uma constante, e não se limita apenas a uma referência de base da sua obra plástica. Traduziu, por exemplo, os Fragmentos de Novalis (Ed. Assírio & Alvim, 1992) e refere-se-lhe constantemente em escritos e citações que acompanham toda a sua obra.

Um outro dado constante no percurso de Chafes é a importância dos títulos das obras e das exposições / instalações que faz. Palavras como «sonho», «morte», «manhã», «ferida», entre outras, conduzem o espectador para um universo nostálgico e romântico, para um ambiente de referência onde a fúria dos elementos era uma realidade, a angústia de existir uma constante, a loucura provocada pelos sentimentos exacerbados uma ameaça sempre presente. Esse universo, que é o do Romantismo alemão, é mitigado pela consciência de uma cultura clássica, nobre, exemplar. Mas não só. Lado a lado com ele, há uma paixão que é especificamente ibérica, uma tradição do trabalho do ferro, material de eleição de Chafes, que nada tem a ver com os bronzes ou os mármores românticos. Chafes é um escultor contemporâneo, mesmo se o seu mundo de referência seja clássico. Em ArtLink
.

Gostava de vos atrair para se juntarem a nós, mais logo, dizendo-vos que, a maioria, são peças fortes, poderosos mas como que adormecidas. Como a espada de D. Afonso Henriques parecem peças bélicas, super dimensionadas, adormecidas, quase tumulares, mas é-nos fácil imaginar que nas mãos de um herói mitológico seriam perigosas e mortíferas. Ali, dormentes, parecem honrar o Bem, em acção, facilmente serviriam o Mal. Duas das peças parecem dois casulos que, não fosse a sua espectacular transparência Sebastiana, seriam, de certeza, portadores dos guerreiros que descansam, ali, ao lado do material bélico caído no campo de batalha.

Apareçam mais logo depois das 18 horas.

quarta-feira, junho 16

[1ª página]

Alguém devia prestar mais atenção naquilo que publica, principalmente, quando o faz na 1ª página...

Festival Musicatlântico 2004


Direcção Artística de Gabriela Canavilhas com produção MUU.
A programação segue em breve...

...

Uma chamada argolada à MUU e, por sinal, pertinente...especialmente no que toca a alguns dos, denominados, "bloguistas"...

EUROPA 0 - ESQUERDA 1



Factos são Factos : Totais Nacionais 44,5 % para o PS e 33,2 % para o PSD-CDS...tendo por referência um valor abaixo da metade dos eleitores inscritos !

Porém, seguindo a melhor doutrina é pacífico que «qualquer que seja o nível da abstenção, há vencedores e vencidos». Quem o disse, do alto da sua mediática cátedra, foi o Professor Marcelo Rebelo de Sousa e, num léxico mais prosaico, ainda disse que estes resultados foram uma monumental banhada para o Governo de Durão Barroso e, porventura, um voto de protesto contra a retoma que já devia ter vindo e não chega, o estrangulamento da função pública nalguns casos governada a toque de caixa por estrelas da banca requisitadas ao sector privado com vencimentos arabescos, o carrossel deprimente de determinados processos judiciais que minam a confiança no Estado de Direito e que demandam reformas urgentes que todos reclamam, uma intervenção reformadora para sanar os virulentos déficits do passado mas que esbarra no pragmatismo do «carpe diem» Lusitano ... tudo isso e mais ainda concorreu para o recrudescimento da esquerda nestas eleições.

Todavia, na ressaca da noite eleitoral a espumante esquerda Portuguesa estava impante e só a toxicidade inebriante do momento justifica o teor de algumas análises absolutamente estapafúrdias. Destaque para a mensagem, martelada «ad nauseam», de que esta clara vitória do PS e dos seus primos à esquerda significava que quem detinha a maioria na Assembleia da República vira amputada a sua base de legitimação popular. Quem o disse foi Ferro Rodrigues na noite eleitoral e literalmente nestes termos: «Hoje várias coisas ficaram claras: por exemplo que quem tem a maioria da Assembleia da República não tem a confiança da maioria do povo Português» !!! Maioria do povo Português ? Onde está expressa essa maioria nos cerca de 40 % de eleitores que foram às urnas ? É com menos de metade do eleitorado que se cimenta a legitimação popular da «maioria do povo Português» ? Obviamente que não e a esquerda Portuguesa bem o sabe ! Aliás, é esta mesma esquerda Portuguesa, do PS ao POUS, que sempre que pode pretende inquinar os resultados dos últimos referendos Nacionais alegando que estes padecem do vício da escassa participação eleitoral, abaixo do limiar aceitável de votantes, com a consequente falta de legitimação popular dos resultados eleitorais.

Mais à esquerda o BE, na Caixa Económica Operária, não se continha e Miguel Portas ordenava : «Abra-se champanhe se houver champanhe» ! Enfim, a tradição já não é o que era e até a esquerda lupanar e trotskista já se banha em luxos burgueses ! Esquecendo o folclorização a que o BE já nos habituou retive do essencial que o BE, numa «cidadania activa», não fecha as portas a uma possível coligação com o PS ( o que não seria de todo contra-natura ) e com veemência quis passar a mensagem panfletária de que a «moção de censura» emergente dos resultados eleitorais era também um castigo pela presença portuguesa na guerra do Iraque. Pura demagogia em prime-time para deleite dos canais nacionais. Efectivamente, esta análise dos resultados não se percebe porquanto, por um lado, a vitória da esquerda agora a caminho do Parlamento Europeu não importa o regresso das forças militares Portuguesas e, por outro lado, não se compagina com o facto de aqueles que sempre se opuseram à intervenção «imperialista» terem, apesar dessa bandeira, sofrido uma hecatombe eleitoral. Entre eles destacam-se Schroeder e Chirac. Até o prazenteiro Zapatero enfrentou uma recuperação revanchista do Partido Popular ! Daqui só se pode concluir que meter o Iraque no boletim de voto Europeu é uma obscena desonestidade intelectual.

Mas factos são factos e penso que todos aceitamos que a máxima « One man , One vote » repõe a verdade de que por um voto se ganha e por um voto se perde...e desta feita o PSD pode ter a certeza de que perdeu muitos votos, designadamente, no centro-esquerda e no centro direita. Todavia, esta derrota não significa que a direita está desvalida e à beira da ruína.

Além da visão caseira importa aceitar que a maior derrota destas Eleições foi a da Europa ! Factos são Factos e as eleições Europeias, em bom rigor para o Parlamento Europeu, foram varridas por uma onda abstencionista que teve o seu surpreendente pico nos novos membros do Clube Europeu. Paradoxalmente quanto mais poderes tem o Parlamento Europeu menos os cidadãos da Europa votam.

A fechar uma nota para o miserabilismo da cobertura televisiva, com destaque para a TVI que colocou num palanque um diletante Miguel Sousa Tavares entremeado pelos ataques de escárnio de uma Constança Cunha e Sá , super-tia do audiovisual, desta feita acometida de uma jocosidade de hiena para a qual não havia pachorra...dei por mim agarrado a RTP-A com comentadores bem mais interessantes !

Finalmente, mas não menos relevante, permanecerá na memória de muitos a lição de empenho democrático, de respeito pelos outros e de entrega à vida protagonizada por Matilde Sousa Franco que, apesar do luto, mostrou que nem a morte desculpa o abstencionismo.

( post-scriptum : não ando distraído e prometo voltar à carga com o 6 de Junho ... eu não queria , mas factos são factos e alguns importa esclarecer )

[comment yourself]

Já que estamos em pleno Euro resolvi, após uma dica amiga, recuperar o "espírito" futebolístico que antecedeu as eleições europeias. Vale a pena nem que seja pelo teor polifutebofílo. E assim vai o "nosso" Mundo...

O outro Euro por José Andrade in Açoriano Oriental de 01/06/04

Já começou o tempo regulamentar das eleições para o Parlamento Europeu. Estamos todos convocados para marcar o golo da vitória no jogo mais importante do Euro 2004. Um jogo com a duração de uma única cruz, mas com um prolongamento de cinco anos, decisivos para o nosso palmarés no campeonato das nações. Um jogo que não se confunde com cartões amarelos ou vermelhos nas divisões regional ou nacional, mas tão-só se compara com a classificação final do campeonato europeu de 1999 e assim evidencia agora a angústia do guarda-redes no momento do penalty. Um jogo que requer muita atenção a manobras perigosas do actual titular, que tenta iludir com um sprint final as faltas cometidas nos treinos preliminares. Os dois avançados nas eliminatórias regionais são a diferença entre o auto-golo e o livre directo. O primeiro é uma velha glória desfasada do futuro. O segundo é um Pauleta da política açoriana. Jogam ambos com a mesma técnica, igualmente contrastante, do capitão da sua equipa nacional. E têm ambos o mau perder ou o fair play do respectivo treinador regional. As quatro linhas deste jogo a 25 passam também pelas nove ilhas. Cada golo aqui marcado conta para o campeonato nacional e faz diferença no resultado europeu. Por isso estamos todos convocados. Para defender os Açores na Europa com a Força de Portugal.

P.S. - Se a eleição dos deputados ao Parlamento Europeu fosse coincidente com a entrega dos Óscares e não com o Euro 2004, pelo que me dizem, os açorianos escolheriam entre Mister Bean e Richard Gere...

segunda-feira, junho 14

A Origem do Mundo


(a Gustave Courbet)*

Há uma doença qualquer tagarela
nesse buço de quasares negros

ao meu lado; aqui comigo a carne
ferve aos poucos - cortes lentos

Mas por que não regurgita agora
a vulva cáqui linguaruda

sob a luz desenroscada
da manhã?

* por Jorge Lúcio de Campos

6 de Junho e outras considerações

Take Final. Porque dois amigos merecem uma carta de resposta.

O TóZé tocou num ponto crucial, a história é de facto feita de pequeninas vontades individuais, a maior parte das vezes vontades mesquinhas, egoístas, rasteiras e comodistas. A História dos homens não é uma história de grandes ideais, ou de grandes causas, ou sequer de filosofias, muito menos de políticas. Na génese do 25 de Abril está o descontentamento dos militares com a guerra colonial, depois veio o ideário democrático. Na génese da instauração da Republica está a pobreza do país à data, depois veio a representatividade da população. Na génese dos descobrimentos está, literalmente, o facto dos barcos estarem na água, depois veio a conquista de um império. E sim, Portugal nasceu de uma pura zanga entre uma mãe e um filho, os mouros foram um pretexto. A história é sempre feita pelas acções dos homens e essas acções são consequência dos instintos, dos ímpetos e das paixões humanas. É pena, mas é um facto que há muito pouca razão na história. O 6 de Junho (e não vou mais discutir este assunto, de que é suposto saber muito pouco, acusei o toque, Sr. Fernando.) não foi uma luta pela propriedade individual legítima ou não, não foi um levantamento popular em prol dos ideais democráticos, liberais, socialistas ou outros. O 6 de Junho, repito, foi uma manifestação de prepotência da parte de uns quantos senhores assustados com uma crise económica junto com outros quantos senhores reaccionários assustados com o perigo de ver o país transformado numa república socialista. Nunca nos Açores esteve a propriedade individual posta em causa, nunca em actos, nunca em projectos. Faça-se justiça a Borges Coutinho. Quanto ao resto é a permanente ignorância e prepotência da direita que não gosta de ver o povo a mandar, nem que seja por votos. Os Açores, como o resto de Portugal, sempre foi uma sociedade conservadora e reaccionária, onde durante centenas de anos poucos mandaram e exploram muitos, esta realidade ainda não foi plenamente derrotada e ainda hoje assistimos a resquícios desta mentalidade, até em sítios insuspeitos e por parte de quem nunca pensaríamos. Mas o facto é que a repartição de riqueza é ainda uma miragem e a justiça social um anseio. A propriedade defende-se com trabalho, com apego, com verdade. A propriedade não é um bem pessoal, a propriedade é o património natural e construído de uma região, de um país, de um continente, de uma sociedade de uma civilização. A propriedade por que vale a pena lutar é o conjunto dos inúmeros aspectos que fazem dos Açores uma região bela e diferente como tantas outras por esse mundo fora, a única propriedade por que quero lutar é pelo futuro da humanidade, começando pela casa onde vivo, passando pela freguesia, pela cidade, pela região, pelo país, pela Europa, pelo mundo, pelo Universo. Propriedade? Pois, eu agora que estou descontente com a enorme crise por que passa o ananás de São Miguel vou enforcar uns quantos frutos no campo de São Francisco! São os próprios protagonistas a assumir este tipo de atitudes, não romantizemos, por favor, o raio do 6 de Junho só porque às tantas havia não sei quantos micaelenses nas ruas a gritar por não sei quantas reivindicações diferentes. A democracia portuguesa, esta que agora temos, que elegeu Carlos César, Jardim e Durão Barroso, é fruto, felizmente, da sagacidade de uns quantos homens bons e da sensatez da generalidade do povo português, o resto são fábulas e histórias.

P.S. Meu queridíssimo Nuno um abraço muito amigo e sou de facto um amante withmaniano da liberdade.

[teoria da conspiração 2]

Na semana passada o Expresso lançou um Guia (intitulado - Treinador do Europeu) e no qual constam todas as informações possíveis e imaginárias sobre o Euro, as selecções, as transmissões, os estádios, a UEFA...etc e tal. A abrir temos a "opinião" de Fernando Couto (o capitão da selecção portuguesa) pontuada por um curioso título - "queremos ganhar". A sair, não estivéssemos em vésperas de eleições europeias, despede-se com um eloquente "Força, Portugal"!. A utilização abusiva da linguagem futebolística nesta campanha eleitoral foi mera coincidência e/ou pura especulação. Ou será ao contrário!?

[teoria da conspiração]

Alguém reparou na apresentação dos gráficos referentes aos resultados eleitorais regionais no Açoriano Oriental - de hoje!? Façam uma tentativa...

abstenção

Esta história da abstenção é uma piada. Usar a abstenção para minimizar uma derrota eleitoral é uma falácia, um despautério, uma vergonha. Se a mim me incomoda que haja tamanhas taxas de abstenção é claro que sim, mas isso não deslegitima uma eleição, votar vota quem quer e em democracia quem não vota sujeita-se à vontade de quem votou, é tão simples quanto isso. Veja-se o caso dos EUA, a maior democracia do mundo depois da Inglaterra, onde uma elevada taxa de abstenção é a norma em cada acto eleitoral e nem por isso deixam os eleitos de exercer o poder com legitimidade nem os eleitores deixam de se sentir representados nos seus eleitos. Utilizar a abstenção para desculpar a derrota é uma mesquinhez própria de quem não sabe aceitar a vontade democrática, aceitar o voto popular, aceitar perder. A abstenção é de facto um problema grave porque perverte o ideal democrático, que é o da participação popular, mas há que aceitar sempre a vontade do povo e se a vontade da maioria é não participar, pois que seja, por mais que isso desgoste, como me desgosta a mim. Agora o que não é legítimo é que os perdedores não saibam respeitar a vontade dos que em liberdade quiseram nas urnas expressar o seu voto.

2 pontos em relação a estas eleições europeias nos Açores.

Gostava de evidenciar dois pontos em relação a estas eleições europeias nos Açores.

O Bloco de Esquerda tem uma subida vertiginosa, de uma representatividade percentual insignificante para outra representatividade percentual insignificante, tornando-se, assim, a terceira força política na região e, de certeza, a que melhor promete transformar a sua insignificante representatividade percentual numa forte força de oposição, tipo alma de David, corpo de Golias.

O Partido Democrático do Atlântico tem uma descida vertiginosa, de uma representatividade percentual insignificante para outra representatividade percentual insignificante, tornando-se, assim a nona força política na região, atrás de partidos como o PCTP/MRPP, o Partido Popular Monárquico, o Partido Humanista e o Partido da Nova Democracia, e com uma representatividade percentual insignificante nos Açores e Madeira, equivalente à conseguida num quarto dos distritos nacionais, e tornando-se, assim, de certeza, a força política que promete transformar a sua insignificante representatividade percentual numa força ainda mais reduzida, tipo corpo de David e alma de Golias.

Se calhar tem razão... 2

"O Poder e o seu exercicio são o único objectivo dos politicos"

Nuno Barata, 06.12.04 - 1:14 pm.

Se calhar tem razão...

Com que então o Pedro acha que "o que está na génese da manifestação do 6 de Junho não é um movimento democrático mas uma minoria de senhores com interesses económicos uns, ou com anticomunismos primários outros, que ameaçaram o sistema então instituído apenas com a intenção de não perder privilégios, nunca com a intenção de instaurar o que quer que fosse muito menos uma democracia."

Provavelmente o Pedro, também, acha que o que está na génese do 25 de Abril não é mais do que a acção de uma minoria de militares cobardes, fartos e cheios de medo da guerra?

Provavelmente o Pedro acha que o que está na génese da implementação da república é a acção de um tal de Herédia (suposto fornecedor das armas que assassinaram el-rei D. Carlos) que estava ofendido por nenhuma descendente sua casar com um pretendente ao trono de Portugal (o que veio a acontecer).

Provavelmente o Pedro acha que o que está na génese de o Vasco da Gama e o Pedro Alvares Cabral se lançarem nos descobrimentos foi o facto de os barcos estarem na água.

Se calhar o Pedro acha que o que está na génese de Portugal foi o facto de D. Teresa (mãe de D. Afonso Henriques) ser uma gande ****.

Se calhar tem razão...

domingo, junho 13

Para chatear a direita

...ainda mais!!



a esquerda ganhou e à grande. Essa é que é essa.

a desgraça do tempo

Há um problema de imediatismo na blogoesfera. A fúria rápida dos acontecimentos é antibloguística. Depois não se pode ter um blogue e ter problemas de inspiração, ou falta de pachorra, até quando não apetece escrever nada é preciso avisar escrevendo que não se vai escrever nada. Será que já alguém estuda, numa qualquer faculdade de psicologia americana, o writer's block dos bloguistas? Pergunto eu quando não tenho mais nada para pensar, ou escrever. Nos últimos dias muito tenho querido escrever, o 6 de Junho, o livro da marquesa, o livro do Pedro Mexia, a morte de Sousa Franco, a selecção nacional, as bandeiras, mas nada consigo. O trabalho, sim o trabalho, que é de vários tipos e tem várias formas, impede-me de ter tempo para o blogue e os assuntos vão passando, como os posts no fundo da página passam para o arquivo. Quantas pessoas lêem os arquivos dos blogues, quantos de nós nos interessamos mesmo pelo que ficou escrito, pelo que passou. Será que escrever sobre algo que se passou faz já dois ou dez ou quinze dias despertará algum interesse em quem cai aqui e lê, chegará esse alguém a ler? O livro que o Pedro Mexia agora publicou e que reúne posts de blogues extintos é uma forma interessante de arquivo, mas será lido? Nunca guardo no computador o que escrevo para o blogue, o meu único arquivo é o próprio blogger e se um dia esse deixar de existir também o meu eu bloguista desaparecerá, não digo que não seja interessante e meritório o que o Pedro Mexia escreve, não, eu próprio vou comprar o livro e vou lê-lo e arquivá-lo, mas a pergunta que deixo é - que importância tem a escrita do blogue para quem a lê, sei lá, dois dias ou vinte anos depois? Aquando da data quis aqui escrever sobre o aproveitamento oprtunistico da simbologia do 6 de Junho, como da do 10 de Junho, como da do 5 de Outubro, não o fiz na altura valerá apena agora faze-lo, terá o mesmo impacto? O post que o João Nuno aqui deixou quebrou todos os recordes de comentários, mas hoje quantos de nós regressamos ao assunto com ideias para deixar? A interpretação do João Nuno de que o 6 de Junho foi um momento crucial para a instauração da democracia no Portugal pós 25 de Abril é, a meu ver, totalmente abusiva e descabida, tal como muitos dos argumentos que depois foram sendo deixados nos comentários. O que está na génese da manifestação do 6 de Junho não é um movimento democrático mas uma minoria de senhores com interesses económicos uns, ou com anticomunismos primários outros, que ameaçaram o sistema então instituído apenas com a intenção de não perder privilégios, nunca com a intenção de instaurar o que quer que fosse muito menos uma democracia. A questão política era a última das questões no 6 de Junho. Tudo se resumia a tostões e privilégios. Como se veio a demonstrar com o futuro político dos senhores do 6 de Junho. Se querem louvar alguém pela democracia que hoje temos nos Açores louvem o Dr. João Bosco e não a trupe do 6 de Junho. Mas isto hoje já não interessa nada porque já veio o 10 do mesmo mês e já se louvou o Portugal unido e com autonomias. Camões, comunidades, língua e os Açores junto no bolo-rei, somos o brinde ou a fava? O Portugal que é um país como os outros, uma entidade geográfica, um passaporte. Que não se devia distinguir por datas simbólicas mas por atitudes, por gestos, diariamente, em tudo o que faz a vida dos seus cidadãos, em cada momento. Mas continuamos a viver de eventos, de euforias cíclicas como se andássemos permanentemente nos copos e ciclicamente de ressaca, deitados na cama com dor de cabeça e Guronsans, uns atrás dos outros. E por tudo isto e pela selecção nacional toca de agitar bandeiras republicanas que são ou não são o Portugal todo? E isso interessa? Claro que não! Interessa apoiar de forma sensata a selecção nacional como qualquer outro atleta que corra por Portugal, por nós todos portugueses, importa votar e participar civicamente em todas as eleições, porque isso sim é democracia, importa gritar as injustiças, e corrigir os excessos. Importa como tanto me apeteceu nestes dias, gritar a minha mágoa pela política cultural vergonhosa dos nosso políticos que privilegia a brejeirice, o rasco, o pueril, o imbecilismo, a desgraça e o mínimo denominador comum, é isso que importa mas talvez mesmo isso já não tenha interesse nenhum. Agora que Portugal perdeu, que o teatro acabou, que a tasca continua, que mais de 60% dos portugueses não quis dizer nada...

a selecção

Portugal perdeu, Marx também, e eu posso sempre torcer por nuestros hermanos.

[Patriotismo]

As bandeiras portuguesas pontuam o cenário urbano. Todos exibem a sua bandeira com orgulho. Será pelo 10 de Junho - dia de Portugal, de Camões e das comunidades portuguesas!? Não. Foi pelo início do Euro e pela selecção nacional de Futebol. O Resultado? Um bluff. Não o Resultado mas a Selecção. Até aqui nada de novo. Quanto a este "nacionalismo" de ocasião fiquem com esta posição. Hoje vamos a votos e não me digam que é por "patriotismo" (como já o disse o Portas - hoje). Voto em consciência e pela Europa.

sexta-feira, junho 11

Trifásico - 2ª Mostra de Teatro de Ponta Delgada

Aula Magna da Universidade dos Açores
dias 11 e 12 de Junho - 6ª e sábado - 21h30


Paulo Matos não pára.
Numa ânsia por novos desafios, sempre intensos, sempre cómicos, aí temos agora o Paulo Matos Trifásico.
É um espectáculo a solo, como Paulo Matos já fez e já provou saber fazer.
É comédia, falando de nós todos, das nossas vidas e do nosso mundo.
É comunicação directa com o público, sem rede e sem complicações.


na IMPRENSA

"As pessoas riem e muito contrariando as novas teorias (e práticas...) de que é necessário baixar o nível para subir as audiências"

"O que acontece quando se junta um bom actor - Paulo Matos, homem de sete fôlegos e um humor contagiante - com uma série de textos hilariantes? Obtém-se um petisco para a alma."

"Paulo Matos desenvolve um contagiante diálogo com o espectador que acaba inevitavelmente em estrondosa gargalhada" in Diário de Notícias

"Género raramente abordado em Portugal, a 'stand-up comedy' tem sido explorada até à exaustão em Inglaterra. É através dela que se vê a desenvoltura de um comediante, a capacidade de improviso de um actor e o talento para jogar com as palavras e para comunicar com o público. Todas estas qualidades tem Paulo Matos conforme provou quando E Agora, Outra Coisa estreou no ano passado na Culturgest"

"E fica um aviso: E Agora, Outra Coisa não é aconselhável a quem não rir... Porque é mesmo irresistivelmente... hilariante." in Semanário

"O tipo de humor e as reflexões que propõe são um estímulo à inteligência e à capacidade de olharmos o mundo com sentido crítico e com sensata distanciação." in Correio da Manhã

"Neste momento há que ter a coragem da simplicidade e do divertimento. Por isso... E Agora, Outra Coisa

"A Grande metamorfose é a do próprio actor e do género de humor que buscou e de que encheu o espectáculo actual. Sempre no sentido do menos para o mais conceptual. Absolutamente a não perder."

"Quem viu as primeiras experiências de Paulo Matos a solo ficará espantado com a evolução que ele entretanto seguiu. A nova formula em E Agora, Outra Coisa abre novos caminhos humorísticos e cénicos, ganhando em inteligência e actualidade." in Público

"Tem sido um sucesso extraordinário. Vêm famílias inteiras, jovens namorados, crianças e velhos. E vêm de propósito, não estão ali por acaso. É claro que o nome Paulo Matos atrai. Mas a partir do momento em que Paulo começa a falar, já não é o prestígio que funciona, é o actor real, ali, de frente para nós". in Expresso

"O actor e encenador Paulo Matos embarca numa lógica de non sense que provoca gargalhadas e, já sabemos, quem ri por último..." in Visão

"A Vaca não tem emenda" - Não é simplesmente genial? Sucedem-se às dúzias tiradas como esta no espectáculo que Paulo Matos estreou na passada sexta-feira no pequeno auditório da Culturgest. Luísa Costa Gomes comparticipa com os textos deste one man show aos quais Paulo Matos empresta o corpo e a voz, protagonizando uma interpretação deveras competente, numa série de imagens de situações caricatas, prosaicas, imaginativas, que se alinham no nosso cérebro como realidades improváveis destiladas com humor e a sua dose de loucura, com vivacidade e a sua dose de histeria" in Blitz

"Ora aí está um espectáculo que não perde actualidade...E Agora, Outra Coisa garante uma hora e meia de diversão inteligente e a oportunidade de ver em cena um dos poucos actores da nossa praça capazes de aguentar um espectáculo deste género. Pelo menos desde a morte do saudoso Mário Viegas." in Correio da Manhã

Lost in Translation


Apesar da tradução portuguesa se ter "perdido" a traduzir - O Amor é um Lugar Estranho, não deixa de ser uma boa notícia a manutenção desta fita, por mais uma semana, nos Cinemas Solmar. E ainda bem. Pois é, sem dúvida, um dos filmes mais aguardados do ano e, obviamente, não perco a oportunidade para rever - Scarlett Johansson. E, ainda, recordar os - My Bloody Valentine, num regresso que dizem estar "próximo". O site. Uma ida ao Cinema depois do Teatro...

quarta-feira, junho 9

PORTUGAL



Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal !
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram !
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar !

Valeu a pena ? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.

« Mar Salgado » in « A Mensagem » de Fernando Pessoa.

Salvo motivo de força maior regresso depois de 13 de Junho. Até lá vou navegando pelos meus favoritos : fogotabraze, (indis)Pensáveis, não m´acredito e sol na eira ... só para mencionar aqueles que são um must diário no bloganço...

