terça-feira, agosto 3

Cultura

Agora que a facção centro-direita do blog foi de férias (bom, centro-direita é o João Nuno, porque o TóZé é um híbrido, é uma espécie de esquerda-independentista, se é que tal coisa é possível, quem sabe...), agora que só restamos os MUU's o blog ganhou uma preocupação cultural que antes estava latente mas nunca tão explicita como agora. Os meus dois sócios estão em pulgas com uma Sra. Bustorff e com o que pela imprensa vão dizendo os intelectuais do país. O que é que vos preocupa, meus caros, o aumento ou a diminuição do subsidio? Não que nós, a MUU, seja grande receptora de subsídios, antes pelo contrário (não é Sr. Vasco Pereira da Costa??!!), aliás o nosso principal patrocinador até é uma grande cadeia de comercio a retalho, benditos sejam e que prosperem, mas como tudo o que em Portugal anda, nós também andamos à custa do estado. Ora a questão que se põe neste momento é a indefinição de política e o horror com que andamos todos de pensar que o mais provável é a política ser de fogo de artifício e não de cultura. O mais provável é a futura política "cultural" vir a ser feita de maiorias e não de minorias. A cultura (e aqui há espaço para uma metáfora de democracia), a cultura, dizia eu, deve ser feita de minorias, de imensas minorias (obrigado X-FM), de variadas e eclécticas minorias. A cultura deve dar voltas de 360º ao espectro da vida e nunca parar de rodar. O horror que nos invade é pensar que nos próximos dois anos, em cima das políticas autárquicas e autonómicas de cultura que só pensam em populaça e arraial vai ser o próprio estado a dar o exemplo com medidas tão cretinas e espúrias como mudar uma secretaria do património para Évora (e porque não Angra do Heroísmo, isso é que seria descentralizar) e criar uma "coisa" chamada Secretaria de Estado das Artes e do Espectáculo, que é como quem diz uma agencia de show business, tipo Endemol-Musica no Coração-Filipe La Feria tudo num. A cultura é e deve ser a soma das partes, o conjunto das manifestações que caracterizam a vivência de um povo e que vão desde a festa de aldeia até ao cinema de autor e às artes performativas, tudo o que não tenha este espectro de iniciativa e de abertura será sempre menor e condenável. O país e as regiões correm a passos largos para a ditadura do Júlio Iglesias e o único, mínimo, dado positivo de alento e de esperança é que a Teggy, dizem, gosta de Dave Brubeck, mas isso, também, pode não querer dizer nada, eu também gosto de Luis Miguel.

Sem comentários: