quarta-feira, março 23

VOX POPULI

A semanada de excitações e reflexões, acondicionada entre aspas, para guardar e, de vez em quando, revisitar na persistência da memória.


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«Não há uma direita, mas várias direitas que se projectam no quadro partidário e fora dele. A chamada direita ultramontana, revanchista, racista não tem projecção nas actuais formações partidárias. A direita conservadora, e que em geral é estatista na tradição do Professor Salazar, tem expressão em algumas formações partidárias, nomeadamente no espaço político da direita parlamentar. A designação da direita liberal ou neoliberal que tem muito que ver com a desejabilidade de uma sociedade civil forte e de um Estado mais próximo do minimalismo, também tem expressão nesses mesmos partidos».
Ângelo Correia, terça-feira 8 de Março na Capital.

«Sou contra as quotas para mulheres e outros géneros, como agora se diz. Julgo que as mulheres têm direito a todos os dias do ano, talvez por isso desculpe o facto da RTP/A ter organizado um debate, dois dias depois da "data certa"».
Maria Corisca, Domingo 13 de Março no Correio dos Açores.

«Um dia, assim, de repente, acordei curado! Não comprei os jornais, não fui à biblioteca, e não acendi a TV. Pelo contrário: vendi-a a um amigo jornalista. Hoje sou um homem livre».
Gimba, Domingo 13 de Março na Capital.

«Ponta Delgada é à sua dimensão uma das raras cidades europeias que viu recuperados dois exemplares arquitectónicos com as características do Teatro e do Coliseu».
Pedro Nunes Lagarto, segunda-feira 14 de Março no Açoriano Oriental.

«Quem se atrever a defender em público o casamento, fidelidade, castidade, família e natalidade é considerado cómico e aberrante. Pior ainda , quem se arriscar a discordar do aborto, eutanásia, promiscuidade, pornografia e homossexualidade é réprobo e maldito».
João César das Neves, terça-feira 15 de Março no Açoriano Oriental.

«Também os cães que vivem em famílias de fumadores são vulneráveis a um aumento do risco de sofrer de cancro do pulmão ou sinonasal».
Notícia da Secção Internacional, quarta-feira 16 de Março no Diário dos Açores.

«Nova era se abre agora com Jaime Gama, também açoriano, embora em condições muito diferentes das que se registaram com Mota Amaral. No entanto, a caminhada política do antigo ministro dos Negócios Estrangeiros de António Guterres, a sua verticalidade e frontalidade, a capacidade de gerar consensos que fez com que por mais de uma vez tivesse sido apontado como candidato natural a líder dos socialistas portugueses, tudo isto merece da parte de todos os açorianos, uma saudação de orgulho com desejo de que o segundo mais alto magistrado da nação também não esqueça as raízes, tal como Teófilo de Braga, Manuel de Arriaga e, até agora, Mota Amaral. Porque a dignificação de qualquer açoriano é sempre a dignificação dos Açores. No tempo e na história».
Santos Narciso, quinta-feira 17 de Março no Correio dos Açores.

«É admissível que o eng. Sócrates tenha garantido aos portugueses que não aumentaria impostos e o fantasma de mais um ataque à carteira dos portugueses já paire no ar?»
Manuel Monteiro, quinta-feira 17 de Março no Açoriano Oriental.

«O facto de o governo iniciar as suas funções praticamente sem oposição exige, mais do que nunca, que não o deixemos em paz».
José Pacheco Pereira, sexta-feira 18 de Março na Sábado.

«O sexo só é sujo quando as pessoas não tomam banho».
Ana Drago, sexta-feira 18 de Março no Independente.

«Quem olhar para o mapa de actividades dos ginásios da moda sem um dicionário ao lado arrisca-se a não perceber nada. São nomes e mais nomes em inglês, que podiam definir subculturas nova-iorquinas ou posições sexuais estranhas inventadas na Índia antiga. A quantidade é inesgotável: body step, body pump, body balance, body combat, body jam, body attack. De body, ficamos por aqui. Segue-se o cycling, o step, o kick, o indoor run, o local express, o reebok core training, o hidropower. E ainda há as siglas: o LBT, o RPM, o ABS».
Manuela Carona, sexta-feira 18 de Março na Sábado.

«Nunca gostei nem gosto de pessoas que são como as rolhas: detesto-as. Não gosto de gente que diz, desdiz, para depois tornar a dizer. Claro que isto não implica que quando alguém descubra os seus erros não deva corrigi-los e mudar, por via disso, de atitude. Como nunca gostei de rolhas, não gosto, por via disso, de Freitas do Amaral assim como não sinto, como açoriano, que o país que me tutela vá ser bem representado na diplomacia mundial por um indivíduo a quem considero ter tido, ao longo da sua carreira política, um comportamento tipo rolha. Não se lembram as pessoas dos debates para as presidenciais entre ele, defendendo o centro-direita, e Mário Soares, na defesa da esquerda? Para não haver confusões, explico que entendo como "rolha" um indivíduo que, como as rolhas, está sempre a flutuar seja qual for a corrente que na altura se regista».
Valdemar de Oliveira, sexta-feira 18 de Março no Terra-Nostra.

«É também estranho, nesta escolha para ministro do Negócios Estrangeiros, o facto de ninguém por em causa a competência do homem para o cargo. A única preocupação é que Freitas já foi do CDS. Há outras pessoas em Portugal, nomeadamente no PSD, que vieram de partidos de extrema esquerda. E há outros que passaram do PC para o PS».
José Borges, sexta-feira 18 de Março no Expresso das Nove.

«Existe na sociedade portuguesa o culto dos homens que nunca mudam. Em geral usamos o termo "coerência" para designar o mais absoluto imobilismo... Muito francamente, não me parece que Freitas do Amaral tenha mudado.».
Helena Matos, Sábado 19 de Março no Público.

«No fundo, a direita portuguesa não precisa de se refundar, precisa simplesmente de se fundar».
Vasco Pulido Valente, Sábado 19 de Março no Público.

«O Governo é caso extremo de machismo extremo. Para 14 machos, duas fêmeas».
João Pereira Coutinho, Sábado 19 de Março no Expresso
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