"maldita Pátria que tais filhos tendes!" Camões

Até hoje de manhã vivia, segundo Paulo Portas, o "pai do défice", não apenas " o pai do défice, mas o pai, a mãe, o avô, a avó, o gato e o periquito do défice", um homem cuja "família do défice está para as finanças públicas como a família Adams está para os filmes de terror".
Até hoje de manhã vivia, segundo o presidente da Juventude Popular, João Almeida, "um senhor careca e de óculos esquisitos", e segundo Ana Manso, deputada, presidente da distrital da Guarda do PSD e candidata ao Parlamento Europeu, "um homem sem categoria" e que isso não lhe advinha do facto de "lhe faltar alguma coisa em termos físicos".
Até hoje de manhã, segundo Leonor Beleza, vivia a "pessoa que foi responsável pessoal por" conduzir "o País para enormes dificuldades" e que votar nele seria "um crime contra os interesses do País" e segundo António Pires de Lima, em nome do CDS-PP, um homem com "falta de cultura democrática".
Verdade ou mentira, nem a morte nos pode, tão facilmente, menorizar, nem hipocritizar, a memória.

Portugal, Política e Peixeirada

Desculpem a aparente falta de sensibilidade, mas a expressão "Caiu lutando pelas suas convicções e pela democracia" obriga-me a alguns comentários:
A linguagem escolhida peca, a meu ver, por ser ultra-romântica, shakespeariana e bélica (no sentido nobre de se morrer de pé, em plena batalha).
Na realidade o Sr. morreu (caiu) no meio de uma peixeirada que foi esta campanha e, mais precisamente, na peixeirada dos militantes do seu próprio partido, hoje de manhã, no mercado de Matosinhos.
Não tenho, no entanto, direito de pôr em dúvida as suas ambições pessoais, as ambições que tinha para o seu partido, para o seu país, para a Europa e, nem sequer, para a democracia. Na realidade a "nobre" batalha que ele defrontou esta manhã e na qual "caiu lutando" foi tudo menos isso. Foi muito mais uma morte à Viriato pois é assim, desde os primórdios desta civilização, que se faz política em Portugal.
Só eles, e Deus, sabem os insultos que estavam, ainda, reservados para o Dr. Sousa Franco nos tempos de antena que a coligação CDS/PP/PPD/PSD correu a pedir que fossem cancelados?



Caiu lutando pelas suas convicções e pela democracia.

Sousa Franco

Notícia apanhada na correria matinal. Uma perda trágica para o País e para o PS. Mas, no entretanto e em directo, a "novela" em torno da sua morte já começou. E promete "perdurar" nos próximos dias...pelo menos até sábado. Será que o "país" aprendeu qualquer coisa!?

SERÁ QUE FOMOS (AUTO)EXCLUIDOS DA "DATABASE"

terça-feira, junho 8

Lembram-se

Já agora, não admira que o governo da república venha cá tratar directamente dos assuntos relacionados com a região (que nome de feio), ultrapassando todas as instituições do governo regional, democraticamente escolhido.
É que este governo já recebeu, todo, todinho, um pré-aviso de despedimento pelo patrão. Lembram-se???

Cá dê PêGuê

O que será que acontecem ao PG do CDS/PP, agora coligado com o PPD/PSD? Nunca mais ninguém viu, nem ouviu falar de, semelhante criatura. Será que VC exigiu que, para se fazer a coligação CDS/PP/PPD/PSD na RAA, ele não fosse visto, ouvido nem falado? Será que AP, esfregando as mãos de contente, concordou imediatamente? Ou será que PG não concorda, nem acredita, nesta coligação CDS/PP/PPD/PSD, e ele próprio desceu do palco na esperança que AP se queime desta? Ou será que, tipo irmã Lúcia, vidente de Fátima, o PP, com a ajuda de NSª de Fátima conseguiu que o PG dessa entrada no convento da Esperança para um retiro espiritual, na companhia da irmandade? Pena já não existirem os três doutores para o irem de lá salvar.

Stand-up Tragedy

2ª Mostra de Teatro de Ponta Delgada
Aula Magna da Universidade dos Açores
dia 9 de Junho - 4ªfeira - 21h30


Stand-up Tragedy é o espectáculo definitivo na carreira de um grande humorista português. A solo, perante o público, um actor desafia as leis do humor e descobre-se a si próprio na solidão do palco. Este monólogo para teatro nasce da colaboração de três criadores cujos percursos já se tinham cruzado diversas vezes.

O texto deste espectáculo é assinado por Luís Filipe Borges e Nuno Costa Santos, dois argumentistas e escritores, autores do espectáculos de humor "Manobras de Diversão" e membros das Produções Fictícias, a empresa responsável pelos mais interessantes trabalhos no humor português contemporâneo, como os textos dos programas Herman SIC e Contra Informação, entre tantos outros projectos.

A concepção e interpretação do espectáculo é da responsabilidade de Tiago Rodrigues, cuja colaboração com a companhia belga STAN o levou já aos mais prestigiados palcos da Europa, representando em língua francesa e inglesa em países como Inglaterra, França, Alemanha, Holanda, Noruega, Suécia, Bélgica, Áustria, entre outros.

Em Stand-up Tragedy, o primeiro «blogue» de um espectáculo de teatro português, podem ser encontradas mais informações sobre o espectáculo. O «blogue» serve também como armazém de ideias do espectáculo, contendo excertos do texto, episódios passados na sala de ensaios, pensamentos e desabafos da equipa do projecto, etc.

segunda-feira, junho 7

Reagan






Ele acreditava no "Luke Skywalker" e no "Jedi Masters"
Ele acreditava na destruição do "Dark Vader" e do "Great Evil Empire"
Ele acreditava no "Star Wars"
Ele acreditava em Hollywood
Ele acreditava na AMÉRICA


fotos da magnum através do blog Não M´Acredito

O 6 de Junho no Ardemar

"[...] As furnas são nossas,
As pipas do vinho velho são nossas,
As carroças do peixinho nossas,
O leite das tetas que ordenhamos,
As pontas com poucos faróis e muitas craca,
Os caminhos seculares mal calçados.
Os chafarizes com um tapete de bosta quente cheiram bem.
Vamos salvar as Ilhas: eu tenho lá ossos de Pai e Mãe.
Sujo seria se não acudisse ao chamado. Rufo ou roqueira, fogueira
acesa aos piratas,
Urro de caldeira arrebentada, qualquer apito de dedos na goela
Serve para a porrada. [...]
Eu agarro uma insónia, além de perder a noite a berrar da ciática,
Mas estes filhos de mamã hão-de pagar tudo o que nos fizerem,
Estes filhos da cerva hão-de afinal entrar na linha,
E levar nas canelas,
Metidos nos porões
( As Moças às janelas),
Os grilhões
Que nos queiram enfiar à socapa nos pulsos duros da canga,
Eles que nos tratam como se andássemos de tanga.
( Até que me passe a zanga)."

Corsários à Vista, Vitorino Nemésio, 31.03.1976

domingo, junho 6

« 6 de Junho de 75 » - Prólogo da Autonomia na jornada para a Democracia. -



Partilho a ideia de que o 6 Junho de 1975 está, nos seus efeitos, para os Açores e para a Autonomia, como o 25 de Abril de 1974 está para Portugal e para a Democracia.

Na verdade, foram as consequências, directas e indirectas, do movimento do 6 de Junho que determinaram a consagração Constitucional da Autonomia dos Açores. Se a História tivesse acolhido outro rumo, ignorando os acontecimentos de 6 de Junho 75, o destino dos Açores pós - 25 de Abril nada de novo tinha para oferecer aos Açorianos, porquanto, estes certamente subsistiriam das doseadas migalhas que, graciosamente, seriam distribuídas através das Juntas Gerais.

Em favor desta tese concorre desde logo o itinerário irreversível da História, cuja evocação acentua que a consagração Constitucional da Autonomia ocorreu decorrido menos de um ano sobre o 6 de Junho de 75, quando a Assembleia Constituinte, em 2 de Abril de 1976, aprovou e decretou a Constituição da República Portuguesa.

Esta, apesar de viver uma desvairada paixão marxista-leninista tutelada militarmente pelo Conselho da Revolução , - ( órgão político do Estado que, originária e funcionalmente, era manifestamente autocrático e antidemocrático, mas que, paradoxalmente, nos termos da Constituição era o « garante do regular funcionamento das instituições democráticas »,isto naturalmente, à luz « da fidelidade ao espirito da Revolução Portuguesa de 25 de Abril » ) - , reconhece que « o regime politico-administrativo próprio dos arquipélagos dos Açores e da Madeira fundamenta-se nos condicionalismos geográficos, económicos e sociais e nas históricas aspirações autonomistas das populações insulares ».

Apesar da bonomia fraterna do texto Constitucional, é crível que a Autonomia, além de se fundar nas ditas ancestrais aspirações das populações insulares foi para o centralismo, e seus sequazes continentais e insulares, o contrafeito e forçado golpe de misericórdia nas aspirações de Independência vigentes nas vésperas da Constituinte.

Assim, volvido menos de um ano sobre o 6 de Junho de 75, é de ponderar como razoável a circunstância de em 76 o poder Constituinte ter reconhecido a Autonomia como uma medida política, de natureza integracionista, que inquinaria irremediavelmente qualquer intentona pró-Independência.

Em suma, o 6 de Junho de 75 está na génese fundadora da Autonomia dos Açores. Estes, sem o contributo Popular daquele movimento, actualmente seriam apenas mais um distrito de Portugal. Assim, causa alguma perplexidade que novas e velhas autonomias não prestem a devida homenagem ao Povo de São Miguel que, participando no movimento do 6 de Junho 75, participou na fundação da Autonomia dos Açores e na construção da Democracia Portuguesa.

Importa rememorar que o 6 de Junho de 75 emerge como uma manifestação de protesto da lavoura Micaelense, sendo esta motivada pela grave crise que atravessava o sector agro-pecuário em particular, e, a economia Nacional em geral.

Ora, a conjugação dos desvarios sovietizantes com um comprometido militarismo, protagonizado na região por um General que actuou como «comissário político» do PREC, resultou na proibição, emitida pelo mesmo «caudilho», da manifestação anunciada para o dia 6 de Junho. Esta, apesar da tentativa militar de cerceamento de uma liberdade cívica e democrática, realizou-se, e, teve uma magnitude cujas repercussões determinariam o futuro dos Açores e de Portugal.

Na verdade, o que se seguiu à proibição de uma simples manifestação sectorial promovida pela lavoura Micaelense foi o que História assevera e que tantos tentam diminuir, ou seja , a eclosão de uma manifestação Popular que revolucionou as estruturas sociais Açorianas e a organização do poder político na região.

O que se seguiu, em 9 de Junho de 75, sem que até hoje, o Estado tenha assumido qualquer responsabilidade, foi o prepotente, arbitrário, e ilegal , raid nocturno de detenções efectuadas por militares, a mando do dito «Generalíssimo» mancomunado com o COPCON em Lisboa.

Nessa madrugada, militares fardados, com as armas engatilhadas e prontas a disparar, arrancaram das suas residências, aqueles que supostamente eram os organizadores da manifestação. A estes chegaram a cometer o rasteiro embuste de afirmar que seriam detidos para meras averiguações no quartel general, quando, o destino dos mesmos veio a ser o cárcere de Angra do Heroísmo e, para o efeito, já os aguardava um navio da marinha de guerra Portuguesa.

O que se seguiu, nesse inolvidável Verão de 75, foi a manifestação de protesto contra o 6 de Junho que, congregando um diminuto ajuntamento de situacionistas do período revolucionário em curso, rejubilou-se publicamente com as prisões efectuadas pelo concubinato entre poder político e militar.

Todavia, o Povo não foi indulgente para com os intolerantes que exultavam a prisão de quem apenas exercia uma liberdade de consciência sem arrimo no império da «vontade revolucionária». Daí que o dito ajuntamento não mereceu o beneplácito da adesão Popular.

O que se seguiu foi a execução de um encarceramento colectivo sem assistência Judiciária, ao arrepio dos Tribunais que não validaram as detenções, sem darem origem a qualquer Julgamento e a coberto de uma torpe e cobarde denúncia anónima que, apesar de ter um fácies, provavelmente, encapotou os restantes mentores que, em conciliábulo, obraram a ignominiosa lista.

O que se seguiu foi a inevitável generosidade Açoriana que manteve a solidariedade e a coragem nos dias em que duraram as prisões.

O que se seguiu e parece perpetuar-se, foram os silêncios institucionais e pessoais que calaram a história recente dos Açores e, que assim, ainda está por escrever, mas que é já tempo de a ir construindo.

As repercussões do 6 de Junho não se quedaram pelo impulso decisivo à fundação da Autonomia, porquanto, atingiram dimensão Nacional confluindo para a consolidação da Democracia em Portugal. Recorde-se que, apesar dos ímpetos separatistas, que muitos genuinamente perfilhavam na Manifestação de 6 de Junho, é, certo que outros participaram naquele movimento Popular com o desígnio de lutar contra o delírio comunizante que ameaçava a instauração da Democracia. Na verdade, em 1975, o «Gonçalvismo», aliado ao COPCON liderado por um folclórico Otelo Saraiva de Carvalho, ameaçadoramente estonteado com o «Castrismo», ambicionava para Portugal não uma Democracia Livre, mas sim uma «ditadura do proletariado» suavizada pelo epíteto de «democracia popular».

Assim, a estratégia do PCP e do MFA, tentando inverter o desaire eleitoral de 25 de Abril de 1975, - ( importa evocar o revés do PCP quando, nas eleições para a Constituinte, nas quais 91% dos Portugueses acorreram às urnas, obteve apenas 12% dos votos, tendo o PPD alcançado 26% dos votos, e o PS atingiu a vitória com 38% dos votos ; o revés foi igualmente do MFA na medida em que os resultados da vontade Popular desautorizavam a sua orientação politica ) - , foi a do assalto ao poder, arquitectando um progressivo domínio dos diversos sectores do Estado por « comissários políticos » empenhados no totalitarismo de feição comunista.

A execução da investida ao poder começou com a nomeação dos Governadores Civis, e, prosseguiu com o domínio das Comissões Administrativas das Câmara Municipais, chegando a alcançar a nomeação dos ditos « comissários políticos » para a administração das empresas nacionalizadas e, ainda, influenciando a gerência de algumas empresas privadas, acossadas pelos efeitos das «acções de dinamização cultural» que, nomeadamente, espargiam a «autogestão».

O êxito destas operações deveu-se à militância comunista e da extrema-esquerda, coadjuvada pelas tácticas militares disponibilizadas por elementos do MFA que, em conjugação de esforços, realizavam peregrinações revolucionárias pelo País, promovendo nomeações e incentivando saneamentos.

O «quarto poder» ao cair nas mãos do Estado, por via da nacionalização dos órgãos de comunicação social, sucumbiu ao domínio comunista. Este desfigurou a comunicação social transformando-a em agente de desinformação e de ostensiva propaganda , que, inevitavelmente, censurava os inscritos no índex do PCP/MFA.

Na rua e a coberto das referidas circunstâncias, iniciou-se a ameaça aos «capitalistas» e « fascistas» que, residualmente, eram todos aqueles «reaccionários» que não estavam com a revolução do camarada Vasco Gonçalves.

É neste clima de terror que emerge o 6 de Junho de 75 representando a primeira advertência de que os Açores, com a sua secular tradição Liberal, não seriam cúmplices de um projecto de Estado que pela coacção e contra a vontade expressa nas primeiras eleições livres e universais, imporia um regime comunista e militarista. É assim que , subsequentemente, ao 6 de Junho de 75, o País contempla a sublevação Nacional e Popular que, nos meses seguintes, desafiou o «Gonçalvismo» abrindo o caminho para a Democracia.

A História registou de forma indelével os factos do 6 de Junho de 75 e, na minha perspectiva, aqueles determinaram a fundação da Autonomia e da Democracia. Os factos vão permanecer e resistir, perpetuando amostras de um passado que não deve ser esquecido e do qual urge fazer a sua História ,antes que seja tarde de mais e apenas reste inventariar a sua Arqueologia.

( Nota de Edição : Agradeço a indulgência de quem aqui chegou. Este texto é longo mas é indispensável para manter a Memória e espero que contribua para reacender o debate sobre este tema de incontornável interesse histórico.

Confesso que não é inédito e que no essencial foi já publicado no Correio dos Açores de 6 de Junho de 2000. No essencial mantive o mesmo texto e as mesmas convicções, no acessório procedi a um realinhamento ortográfico.

Neste dia 6 de Junho de 2004 gostaria de evocar o trabalho de Nuno da Costa Santos que quase 25 anos depois do 6 de Junho de 1975 realizou um profundo e notável trabalho jornalístico reconstruindo factos e personalidades. Curiosamente o seu trabalho causou alguma «comichão» política à esquerda e à direita e, ainda, alguns polémicos mistérios e segredos que ficaram por desvendar. Não sei se o Nuno Costa Santos passa aqui por estas : Ilhas mas, se o faz e por acaso aqui encalhou, para ele um grato abraço e da minha parte uma modesta homenagem pelo ímpar trabalho jornalístico que desenvolveu sobre o 6 de Junho. )

sexta-feira, junho 4

e o melhor elogio vai para...

O elogio vai para a ideia mais inovadora a do elogio! eh eh eh eh eh eh
Começaram um projecto inovador e persistiram, com precalces e dificuldades. É um projecto plural que vai desde os macaquins até ás lamentações humanistas que, nos dias de hoje, são sempre muito oportunas, apesar de ás vezes irritarem os mais impulsivos. A revista, as mostras de cinema, o teatro..malta, vocês não precisam de quem vos elogie...O trabalho está ai para se ver. Parabéns!
Ezequiel emds | 05.25.04 - 3:53 pm |

Presunçosos! Acreditem, é um elogio.
André B. | 05.25.04 - 5:28 pm |

O que é um Blog??
MUU!!
E macaquins??
MUU!!
E design?
MUU!!
E curta-metragem?
MUU!!
E produções culturais?
MUU.!!
Não sabes dizer mais nada?
MUU!!
in Foguetabraze 2004.03.24
Nuno Barata | 05.25.04 - 5:35 pm |

MUU-Produções?
MUU-inta bom!
MUU-inta importante!
MUU-inta inovador!
MUU-inta corajoso!
MUU-inta classe!
MUU-inta MUU-inta mais!
TóZé |05.25.04 - 8:14 pm |

Há tão pouca gente que ama as paisagens que não existem!
MUU...!e a paisagem ficou verde.
salmo | 05.25.04 - 9:16 pm |

...júri secreto !!! Apre isto faz lembrar as metodologias bolcheviques !...sem ressentimentos.
João Nuno Almeida e Sousa | 05.25.04 - 11:34 pm |

Isto era mesmo a sério? Não m'acredito!
André B. |05.26.04 - 9:24 am |

OS MUU...chachos das MUU Produções, são autênticos TMUU..barões!!!"Gosto deste blog a sério, dá-me notícias dos Açores, em muitas vertentes.Um abraço.
maria silva | 05.26.04 - 12:51 pm |

Muu-licious
Ezequiel | 05.26.04 - 3:02 pm |

MUUst
I LIKE IT!
Ezequiel | 05.26.04 - 4:09 pm |

Tb gostei Zeke
MUU-gnífico
TóZé |05.26.04 - 4:24 pm |

MUU-leques!!!
É a brincar! è carinhoso.
carlos joao | 05.26.04 - 4:35 pm |

Mais elogios? Oh homens carentes! Vá lá!MUU-lindos!Gostaram?
f.rosado | 05.28.04 - 11:11 am |

Confessamos que esperávamos mais, não em qualidade dos elogios, mas em quantidade, queríamos muitos mais. A decisão foi difícil mas depois de muita discussão decidimos premiar todos os participantes, assim estes nossos simpáticos amigos que se deram ao trabalho de entrar no nosso jogo podem dirigir-se à Aula Magna da Universidade dos Açores (amnhã dia 5 por volta das nove horas) e levantar as suas entradas.
Os restantes vão ao teatro.


Confesso que às vezes a tentação é muito grande...

... a Senhora Secretária de Estado declarou, no meio do seu discurso em Vila Franca do Campo, que "os Açores precisam que o Governo da República olhe por eles"


"Gente como esta só mesmo à paulada e à mocada. Mocas de 1975" ...

E o vencedor do prémio "Elogio" é.....

A escolha está díficil, mas será anunciado até às 14H

AINDA A POESIA AÇORIANA...

O CONVERTIDO

Entre os filhos dum século maldito
Tomei também lugar na ímpia mesa,
Onde, sob o folgar, geme a tristeza
Duma ânsia impotente de infinito.

