segunda-feira, julho 11

...A SEMANA REVISITADA.

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Jim Dine
Ode to His Hands, 2004
Paint on carved wood


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1. «A nossa prioridade é introduzir a alta velocidade em Portugal» (sic) disse-o literalmente o «nosso» Primeiro-Ministro na SIC-Notícias. Irresistivelmente a imagem do Eng.º José Sócrates vai surgindo cada vez mais associada a uma versão para adultos do inolvidável Pinóquio. Na verdade, depois de assumir em campanha que não iria aumentar o custo de vida arrepiou caminho, e à boleia do relatório Constâncio, diminuiu drasticamente o poder de compra dos Portugueses. De permeio fincou resolutamente o machado de guerra contra os funcionários públicos, e viu ainda na atitude grevista dos professores um acto de sublevação dos Sindicatos, cuja lesta retaliação passou pela promessa em podar radicalmente o número de professores que exercem funções sindicais. O argumento para este rol de medidas drásticas está no fantasma do deficit e na estagnação da economia. Ora, foi neste clima de austeridade que um Primeiro-ministro, em tom crispado e enxofrado, veio, novamente, prometer que não haveria mais aumento de impostos?porém, em poucas horas, fez saber através do seu staff que essa promessa tinha prazo de validade apenas até ao termo de 2006. É neste pântano de incongruências e contradições que Sócrates, em tempo de crise e austeridade, lança a garantia de avançar com o TGV e o aeroporto da OTA. Afinal a prioridade não era atacar a crise, o despesismo e o buraco das contas públicas, mas sim introduzir a alta velocidade em Portugal! Não deixa de ser paradoxal esta acção política esquizofrénica que, por um lado, estrangula a maioria dos Portugueses num aperto de cinto como não há memória, e, por outro lado, de mão dada com «parcerias público privadas» arquitecta obras públicas de alta velocidade e similares. Diz o Governo que toque de midas para tudo isto está também num mega plano de investimentos que ronda os 25 mil milhões de euros ; porém do Estado parece que só 8 mil milhões estão assegurados. Os restantes serão cobertos por investimento privado ou difusamente por todos os Portugueses com mais um agravamento da carga fiscal.

2. Em King's Cross e outras estações do underground Londrino o ódio ao Ocidente voltou a matar. Apesar das evidências, ao contrário dos Estados Unidos, a maioria dos Estados da Europa ainda não percebeu que estamos em guerra e que esta foi claramente declarada a 11 de Setembro de 2001. Urge despertarmos deste torpor politicamente correcto e assumirmos que, em sentido contrário, as cruzadas regressaram à Europa e desta feita sob o estandarte do Islão. Enquanto permanecermos divididos quanto a esta realidade corremos o risco de conjuntamente cairmos prostrados às mãos da barbárie. Não basta condenarmos o terrorismo é também necessário hastear, com coragem e orgulho, a superioridade da nossa civilização Ocidental. Ao invés, teimamos em acreditar nesciamente na bondade do «relativismo cultural» e assistimos a fervorosos, e por vezes obscenos, actos de fé contra a Islamofobia !

3. Contrariando a lógica trauliteira e do discurso degradante das forças de segurança nunca a nossa polícia fez tanto com tão poucos meios. No palmarés recente temos a detenção esta semana dos suspeitos do macabro homicídio ocorrido em Maio no Pico, a eficaz resolução, em menos de 24 horas, do sequestro junto a um terminal de Multibanco em São Roque, e ainda a célere apresentação a interrogatório Judicial dos alegados autores do linchamento dos Arrifes. Tudo isto, e muito mais, obriga-nos a reflectir sobre a violência latente, em particular, nestes verdejantes Açores e, de um modo geral, neste País que já foi de brandos costumes. Porém, primeiro há que reforçar o brio das nossas forças de segurança, enobrecer o seu trabalho, designadamente, com remunerações decentes e condições de trabalho dignas, facultar-lhes meios e tecnologias de ponta, punir severa e exemplarmente os agentes desviantes deste modelo de serviço público?e só depois é que poderemos, com segurança, debater academicamente uma terceira via entre o policiamento de proximidade ou securitário. Até lá e por cautela ... trancas à porta.

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JNAS na Edição de Terça-Feira, 12 de Julho, do Jornal dos Açores

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(post-scriptum : o Ilhas reuniu de emergência para tomar uma posição contra o uso infâme da nossa caixa de comments...ao invés acabamos tomando uma bica sem ponderar sequer censurar seja quem for...muito menos desconhecidos(as) !)

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