sexta-feira, julho 16

CALDEIRADA À PORTUGUESA

A política à Portuguesa é uma grande caldeirada ! Apesar da saída de um «cherne» substituído por um «carapau de corrida» quem ficou como «peixe fora de água» foi o PS Nacional...que é como quem diz o PS alfacinha e do Largo do Rato !
 
Factos são factos : o PPD/PSD e PSL têm concretizado os sinais de estabilidade e serenidade que o oráculo de Jorge Sampaio certamente prenunciou e, com peso e medida, lá se vai reconstruindo o Governo de Portugal. Afinal, Jorge Sampaio acertou no que tecnicamente poderíamos designar por «juízo de prognose favorável». Num tom mais vulgar dir-se-ia que o Presidente da República teve um «ganda paio» ! Porém, como se sabe Jorge Sampaio num tique policial disse que o Governo seria vigiado na execução do seu programa. Ora, nestas coisas de vigilância o «nó górdio» está sempre em saber quem vigia os vigilantes !
 
Pelo caminho não deixa de ser irónica a manifestação de justiça poética resultante desta crise envenenada por algumas facções do PS que a toque de marcha do Bloco de Esquerda foram instadas a desbragadas intervenções a favor das eleições antecipadas. Estas falanges radicais, no seu fervor militante com laivos revolucionários, esqueceram duas coisas essenciais, por um lado, deixaram de ter presente que o Presidente da República é um órgão de soberania que decidiria em conformidade com o poder Constitucional e nunca com o poder que estava nas ruas convocado por SMS e, por outro lado, andavam esquecidos e julgavam que o Presidente da República era só deles ! Moral da história : ...apesar do já gasto cliché o Presidente da República é de todos os Portugueses. Se decidiu bem ou mal aí a história diverge consoante o ponto de partida. Agora, não deixa de ser irónica a revelação de que o argumento da instabilidade afinal era uma falácia, na qual se enredou o PS Nacional, este sim em profunda crise de instabilidade e liderança. O colapso do mandato de Ferro Rodrigues teve como banda sonora pimba o fragor daqueles que como Ana Gomes publicitaram o seu profundo arrependimento na profissão de fé que realizaram quando votaram em Sampaio. Aliás, a andrógina secretária nacional do PS para as Relações Internacionais, numa birra de mau perder, atingiu o cúmulo de subliminarmente afirmar que Jorge Sampaio encarnava o sonho da Direita sendo urgente o retorno da democracia Portuguesa ao espírito de 25 de Abril...Esta «arrependida» seguramente que estaria a pensar  nos saudosos tempos do PREC que felizmente já não voltam mais.
 
Quem não volta mais é seguramente Ferro Rodrigues cuja táctica, segundo alguns analistas, foi a da retirada estratégica para não queimar uma possível candidatura ao lugar de Presidente da República ! Apre !
 
Só neste clima de absoluto «non sense» se explicam estas análises e outras de igual jaez, como por exemplo, a de Boaventura Sousa Santos que com ar enlutado até deixou sugerido que o decesso de Maria de Lurdes Pintasilgo era o culminar de uma grande comoção em tempos de risco para o espírito de Abril !
 
Infelizmente, esta esquerda irresponsável ainda domina o PS de Lisboa e deixa-se dominar pelos parentes do Bloco de Esquerda. Factos são Factos : Afinal a crise não estava no PSD e no Governo, mas sim no PS e na Oposição, até porque a vacatura aberta por Ferro Rodrigues não se afigura assaz apetecível aos tubarões socialistas. É sabido que o D. Sebastião do PS dá pelo nome de António Vitorino. Ora, até este salvífico militante do PS, que seguramente elevaria o nível da política Portuguesa, acabou por se perder nas brumas de Bruxelas e por lá ficará. Por cá no PS Nacional parece que fica tudo em águas de bacalhau ... que é como se sabe um caldo sem préstimo sequer para uma grande caldeirada à Portuguesa. 
 




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