Como os outros, cuspi no altar avito
Um rir feito de fel e de impureza...
Mas, um dia, abalou-se-me a firmeza,
Deu-me rebate o coração contrito !

Erma, cheia de tédio e de quebranto,
Rompendo os diques ao represo pranto,
Virou-se para Deus minha alma triste !

Amortalhei na fé o pensamento,
E achei a paz na inércia e esquecimento....
Só me falta saber se Deus existe !

Antero de Quental
1842 ? 1891
Poeta, Filósofo e também Socialista





SIC TRANSIT GLORIA MUNDI



Volvido o período de defeso, que o decoro impõe após as festividades religiosas do Senhor Santo Cristo dos Milagres, confesso que não resisti a publicitar este postal que é um sinal dos tempos em que a tradição socialista já não é o que era !

Efectivamente, um dos pilares do fácies do moderno Estado de Direito Democrático é o principio da intangibilidade do poder político pelo poder eclesiástico, numa clara consagração da dicotomia entre a mundanidade secular e a Glória sempiterna. Talhando caminho a um longo calvário pelos cânones da ciência política, tudo se resume ao dogma de que os Governos querem-se «agnósticos». Esta ladainha não surge revelada «por obra e graça do Espírito Santo», porquanto, é certo e sabido que a separação entre o Estado e a Igreja sempre foi uma bandeira e um pergaminho da esquerda republicana, laica, socialista e, frequentemente, anti-clerical...

Factos são Factos e a História do Sec. XX Português é pródiga em exemplos do esforço da dita esquerda ? republicana, laica e socialista ? em proscrever, e bem, os rituais religiosos e monásticos da praxis de Estado.

Mas a tradição já não é o que era e por vezes ocorrem alguns infelizes retrocessos. Exemplo dessa desdita é a imagem do Ecce Homo tendo por contracapa a fotografia do Presidente do Governo Regional dos Açores. Este «registo» profano é obra da «Açores Mundo Publicidade & Marketing, L.da.» mas, conta com o patrocínio do Presidente do Governo Regional dos Açores que, inclusivamente, lavrou na indulgente iluminura pós moderna fraterna mensagem de Boas Vindas à Festa da Fé !

Este marketing institucional instrumentaliza a fé de um modo repudiável, até porque obscurece o sentido de Estado que deve iluminar os nossos Governantes. No resto as convicções religiosas são e devem ser sempre respeitadas, na medida em que, são matéria do foro intimo de cada um quer seja governante ou governado.

De boa-fé creio que esta imagem foi um equívoco...porventura até involuntário. Por isso mesmo, constitui um singular e bizarro objecto de culto da imagem e da personalidade de Estado que, seguramente, não se repetirá no próximo ano.

Até lá : «o tempora ! o mores !» ... assim passa a glória do mundo

quinta-feira, junho 3

o "santo"





Faça você também Que
gênio-louco é você?
Uma criação de O Mundo Insano da Abyssinia


Voltemos à poesia

AMIGOS PENSADOS: VATE 65

Crocodilante
lacrimejante
ou vociferante
ao cri-cri da crítica.

Abaixo a política!

Antes a poesia,
que é coisa mais séria.

Seria?

Alexandre O`Neill

Os extremos (de)batem-se



É triste que alguém aceite que, apesar de metaforicamente, a política se trata ou se resolve à paulada.

Mas vejam a reacção, a este mau exemplo, de duas pessoas com responsabilidades, ontem e hoje, no CDS/PP dos Açores, e quem sabe, amanhã, na política açoriana em geral. Um já foi candidato a presidente de câmara e o outro já foi deputado...

Pegando na deixa de Freud...
... deve de haver qualquer coisa de subliminar na presença de um rolo de massa no poster... será para agradar à "paneleirage" com que eles estão sempre preocupados??
Abel Carreiro | Email | Homepage | 06.01.04 - 9:01 am | #


O próprio padeiro tem um ar de "naiã", não tem?
Nuno Barata | Email | Homepage | 06.01.04 - 9:15 am


Logo agora que o Paulo Gusmão até tem feito um esforço...

JOÃO NUNO, VOLTA QUE ESTÁS PERDOADO!!!

direitos...

...meus amigos será que eu posso reclamar direitos de autor nessa do merecíamos??!!

Que génio louco sou eu?





Faça você também Que
gênio-louco é você?
Uma criação de O Mundo Insano da Abyssinia




eh, eh, eh, sem comentários. (via BDE)

Resposta certa, na altura certa, no local certo...


Os erros e crimes dos outros não devem ser para nós, nem exemplo, nem motivo de orgulho. A menos que sejamos diferentes...
Carlos F. Afonso | 06.02.04 - 6:47 pm |


E sim, isto aplica-se a todos e a qualquer um de nós!

400.000.00

Júlio que o pariu...

...

E o falsete argumentativo pró-discriminativo aqui não se aplica, pois não!? Não convém.

quarta-feira, junho 2

Poesia açoriana 6

PEDRA-POEMA PARA HENRY MOORE

Um homem pode amar uma pedra
uma pedra amada por um homem não é uma pedra
mas uma pedra amada por um homem

O amor não pode modificar uma pedra
uma pedra é um objecto duro e inanimado
uma pedra é uma pedra e pronto

Um homem pode amar o espaço sagrado que vai de um homem a uma pedra
uma pedra onde comece qualquer coisa ou acabe
onde pouse a cabeça por uma noite
ou sobre a qual edifique uma escada para o alto

Uma pedra é uma pedra
(não pode o amor modificá-la nem o ódio)

Mas se a um homem lhe der para amar uma pedra
não seja uma pedra e mais nada
mas uma pedra amada por um homem

Ame o homem a pedra
e pronto

Emanuel Félix

Nem o nada vem do nada

Na esperança de ter capacidade de medir as consequências do que aqui vou escrever, não sofrendo de um estado de embriaguez física ou moral que me deturpe a razão e na esperança que esta minha resposta não seja imediatista ou contraditória, mas sim que contribua para a continuação do folhetim (manifesto) que decidiste recomeçar, te digo Pedro que,

"To be elsewhere, in time and space of one own, in an originality that must compound with inheritance with the anxiety of influence",
"to be diferent from oneself",
"to be diferent from the methafors and images of the contigent works that are one´s heritage"

É isto, Pedro, que te dá um bilhete de identidade literário, e um número de contribuinte, e a carta de condução. Ninguém parte para o universalismo do universalismo. É o teu relacionamento com o ponto de partida, seja ele benigno ou maligno, que dá carácter ao teu universalismo.

"... De aqui de Portugal, todas as épocas no meu cérebro,
Saúdo-te, Walt, saúdo-te, meu irmão em Universo,
Eu, de monóculo e casaco exageradamente cintado,
Não sou indigno de ti, bem o sabes, Walt,
Não sou indigno de ti, basta saudar-te para o não ser..." [Álvaro de Campos]


(dedicado a Walt Whitman)

"De aqui de Portugal"

"todas as épocas no meu cérebro"

"meu irmão em universo"

"Eu, de monóculo e casaco exageradamente cintado"