sábado, março 5

Conselho de Ministros


imagem EXPRESSO



António Costa, Ministro de Estado e da Administração Interna
Antes de mais há que lhe tirar o chapéu, acedeu em deixar a "mordomia" e os mexilhões belgas para vir aqui para a choldra queimar pestanas. Ainda por cima é apontado como o possível responsável pela dificilíssima tarefa da Reforma da Administração Pública. É obra. Pode vir a ser um aliado importante de Sócrates nas reuniões do Conselho de Ministros.

Freitas do Amaral, Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros
Não me convence. Nem sequer o putativo estatuto de Senador me convence. Vai querer limpar a face junto da "sua gente", o que não é boa coisa. Vai rodear-se dos seus próprios "meninos" e quererá ter muito mais influência do que à partida se possa pensar, a pandilha de reaccionários que vive na sombra dos tachos do MNE deve estar aos saltos. Um presente envenenado a médio prazo.

Campos e Cunha, Ministro de Estado e das Finanças
Um exemplo típico do socialismo envergonhado. Dizem-se próximos do PS mas no fundo são liberais de raiz. O pior é a tradição académica que traz atrás de si. Convêm lembrar a velha piada de Woody Allen: Those who can't do teach. Tenho medo deste "camarada", tenho muito medo. E quero ver os grandes investimentos a passarem com este homem ao leme das finanças.

Pedro Silva Pereira, Ministro da Presidência
O braço direito, pouco mais há a dizer.

Manuel Pinho, Ministro da Economia
Um homem da banca. Um socialista céptico. Tem desempenhado um importante papel nesta direcção do Partido Socialista tutelada por José Sócrates. Resta saber que autonomia vai ter no conselho de ministros para fazer passar medidas conducentes ao investimento público sem que o senhor das finanças lhe corte as vazas.

Luís Amado, Ministro da Defesa
Nota cem por cento positiva. Não se percebe porque é que não foi para o MNE em vez do dramaturgo de segunda armado em velho senador. É um dos bons quadros que o PS tem no seu seio, foi um excelente secretário de estado. Está bem onde está mas podia estar em lugar melhor.

Alberto Costa, Ministro da Justiça
Uma troca de cadeiras com António Costa em relação ao último governo de Guterres onde estiveram os dois. É sem sombra de dúvida um homem competente e com experiência de funções governativas o que lhe vai ser muito útil nesta que é uma das mais importantes e difíceis pastas em qualquer governo. Portugal precisa urgentemente de uma reforma da justiça.

Nunes Correia, Ministro do Ambiente, Ordenamento do Território, e Desenvolvimento Regional
Mais um académico, já disse o que penso dos académicos, pronto. Este trás os galões de ser o criador do programa Polis. Pode ser bom, pode ser mau. Terá a duríssima tarefa de lidar com autarquias e autarcas. É mais um dos representantes do centro direita neste governo sui generis.

Augusto Santos Silva, Ministro dos Assuntos Parlamentares
Um representante da ala moderada do PS que chega ao governo exactamente para apaziguar os ânimos socialistas. É do melhor que há no partido e a sua inclusão no governo é uma forma de fazer esquecer os que ficaram de fora. A pasta é eminentemente política, mas num parlamento com maioria absoluta pode vir a ser ofuscado pelo futuro líder da bancada parlamentar do PS. De qualquer modo ainda bem que lá está. Vai dar jeito nas reuniões do conselho.

Jaime Silva, Ministro da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas
É um homem de Bruxelas e isso é obviamente um trunfo nesta pasta subsidiodependente. Tem tudo para poder fazer um bom lugar.

Vieira da Silva, Ministro do Trabalho e da Solidariedade Social
É, dadas as circunstâncias, o homem certo para o lugar certo. Vai ter que se impor junto do senhor das finanças, esperemos que o Primeiro o apoie quando chegar a altura das decisões realmente difíceis. Ao menos um socialista a sério e sério no meio de tanto centrão.

Mário Lino, Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações
Se Pedro Silva Pereira é o braço direito, este é o braço esquerdo. É alguém da absoluta confiança de Sócrates e isso foi sem dúvida importante na sua escolha. Fica a dúvida se será senhor de si próprio neste ministério ou se não estará lá para fazer cumprir a agenda do Primeiro-ministro. OTA e TGV, são dois dossiers fulcrais que vão estar nas suas mãos. Se foi do PCP ou não, não interessa nada.

Correia de Campos, Ministro da Saúde
Um repetente noutra das pastas mais importantes para o futuro do país. Pode ser que consiga por as corporações desta área na ordem se não é apenas mais um ministro.

Maria de Lurdes Rodrigues, Ministra da Educação
Uma incógnita total. Consta que tem mau feitio o que pode ser bom nas reuniões com os sindicatos dos professores.

Mariano Gago. Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior
Mais um repetente, numa pasta que foi criada exclusivamente para ele. Agora acumula também responsabilidades no Ensino Superior. Bolonha está à porta e não vão ser anos fáceis. Terá também responsabilidade no tão falado "choque tecnológico".

Isabel Pires de Lima, Ministra da Cultura
É supostamente uma especialista em Eça de Queiroz, oxalá o grande Eça lhe inspire as ideias. Portugal precisa de Cultura.

Sem comentários: