segunda-feira, outubro 31

«Halloween» versus «Dia de Finados»



Jorge Luis Borges, no cimetière des Rois
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No Século X a Igreja Católica formalizou o culto do Dia de Finados celebrando todos os que morreram e não são mais lembrados. Esse dia no calendário Católico, e desde o Sec. XIII, transitou para o 2º dia do mês de Novembro, já que o 1º dia do mês era consagrado ao Dia de Todos os Santos destinado a celebrar todos os que morreram em estado de graça e não foram canonizados. Contudo, a prática moderna, sem cuidar de julgar o estado de graça dos finados, tem vindo a nivelar todos os que partiram nas memórias que se evocam a 1 de Novembro. Recordando entre eles João Paulo II, esta união espiritual da saudade deveria ser também a ponte para «uma peregrinação espiritual, principalmente aonde se encontram sepultadas as vítimas da violência e da guerra, da injustiça e da fome».

Porém, estas palavras são cada vez mais ridicularizadas por uma sociedade materializada e insensível. O certo é que, independentemente da fé de cada um, no nosso calendário o feriado de 1 de Novembro convida-nos a reflectir sobre a nossa condição, daqueles que nos precederam e dos que nos hão-de sobreviver. A nossa condição, apesar da vida que engendramos, é a de simples mortais. Ainda assim diversos credos e religiões veneram o mistério da vida eterna pois «Ser imortal é insignificante; com excepção do homem, todas as criaturas o são, pois ignoram a morte; o divino, o terrível, o incompreensível é saber-se imortal». Quem o disse foi o imortal Jorge Luís Borges cujo corpo descansa em Genéve, no cimetiére des Rois, sob uma lápide lacónica que por isso mesmo nos lembra o seu longínquo poema «Inscrição em qualquer sepulcro»:

«Que o mármore temerário não arrisque
ruidosas transgressões ao poder do esquecimento,
enumerando com prolixidade
o nome, a opinião, os factos, a pátria.
Tantos enfeites pertencem às trevas
E que o mármore não diga o que calam os homens.
O essencial da vida fenecida
-a trémula esperança, o milagre implacável da dor e o assombro do gozo?
irá perdurar sempre.

Às cegas reclama duração a alma arbitrária
quando a tem assegurada em vidas alheias,
quando tu próprio és o espelho e a réplica
dos que não atingiram o teu tempo
e outros serão (e são) a tua imortalidade na terra.»


Mas, numa sociedade que glorifica o culto do efémero a morte é um tema de mau gosto e um tabu ao qual se quer passar ao largo. A sátira deste costume foi já feita com «Sete Palmos Abaixo de Terra», uma brilhante série televisiva que narra as desventuras de uma família atípica de «undertakers». Na verdade, neste nosso mundo cada vez mais globalizado há também lugar para «contemporaneizar» a morte, sendo disso exemplo o culto do Halloween em vésperas de Dia de Todos os Santos e Dia de Finados. Nos dias que correm a concorrência mercantil do Halloween quase que nos faz esquecer o significado do milenar feriado de 1 de Novembro. São aproximadamente mil anos de celebração da fé na ressurreição, e do culto da fertilidade da vida, que são obliterados pela veneração consumista de bruxas folgazonas, abóboras iluminadas, e petizes mascarados de Harry Potter. Nada de novo numa sociedade que tolera, e até aceita com boçal desrespeito pela nossa memória, o lançamento dos livros de aventuras de Potter no Panteão Nacional ou nas ruínas do Convento do Carmo !

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JNAS na Edição de 1 de Novembro do Jornal dos Açores

FANTAS CONCURSO # VENCEDORES

Os vencedores do Fantas Concurso são:

* Ezequiel
* Rodrigo de Sá
* Caiê e Pug

Cada um deles poderá levantar o seu prémio, 2 entradas para a noite de Hallowenn, na bilheteira do Teatro Micaelense, com apresentação de documento identificativo.

Ps: O VaKa ou a VaKa também poderá levantar prémio idêntico, mediante apresentação de documento com fotografia.

Semana Fantasporto:Noite de Halloween


Último dia da Semana Fantasporto com tempo para celebrar. Assim, do programa consta o seguinte alinhamento:

22h00 | THE LAST HORROR MOVIE

00h00 | Noite de Halloween | Salão Nobre | Teatro Micaelense

1º parte

LULU MONDE - XAMÃ [chillout, jazz, bossa]

Ricardo Reis - bateria

Luís Sousa - baixo

Ricardo Silva - teclados

Paulo Fialho - guitarra

Ruben Oliveira - sax


2ª parte

HERBERTO QUARESMA [dj]

+ de 1.000

foram os espectadores que as 2 iniciativas da Muu, a "Semana Fantasporto" com 9 sessões e a "Festa Mundial da Animação" com 4 sessões, levaram às salas nos últimos 8 dias.
Não é bom, mas é muito gratificante ter no público espectadores confidenciarem que já não iam a uma sala de cinema à muitos, muitos meses.
A todos os que participaram o nosso muito obrigado.

domingo, outubro 30

...AINDA JORGE LUÍS BORGES # 4

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JORGE LUÍS BORGES, pressentindo a solidão gélida do ataúde, antes de encomendar a alma ao criador deixou-nos um impressionante poema incluso em «La Moneda de Hierro», um dos derradeiros volumes onde também sepulta os seus últimos poemas. Entre eles está «El remordimiento», uma das mais lancinantes confissões da literatura contemporânea, que desnuda o mal de vivre do poeta que foi sempre maior do que a sua pequena tragédia íntima e existencial.

Cometi o mais horrível dos pecados
Que se pode cometer. Não tenho sido feliz.
Que os glaciares do esquecimento
Me arrastem e me percam, despiedados.
Por meus pais fui gerado para o jogo
Arriscado e formosíssimo da vida,
Para a terra, a água, o ar, o fogo.
Defraudei-os. Não fui feliz. Cumprida
Não foi sua vontade. A minha mente
Apliquei às simétricas porfias
Da arte que entretece ninharias.
Legaram-me valor. Não fui valente.
Não me abandona. Está sempre a meu lado
A sombra de ter sido um desgraçado.


(Poema «O remorso» é aqui postado na Tradução «feliz» de José Bento em «Conhecer Borges e a sua obra», de Marcos Barnatán, numa Edição da Ulisseia.)

animação em Portugal

Apesar da propalada crise - o sector da animação em Portugal tem razões para sorrir, senão vejamos: a conclusão da 2ª curta-metragem de Regina Pessoa; a edição 2005 do Cinanima e uma justa homenagem a Abi Feijó. A MUU prepara-se para a 4ª edição do MACAQUINS em Janeiro de 2006.

Wallace & Gromit: The Curse of the Were-Rabbit Nova aventura deste duo fantástico. Ainda sem estreia nas ilhas. Pode ser que para breve - senão podem sempre vê-lo no Macaquins.

CHERCHEZ LA FEMME # 6



Valerie Plame



A senhora de shades com o cabelo apanhado num lenço de seda, adereços indispensáveis para andar de descapotável, chama-se Valerie Plame. Já não sei bem se é o seu nome de solteira, se é a alcunha que lhe arranjaram na Agência. Oficialmente, responde pelo nome de Valerie Wilson. O Wilson é o marido, em primeiro plano na fotografia, e a 6 de Julho de 2003 publicou um artigo no New York Times, intitulado O que não encontrei em África, que deixou bastante maltratada a política iraquiana da administração Bush. Mais discreta que o marido, Valerie teria preferido continuar na sombra, mas fontes da Casa Branca cometeram a inconfidência de dizer a alguns jornalistas que a senhora era uma agente operacional da CIA. Uma dessas fontes, o chefe de gabinete de Dick Cheney, foi ontem constituído arguido no processo relacionado com a fuga de informação. Karl Rove, o conselheiro especial da Presidência a quem George W. chama o grande arquitecto, poderá ser o senhor que se segue. Na gíria de Washington o processo já é conhecido pelo nome de Plamegate. Há quem diga que é a maldição do segundo mandato: Watergate foi na segunda presidência de Nixon, Lewinsky foi na segunda de Clinton.

Embora os good looks da misteriosa Valerie possam indicar o contrário, este enredo do Plamegate desemboca na guerra do Iraque. Os Republicanos parecem ter pelo escândalo político a mesma atracção fatal que os Democratas evidenciam pela luxúria da carne.

quarta-feira, outubro 26

VOX POPULI

A semanada de excitações e reflexões, acondicionada entre aspas, para guardar e, de vez em quando, revisitar na persistência da memória



The Repast of the Lion, 1907
HENRI JULIEN FÉLIX ROUSSEAU
...com direito a brilhante biopic no TAPORNUMPORCO

«Mil Folhas:Sublinha os livros, escreve nas margens, usa marcadores ? Vasco Pulido Valente:Nunca escrevo em livros. acho uma selvajaria. Uso marcadores, claro. Mil Folhas:Consegue escolher o livro da sua vida? Vasco Pulido Valente: Não.Só um iletrado é que consegue!».

Mil Folhas, Sábado 15 de Outubro no Público.

«...como vai Cavaco mandar na pátria com os poucos poderes que a lei com relutância lhe atribui ?».

Vasco Pulido Valente, Sábado 15 de Outubro no Público.

«É errado afirmar-se que o Partido Social Democrata dos Açores está a viver uma nova crise. A crise já vem de trás, desde, pelo menos, a estrondosa derrota nas eleições regionais de 2004.».

Paulo Simões, terça-feira 18 de Outubro no Açoriano Oriental.

«Berta Cabral não pode abandonar a presidência da câmara municipal de Ponta Delgada, para a qual foi eleita com a votação recorde de 67,7 %. Não pode, agora, o que não quer dizer que, no final do mandato, com a maioria do seu «Contrato com Ponta Delgada» cumprido, não o possa fazer para se candidatar à presidência do governo regional.».

Emanuel Carreiro, quinta-feira 20 de Outubro no Jornal dos Açores.

«Carlos César já despachou todos os delfins de Mota Amaral : Álvaro Dâmaso, Costa Neves, Manuel Arruda, Victor Cruz. Só falta Natalino Viveiros para completar o ramalhete. Será que é necessária uma mulher para vencê-lo ?».

José Borges, sexta-feira 21 de Outubro no Jornal dos Açores.

«Na sede do PSD/A, Natalino Viveiros apresentou a sua candidatura sozinho.».

Paulo Faustino, sexta-feira 21 de Outubro no Açoriano Oriental.

«Com o tempo os comícios, as sessões de esclarecimento, os meetings, os mini-comícios...foram invariavelmente substituídos por jantares e espectáculos musicais. À direita e à esquerda, o bacalhau com natas ocupou o espaço da teoria política.».

Helena Matos, Sábado 22 de Outubro no Público.

«A «relutância» à política surge como herança histórica do salazarismo. Nesta versão, a política é uma actividade pouco dignificante que só pode redimir-se quando exercida por professores virtuosos, sábios e castos.».

Mário Mesquita, Domingo 23 de Outubro, no Público.

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I'm Back

Ao contrário do que foi aqui sugerido nem o :ILHAS está moribundo, nem eu morri apesar de a quase completa ausência de posts poder indiciar o meu desaparecimento. A verdade é que ando em mudanças e isto de andar em mudanças é um suplício. Parece que nunca mais acaba. Caixas e mais caixas e caixotes e malas e sacos com coisas numa maratona de dores nas costas que até a um daqueles gordos e gigantes homens mais fortes do mundo daria caimbras. Mas, valha-me Deus, está quase no fim. Ontem dei mais um passo imprescindível no sentido da completa reinstalação: voltei a ter net em casa. Podem pois contar, daqui para à frente, com um ritmo de posts mais assíduo. Por agora queria só assinalar o retorno à blogoesfera referenciando o regresso também aos ecrãs da RTP-Açores. Vai para o ar hoje por volta das 21:30 o primeiro Língua Afiada, programa em que irei participar juntamente com o Nuno "Foguetabraze" Barata, o Nuno "Sol na Eira" Mendes, o Vasco Pernes e um convidado especial todas as semanas (hoje com a participação especialíssima de Carmo Rodeia). Para os familiares e amigos deslocados aqui fica o link para a emissão on-line da RTP-A [link]. Espero que gostem e depois podem vir aqui dar a devida sova ou a pancadinha nas costas conforme a opinião, espero também que as sovas e as palmadinhas sejam em doses (ou dúzias) iguais, pelo menos. Até logo e agora tenho que ir ali ler um determinado artigo de opinião da edição de hoje do Açoriano Oriental. [sorriso]

Albert, o Lavrador dos mares






A 13 de Novembro de 1848, o ano da segunda Revolução em França, nascia Albert Honoré Charles Grimaldi. Os Grimaldi, família de origem genovesa que desde a Idade Média eram senhores do Mónaco, estavam há muito familiarizados com o convívio do mar, ou não fosse esse senhorio um pequeno enclave rochoso na costa mediterrânica francesa, junto à fronteira italiana. Depois dos seus estudos no colégio Stanislas em Paris, Albert debuta com dezoito anos como guarda-marinha na Armada espanhola (1866-1868), após o que serve sob o pavilhão francês durante a guerra de 1870 contra a Prússia. O jovem oficial não era, contudo, feito à medida dos couraçados de ferro. Preferia a leveza dos veleiros e o desenho esguio dos seus cascos em madeira. Em 1873, quando viajava por Inglaterra, vê no pequeno porto de Torquay uma escuna de 30 metros, a Pleiad, que lhe arrebata o coração. Ao comprá-la, rebaptiza-a de Hirondelle (andorinha), pois o termo francês goélette (escuna) era também sinónimo de andorinha-do-mar, cujos movimentos ágeis e elegantes faziam lembrar este tipo de embarcações.
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Albert poderia então ter seguido, como muitos outros aristocratas e cabeças coroadas daquele tempo, uma carreira de plaisantier ou yatchman nas águas plácidas do Mediterrâneo, mas o seu genuíno gosto pela navegação leva-o para a profundidade oceânica do Atlântico e, entre 1878 e 1884, faz sucessivos cruzeiros desde a Islândia, Terra Nova e Mar do Norte, até aos Açores, Madeira, Canárias e Cabo Verde. Em 1885, cumprido o tirocínio de lobo do mar e aproximando-se já da maturidade, Grimaldi conhece numa Exposição em Paris o naturalista francês de ascendência inglesa, Henri Milne Edwards, que o encoraja a orientar as suas viagens para a pesquisa científica dos oceanos, cujas profundidades pelágicas eram ainda desconhecidas naquele tempo. A partir desse encontro a rota de Albert Grimaldi orienta-se decisivamente para a oceanografia e os mares das ilhas dos Açores serão um dos territórios predilectos das suas campanhas científicas pois, como ele próprio diz, a grande profundidade das águas circundantes (do arquipélago) levaram-me a escolhê-lo como centro de novas pesquisas

Em 1889, com a morte do pai, Charles III, assume o título de Príncipe Albert I do Mónaco, mas nem por isso a sua dedicação ao estudo dos mares irá esmorecer, até porque as renovadas capacidades financeiras lhe permitem encomendar ao estaleiro inglês de Blackwall outra embarcação, a Princesse Alice, construída de raiz para fazer campanhas oceanográficas, com motor auxiliar, sistema eléctrico, câmaras de frio e laboratório fotográfico. Foi neste lindo veleiro de 50 metros, um yatch misto com esqueleto de aço e casco em teca, que Albert realiza nos Açores, em dois anos consecutivos (1895-1896), as campanhas que marcarão profundamente o seu percurso de oceanógrafo e, curiosamente, qualquer uma delas está articulada com a caça ao cachalote, uma arte ao tempo bastante difundida nestas ilhas.

Tudo começou no dia 18 de Julho de 1895 quando o Princesse Alice se encontrava ao largo do porto de Angra, na ilha Terceira. O comandante da expedição vê dois conjuntos separados de lanchas baleeiras que, içando a vela, rapidamente se afastam da costa em perseguição dos cetáceos avistados pelas vigias em terra. À respeitosa distância de milha e meia e desligando o motor mal as baleeiras arrearam o pano, o Princesse Alice irá testemunhar a captura de um desses gigantes dos mares cuja morte, involuntariamente, acabaria por reverter em benefício da ciência. Após longa e violenta agonia, a enorme massa imobiliza-se ao lado do barco e o cachalote vomita a comida ingerida no seu último mergulho. Albert e os naturalistas que integravam a expedição, já de si emocionados com o episódio da caça, nem queriam acreditar no que viam; o almoço do cetáceo estava fresco e os alimentos, vomitados inteiros, não tinham passado do seu esófago. As lulas de grandes dimensões recolhidas a bordo do Princesse Alice eram testemunhos preciosos da fauna marítima em profundidades pelágicas a que a ciência da altura ainda não chegava, mas aonde os cachalotes iam com toda a naturalidade. O efeito desta descoberta deixou no Príncipe do Mónaco uma marca impressiva ao ponto de, no seu livro de memórias La Carrière d?un Navigateur, dedicar um capítulo inteiro ao assunto sob o título de La mort d?un cachalot. Animadíssimo com os novos horizontes que se lhe abriam, Albert planeia de imediato outra expedição aos Açores para o ano seguinte, desta feita já equipada com duas canoas baleeiras e os seus respectivos arpoadores; um escocês e outro cabo-verdiano.

A campanha de 1896 é preparada de forma tão rigorosa e detalhada, que integra nas suas fileiras uma aguarelista, Jeanne Le Roux, com a incumbência de fixar as cores da fauna marítima pescada de fresco, pois a tanto não chegavam ainda os progressos da fotografia que, aliás, era muito utilizada por Albert I no decurso das suas expedições oceanográficas. À falta de clichés a cores, o desenho científico dos naturalistas cumpria perfeitamente a função, como de resto o demonstram não só as pranchas feitas por Mlle. Leroux, mas igualmente as de D. Carlos I, rei de Portugal, também ele notável aguarelista e homem do mar, cuja paixão pela oceanografia lhe foi em grande parte transmitida por Albert Grimaldi.

Terão sido, aliás, os progressos feitos nesta expedição do Princesse Alice, que o soberano monegasco telegrafou de imediato a D. Carlos I, que ajudaram o monarca português a decidir empreender nesse mesmo verão uma campanha oceanográfica a bordo do seu iate D. Amélia, a primeira alguma vez realizada nas costas de Portugal. O telegrama do Príncipe do Mónaco participava a descoberta e localização daquilo que ficou conhecido por banco Princesa Alice, uma dorsal montanhosa cinquenta milhas a sudoeste das ilhas do Faial e Pico, submersa a uma centena de metros do nível do mar. O achado foi um acontecimento pioneiro no domínio da topografia oceânica de profundidade ? cuja importância era então realçada pelos cabos submarinos intercontinentais que cruzavam o Atlântico ? e representou também uma boa notícia para a economia local, pois os recursos do banco de pesca foram desde logo notados pela sua abundância.

Verdadeiro lavrador dos mares, Albert I dedicou-se também a outros trabalhos nos Açores e as relações de amizade que mantinha com D. Carlos I e veio depois a estabelecer com o Coronel Francisco Afonso Chaves, o seu único interlocutor científico local, contribuíram para a tomada de consciência da importância e centralidade do arquipélago em domínios como a Oceanografia, Climatologia, Meteorologia, Pescas e Biologia Marinha, áreas de estudo essas que ainda hoje colocam estas ilhas no mapa da investigação científica mundial.

terça-feira, outubro 25

Por um Jornalismo Cultural

:contributos irreflectidos *

Temos ou não nos Açores e em Ponta Delgada, em particular, um jornalismo dito cultural?

Com isto pretendo questionar o seguinte: num período em que assistimos, talvez, pela primeira vez, ao funcionamento de salas de espectáculos com programação regular, assídua e a um ritmo contínuo - será que o público dispõe de toda a informação atempada e de forma esclarecida? Há necessidade da revisão do que foi visto? A crítica sem ser necessariamente depreciativa, como muitos querem por vezes entendê-la, mas sim a depuração do espectáculo que acabamos de ver - é necessária ou apenas fundamental? É importante "assistir" aos espectáculos para efectuar a sua análise? Fará a crítica parte do processo da formação de públicos? O público terá necessidade da crítica ou da informação daquilo que vai ver? Temos um público especializado? Ou temos apenas público!?

Com isto não pretendo menosprezar o público afirmando grosseiramente e de forma estereotipada de que é passiva a recepção cultural, pois a mensagem cultural não encontra um vazio de referências mas sim diferentes formas de recepção que têm directamente de ver com a capacidade de assimilação de cada ?grupo? ? quer por intermédio da alteração da natureza da obra, quer pelo pressuposto que as obras artísticas pressupõem múltiplas interpretações cujo valor definitivo depende da capacidade de recepção de cada indivíduo. Daí, a necessidade constante e crescente de contextualização e disponibilização da informação sobre as diferentes propostas culturais que se apresentam em agenda.

Mas, as notícias sobre a cultura não são Cultura?

Os órgãos de comunicação social regionais fazem um trabalho meritório, sem dúvida. Mas, deviam assumir desde já um papel mais interventivo e criativo. Será que a agenda cultural é importante para os media locais? Estarão os jornalistas preparados para fazer a cobertura jornalística cultural que se impõe? Não. Conheço bem a realidade informativa da região e conheço as condições e as dificuldades do dia-a-dia. Mas, há-que combater a ?resposta oficial? - os constrangimento dos meios, fundamentalmente financeiros que reflectem a escassez de recursos humanos, de formação e, sobretudo, de especialização. Mas essa escassez não se reflecte na área desportiva, porquê? Aí passamos a outra questão: a opção cultural é uma questão que pressupões critérios editoriais. Percebo mas por princípio não concordo. Obviamente que, neste ponto, existem excepções mas isso não é suficiente pois a prática maioritária dita o contrário.

Neste sentido na visão que nos é dada pelos media, apesar da difusão de uma multiplicidade de opiniões, muitas delas contraditórias e inconsistentes, por forma a agradar a todos, persiste uma tendência para a continua transmissão de mensagens estereotipadas para as grandes audiências heterogéneas. O mesmo já não acontece com os grupos considerados ?minoritários? pois aí o discurso é mais dirigido, complexo e especializado, sendo que os códigos culturais não são transmitidos pelos media mas sim pelo capital cultural intrínseco a cada indivíduo. Essa informação raramente está disponível nos medias regionais mas sim nos mais especializados cujo acesso per si está à partida delimitado.

No momento cultural actual o papel dos media (e da imprensa escrita, em particular) é muito importante mas não está isento de desvios devido a inúmeros constrangimentos na medida em que a leitura de jornais (que não os desportivos) pressupõe um público familiarizado com as letras e esse é, ainda, um cenário longínquo. O trabalho é de formação, familiarização e sobretudo da reintrodução de hábitos de consumo cultural no quotidiano insular ao qual os jornais e os jornalistas têm uma palavra - importante - a contextualizar.

Alexandre Pascoal

* escrito em afterhours e após dose dupla de jazz com Cyrus Chestnut e David S. Ware (integrados no VII Festival de Jazz de Ponta Delgada e que decorreu no Teatro Micaelense de 20 a 23 de Outubro)
** in edição de 25/10/05 do Açoriano Oriental/Suplemento de Cultura da responsabilidade de Mariana Matos e Catarina Furtado

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O «centralão», um voto em branco e o rumo do PPD/PSD Açores

1. Agastado com a apresentação da Proposta de Orçamento de Estado o Presidente do Governo Regional dos Açores sugeriu a «sublevação» dos deputados Açorianos na Assembleia da República orientando o voto destes no sentido do «não» ao Orçamento de Sócrates. Carlos César não hesitou em fazer, e bem, a «defesa dos interesses dos Açores e dos açorianos no âmbito da proposta de Orçamento de Estado»(disse-o, literalmente nestes termos, o porta voz de serviço André Bradford). Porém, este estandarte de intransigente defesa dos interesses dos Açores cedo tombou pela mão do Primeiro Ministro. Logo depois do «pronunciamento» de César o Primeiro Ministro asseverou que o voto dos deputados Açorianos na Assembleia da República seria «certamente» favorável à aprovação do Orçamento de Estado! Assim, com um só golpe o Eng.º José Sócrates decepou qualquer vontade de insurreição insular contra o Orçamento de Estado. Este prossegue com o reforço da asfixia financeira das Regiões Autónomas e dos Municípios engendrando ao mesmo tempo uma engenharia orçamental canalizada para o sumidouro da OTA e da «alta velocidade». Para justificar esta política, embora num cenário diferente, o que se apresenta aos Portugueses é apenas uma remake do mesmo filme no qual os vilões são os suspeitos do costume, ou seja, as regiões autónomas, o poder local, a administração pública e os interesses corporativos. Marchando contra estes quatro cavaleiros do apocalipse deficitário o Eng.º José Sócrates emerge como paladino do centralismo. Mais uma vez será o Portugal periférico a pagar a factura do centralismo do terreiro do Paço que, com esta senda da OTA e a gesta da «alta velocidade», será um «centralão».

2. Com a habitual figura grave e seráfica Cavaco Silva regressou para ser, a bem da Nação, investido no sacrifício do cargo de Chefe de Estado. Cavaco emerge como «self made man» desligado dos interesses terrenos dos partidos, apesar de ser carregado em ombros pela actual direcção do PSD. Este apoio é porventura um incómodo na candidatura do homem cujo staff se esforça por fazer passar a imagem de que Cavaco está acima da vulgaridade mundana dos partidos, pairando angelicamente num nível superior de excelsas virtudes. Em absoluta congruência com esta lógica Cavaco Silva arregimentou uma notável Comissão de Honra, recheada de eméritos Académicos, e capitaneada marcialmente por Ramalho Eanes. Todavia, é impossível esquecer que Cavaco Silva foi um dos mais notáveis militantes do PSD, o mesmo PSD que repudiou recentemente com a opereta da «moeda má», e com outros deploráveis enredos que passaram pela exigência de retirar o seu fácies dos outdoors de campanha do partido que o serviu enquanto foi Primeiro Ministro. No resto se, por um lado, não restam dúvidas de que Cavaco Silva foi o melhor Primeiro Ministro de Portugal, por outro lado, não foi particularmente amistoso com as Regiões Autónomas. Logo, como Presidente da República não é de esperar que arrepie caminho no menosprezo que sempre ostentou pelas Autonomias e pelos custos políticos que estas importam. Sendo certo que Cavaco é o candidato da Direita não é menos verdade que não o é de toda a Direita, pelo que, a quem não se revê, e não se resigna, na jubilação que se prepara ao Cavaquistão só resta a alternativa digna de votar em branco.


3.
Quem também regressou às luzes da ribalta foi Américo Natalino Viveiros. Depois do extemporâneo abandono de Victor Cruz, Natalino Viveiros não perdeu a oportunidade de fincar pé e de viva voz apresentar-se à liderança do PPD/PSD Açores. Dele disse José San-Bento que seria «um excelente líder do PSD-Açores.». Seja como for, honra lhe seja feita pelo mérito de se apresentar directa e pessoalmente ao eleitorado laranja sem carecer da mediatização de vozes em surdina soprando alvíssaras aos órgãos de comunicação social. Porém, o desafio do PSD Açores não está centrado na liderança, mas sim na implementação Regional do Partido. Na verdade, o desafio de qualquer candidatura já não se presta à condescendente bonomia de incensar os pais fundadores desta Autonomia. Na inevitável ruptura geracional importa olhar com arrojo para o futuro onde não há lugar para um regresso ao passado, sob pena de o PPD/PSD Açores legitimar o Partido Socialista como o Partido único dos Açorianos. Assim, resta ao PSD Açores buscar uma solução inovadora e audaz, descomprometida com o mota-amaralismo, invicta até à data e popular entre o eleitorado jovem. No casting para este papel não ficaria mal, por exemplo, a figura de Duarte Freitas!

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JNAS na Edição de 25 de Outubro do Jornal dos Açores.

segunda-feira, outubro 24

FESTA MUNDIAL DA ANIMAÇÃO

Há 4 anos atrás, a ASIFA (Association internationale du film d'animation), a AFCA (Association française du Cinéma de animation) e algumas instituições de alguns países decidiram eleger o dia 28 de Outubro, como o dia mundial da animação. Com esta iniciativa nascia a vontade de, num dia comum, se propagar aos sete ventos a importância e a vitalidade deste género cinematográfico, o cinema de animação, nos seus diferentes formatos e nos moldes mais variados. A Casa da Animação inaugurou as suas instalações a 28 de Outubro de 2002, e juntamente com outros parceiros e instituições, como o Cinanima, a Animo Leve, a Câmara Municipal de Montemor-o-Novo, e tantos outros, tem procurado desvendar a magia do cinema de animação e dar a conhecer esta arte um pouco por toda a parte. A MUU-Produções integra este grupo desde 2003, ano em que celebrou pela primeira vez esta efeméride.

Em 2005 O Dia Mundial da Animação será celebrado nos dias 27 e 28 de Outubro, com sessões às 10h45 e 14h45, no auditório da Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada.

Dia 27 - 10h45 e 14h45
Best of E-Magiciens 2004
Extensão do festival de animação E-Magiciens [rencontres européennes de la jeune création numérique] que se realiza no norte de frança, em Valenciennes, há seis anos consecutivos, e é um espaço privilegiado para descobrir os trabalhos de fim de curso de jovens diplomados em escolas de animação digital e multimédia. Sob este pretexto
reúnem-se estudantes, diplomados, professores e responsáveis pedagógicos das principais escolas europeias do género.

E-Magiciens

- A.V. Savanne, de Couraud Hugues
- The microwave, de J Passerin, P Lopes, B Houtin, F Nhieu
- Nuit blanche, de D Etien, J Sales, J Servière, P Tricoire
- Loop, de J Rancoeur, Vincent Baertsoen, E Boyard, C Blanchard
- Sweatmaster: song with no words, de K Kotila, T Malakias
- Overtime, de O Atlan, T Berland, D Ferrie
- Poteline, de Chloé Miller
- Dragon slayer, de Robert Kuczera
- Poules Quies, de Kaï Lydecken
- Hernando, de T Bernos, J Haupert, N Lesaffre
- Motus et bouche cousue, de A Liv, G Mougne, C Veith
- Rue des Abattoirs, de M Brisebras
- True color, de B Bey, P Ducos
- Twin on speed, de Sanlaville Mickaël
- La migration bigoudenn, de C Eric, H Alexandre, T Fafah
- No limits, de W Heidi, P Anja, S Max

Dia 28 - 10h45 e 14h45
Cartoon d'Or 2005
O 'Cartoon d'Or' é o único prémio europeu unicamente destinado a filmes de animação realizados na Europa. Os 5 nomeados são selecionados entre os 6 mais relevantes festivais de animação europeus: Holland Animation Film Festival de Utrecht (Holanda), Cinanima (Portugal), I Castelli Animati (Itália), Anima - Bruxelas (Bélgica), Animated Encounters - Bristol Animation Film Festival (Reino Unido) e Festival International du Film d'Animation d'Annecy (França).

Cartoon d'Or

- City Paradise, de Gäelle Denis
- Falling, de Peter Kabott
- Flatlife, de Jonas Geirnaert
- Jo Jo in the stars, de Marc Craste | vencedor do Cartoon d?Or 2005
- Little Things, de Daniel Greaves

Nos Açores esta festa é também celebrada em:

Santa Maria | AJISM | 28- Out - exibição do Cartoon d'Or 2004-2005
Início do festival Animaria [de 28 Out a 6 de Nov]
e
Horta | Cineclube da Horta | 30-Out, no Cine Teatro Faialense

genial

Uma Queda à Esquerda.

FANTAS CONCURSO #7

A semana Fantasporto 2005 começa a 25 de Outubro.A partir de hoje e até ao dia 30, postarei uma imagem/dia de 1 actor/actriz que após passarem pelo do bisturi do Photoshop foram transformados em zombies.O leitor que conseguir descobrir o maior número de nomes dos actores caracterizados ganha 2 entradas para a última noite da Semana Fantasporto.
Foto nº7


fitas

Millions Durante a mudança da libra para o euro no Reino Unido, uma mala cheia de dinheiro vai parar às mãos de dois rapazes: Anthony, de 9 anos, e Damian, de 7, que perderam a mãe. Mas como é que dois rapazes esperam gastar um quarto de milhão de libras numa semana? Será que o conseguem gastar antes de perder valor? E será que acabarão por perceber que o dinheiro não pode comprar o bem mais valioso de todos: a felicidade... "Milhões" foi realizado por Danny Boyle, o realizador de "Trainspotting". Esta semana no Cine Solmar.

viagem pelo Planeta Açores

Este Chá está a precisar de açucar.

domingo, outubro 23

FANTAS CONCURSO #6

A semana Fantasporto 2005 começa a 25 de Outubro.A partir de hoje e até ao dia 30, postarei uma imagem/dia de 1 actor/actriz que após passarem pelo do bisturi do Photoshop foram transformados em zombies.O leitor que conseguir descobrir o maior número de nomes dos actores caracterizados ganha 2 entradas para a última noite da Semana Fantasporto.

Foto nº6

sábado, outubro 22

Na pausa do soundcheck de Cyrus Chestnut e David S. Ware tempo para um regresso ao calhau da Atalhada. Água magnífica - Temperatura cristalina. Para voltar - sempre - até que os ossos me doam.

FANTAS CONCURSO #5

A semana Fantasporto 2005 começa a 25 de Outubro.A partir de hoje e até ao dia 30, postarei uma imagem/dia de 1 actor/actriz que após passarem pelo do bisturi do Photoshop foram transformados em zombies.O leitor que conseguir descobrir o maior número de nomes dos actores caracterizados ganha 2 entradas para a última noite da Semana Fantasporto.

Foto nº5

sexta-feira, outubro 21

FANTAS CONCURSO #4

A semana Fantasporto 2005 começa a 25 de Outubro.A partir de hoje e até ao dia 30, postarei uma imagem/dia de 1 actor/actriz que após passarem pelo do bisturi do Photoshop foram transformados em zombies.O leitor que conseguir descobrir o maior número de nomes dos actores caracterizados ganha 2 entradas para a última noite da Semana Fantasporto.

Foto nº4

FANTABULÁSTICO

Eram 00h00 em ponto quando um feitiço lançado ao sistema informático de uma gráfica local, fez desaparecer uma página do suplemento especial com toda a programação da SEMANA FANTASPORTO 2005 substituindo-a por uma página clone.
Logo pela manhã uma poderosa contramágica anulou o feitiço e reativou todo o sistema.
Assim:
Amanhã, sábado, com o JORNAL DOS AÇORES suplemento especial com toda a programação Programação, sinopses, fichas Técnicas , tudo o que precisa saber para programar antecipadamente as suas noites de 25 a 31 de Outubro no Teatro Micaelense.

quinta-feira, outubro 20

FANTAS CONCURSO #3

A semana Fantasporto 2005 começa a 25 de Outubro.
A partir de hoje e até ao dia 30, postarei uma imagem/dia de 1 actor/actriz que após passarem pelo do bisturi do Photoshop foram transformados em zombies.
O leitor que conseguir descobrir o maior número de nomes dos actores caracterizados ganha 2 entradas para a última noite da Semana Fantasporto.

Foto nº3


















Ps: Reunião do satff :ilhéu, que certamente será prolongada, obrigou à antecipação deste post.

TORRES DE MARFIM

«(...)os blogues podem finalmente realizar, a uma escala nunca imaginada, a utopia democrática de permitir aos cidadãos em geral intervir directamente nas assuntos da polis. Ao contrário dos media tradicionais, que são instituições ou empresas com a sua agenda própria, que condiciona necessariamente os seus jornalistas (desde logo no momento da sua escolha), os blogues, mesmo quanto colectivos, são exercícios puros de liberdade individual.

...A blogosfera não parece ser uma moda, condenada a desaparecer como outras. A sua relevância é crescente, e estimável, particularmente na esfera política. Mas, por enquanto, dada a sua reduzida dimensão e influência, é pelo menos excessivo falar num «novo poder». Só o tempo pode dizer se algum dia o será.»


Estas são as palavras de Vital Moreira, um emérito Académico da Universidade de Coimbra -(ele próprio blogger no Causa Nossa)- que foi capaz de do alto da colina da «alma mater» vislumbrar e perceber a realidade. Fê-lo neste excelente post e crónica do Público de 23 de Agosto, como aliás o tem feito diariamente no seu blog, e semanalmente no Jornal onde escreve.

Lamentavelmente, outros Académicos fecham-se nas guaritas das suas torres de marfim protegidas contra a vulgaridade do mundo que os cerca. Vem isto a propósito de ter ficado «menente» com a doutrina de utilização dos servidores informáticos da Universidade dos Açores que vedaram o acesso dos respectivos utilizadores a esse vil mundo cibernético da blogoesfera ! Quando a modernidade e a «sociedade da informação» recomendam uma relação de proximidade entre as Universidades e a realidade mundana ainda há quem faça uso de bafientos hábitos monásticos que se revelam em tiques autocráticos como este de filtrar, censurar, e proibir o acesso à blogoesfera, como se esta fosse uma obscenidade pornográfica!

FANTAS : INFO

Amanhã com o JORNAL DOS AÇORES
suplemento especial com toda a programação da SEMANA FANTASPORTO 2005. Programação, sinopses, fichas Técnicas , tudo o que precisa saber para programar antecipadamente as suas noites de 25 a 31 de Outubro no Teatro Micaelense.

reposição

O Regresso [parte 5].

em exibição

A Demissão [parte 2].

videoclube

Para dias como os que, nesta última semana, pairam pelas ilhas uma das hipóteses para fugir ou salvaguardar o neurónio - da extinção - será o de rentar uma fita de preferência soft sem ser porn mas com tendência a light. Chegou-me por via amiga o último de Wes Anderson - The Life Aquatic with Steve Zissou. Este "Peixe Fora de Água" tem por base a vida do oceanógrafo Jacques Cousteau revista de forma surreal e original. Uma muito agradável surpresa. E, claro, conta com a música deste Sr. que tocará por no próximo mês. A descobrir.

uma hipotética cura para a Bruma

Eu hoje preciso de uma FNAC!

quarta-feira, outubro 19

Para todos os Sickos residentes - novas do Sr. I Hate America because I Love It algures em meados de 2006. Cá o esperamos. O JN espera aqui.

DEMORA MUITO ?



FANTAS CONCURSO #2

A semana Fantasporto 2005 começa a 25 de Outubro.
A partir de hoje e até ao dia 30, postarei uma imagem/dia de 1 actor/actriz que após passarem pelo do bisturi do Photoshop foram transformados em zombies.
O leitor que conseguir descobrir o maior número de nomes dos actores caracterizados ganha 2 entradas para a última noite da Semana Fantasporto.

Foto nº2

terça-feira, outubro 18

FANTAS CONCURSO

A semana Fantasporto 2005 começa a 25 de Outubro.
A partir de hoje e até ao dia 30, postarei uma imagem/dia de 1 actor/actriz que após passarem pelo do bisturi do Photoshop foram transformados em zombies.
O leitor que conseguir descobrir o maior número de nomes dos actores caracterizados ganha 2 entradas para a última noite da Semana Fantasporto.

Aqui vai a 1ª.

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O futuro da bola em Alvalade já não passará por Peseiro. Apenas a assumpção do óbvio. Talvez, tarde demais...

Estado deste Blogger

eu não estou moribundo, estou mudançasundo.

CHERCHEZ LA FEMME # 5




MADELEINE PEYROUX


Esta mulher é mentira. Para começar nasceu em Atenas, na Georgia. A voz trai a origem sulista, mas quando a ouvi na rádio julguei que fosse negra. Lembrava a Billie Holiday e passava pela Eartha Kitt. Chovia a potes cá fora e resolvi encostar o carro junto à estátua do Marechal Rochambeau, que aos não sei quantos de 1780 desembarcou em Newport à cabeça das forças francesas que ajudaram a libertar a América. E encantou-me a circunstância de ouvir a Madeleine, certamente trisneta de Confederados, naquele ponto tão gaulois de Narrangasett Bay, ao compasso dos limpa brisas.

Em 1996 editou um CD, Dreamland, muito bem acolhido pela crítica. Assustada, Miss Peyroux recolheu à toca, o que não deixa de ser bom sinal. Oito anos depois, em 2004, lá torna a dar um ar da sua graça com Careless Love, cuja audição recomendo vivamente aos apreciadores de boas interpretações. As covers que a mulher faz de temas do Leonard Cohen e Bob Dylan são autênticas pérolas de cultura. Nas lojas da especialidade, costuma parar pelas prateleiras do Jazz e quinta feira próxima toca no Festival Pulsations de Nancy.

Ponta Delgada, que até é geminada com a cidade de Newport, podia seguir o exemplo da sua irmãzinha e organizar qualquer coisa inspirada no modelo do Newport Jazz Festival. Ou será que as geminações só servem para trocar medalhas e cumprimentos?
Pelo menos decidam-se a trazer cá a Madeleine porque, apesar dos seus ares de Mafalda Veiga, eu acho-a linda de morrer.

segunda-feira, outubro 17

«A verdade da mentira»

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Mestres na marcial arte da guerrilha verbal os legionários do Bloco de Esquerda foram lestos a fazer passar a mensagem que em Ponta Delgada a candidata Lúcia Arruda fora eleita para a Assembleia Municipal depois da recontagem dos votos. Com a habitual liturgia moralista do Bloco os seus dirigentes insinuaram que só depois de uma intervenção da Assembleia de Apuramento Geral é que foi possível eleger a «irmã» Lúcia para a Assembleia Municipal.

Eco dessa pregação foi, designadamente, o Jornal dos Açores do passado dia 12 de Outubro que, sob o título «Lúcia Arruda eleita depois da recontagem de votos», noticiava que a «eleição foi conseguida depois da Comissão de Apuramento Eleitoral, que procedeu à recontagem dos votos ter validado vários boletins que tinham sido anulados no domingo à noite.». Parangonas de idêntico calibre correram também pela Blogoesfera local. Em suma, para o leitor menos avisado fora lançada a isca sugerindo que tinha sido reparada uma ardilosa injustiça que vedara o caminho do Bloco ao assento a que tinha direito na Assembleia Municipal de Ponta Delgada. Apesar desta manobra de desinformação o facto é que a mesma não corresponde à verdade. A verdade é que, as contas do BE foram porventura baseadas nos dados do STAPE, cujo site foi afectado pelo «choque tecnológico» apresentando assim dados desfasados da realidade. A verdade esgota-se na circunstância de que a deputada Lúcia Arruda foi eleita com os votos que efectivamente tinha nas urnas! A verdade é que, na contabilidade geral dos votos nulos, reapreciados no apuramento geral para a Assembleia Municipal de Ponta Delgada, foram recuperados para o PPD/PSD sete votos, para o PS dois votos, e para o BE zero. A verdade é que Lúcia Arruda foi eleita por via do método de hondt e com os 791 votos que o BE alcançou num universo de 24.356 votantes! É com esta base eleitoral, e esta verdade, que Lúcia Arruda foi eleita num sistema que proporcionalmente se julgou equitativo aquando da elaboração da Lei Eleitoral.

Como diria o saudoso António Variações -(que não sendo políticólogo não deixou de nos legar algumas rimas a usar à la carte)- o que importa mesmo em qualquer sistema é «dar o direito a toda a voz» para termos «esse respeito que queremos para nós». Assim, a pluralidade de qualquer Assembleia é uma mais valia da mesma, e só se espera que novel deputada municipal saiba honrar a inteligência criativa e crítica que se agregou no vasto rol de intelectuais que compuseram as listas do Bloco em Ponta Delgada. Será que ouviremos o concerto dessa vasta equipa que o BE soube arregimentar ou, sem qualquer demérito para as respectivas solistas, o Bloco ficará bloqueado no dueto da Energia Alternativa de Lúcia Arruda e Zuraida Soares?

...
Post-Scriptum: Juntando-me ao coro de indignados pela eleição de Fátima Felgueiras e demais tralha similar não consigo contudo compreender as vitórias fulgurantes de tais criaturas! Será que as respectivas bases eleitorais são menos esclarecidas? Será que a motivação de voto foi contaminada por uma espécie de síndroma de Robin Hood? Será tal fenómeno a revelação de uma vontade de canonização popular dos Santos da casa? Se lá diz o aforismo popular que o Povo tem sempre razão, o mesmo povo não deixará de questionar nos próximos quatro anos a validade de outro ditame popular: Será que o crime compensa?
...

JNAS na Edição de 18 de Outubro do Jornal dos Açores

CURTAS E RÁPIDAS #2



Nunca achei muita graça ao João Vieira Pinto, nem mesmo quando ele vestia de vermelho, mas devo reconhecer-lhe uma frase sábia: prognósticos só no fim do jogo. Agora que a roleta autárquica já parou, é tempo dos jogadores trocarem as fichas no Caixa. A vaga sísmica dos resultados eleitorais atingirá maior amplitude no PSD, o que não deixa de ser perversamente curioso, mas o equilíbrio de forças interno no PS também abanou com as vitórias em Angra e na Praia da Vitória. Creio que Carlos César tem todas as razões para sorrir na reunião de hoje à tarde no Hotel Faial. As pétalas concelhias da rosa não são assim tão despiciendas: a Horta aguentou-se, a Terceira é de uma só cor, o Corvo foi reconquistado e Santa Maria está de pedra e cal. Isto para não falar de um detalhe muito importante: a jóia da coroa poderá ser do PSD, mas o aro que a envolve está não mãos do PS. Se os Presidentes da Lagoa e da Ribeira Grande, seguindo o previsível exemplo dos seus colegas de Angra e da Praia da Vitória, atinarem numa política estratégica de cooperação inter-municipal, o concelho de Ponta Delgada não tem outro remédio senão seguir-lhes o exemplo. Cabe agora ao correr do tempo dizer-nos se a vitória de Berta Cabral foi, ou não, como a de Pirro.

domingo, outubro 16

TOQUE DE FINADOS

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Foi com profundo pesar que ouvi incrédulo um decano da blogoesfera sentenciar : «o Ilhas está moribundo»!

Gravemente tocado por tal diagnóstico atirei-me a cogitar sobre a bondade do mesmo até porque, como se sabe, qualquer doente desenganado tem a sua fase de rejeição «aos dias contados» que lhe foram creditados no diagnóstico. O certo é que a etiologia de tal estado de saúde do blog encontra alguns sinais alarmantes que não podemos ignorar. Por exemplo, quando o impulsivo Ezequiel afirma recorrentemente que este blog está «chatinhe», ou quando o pertinente Rui Coutinho desaparece dos comments, é caso para pensar duas vezes. Seria por certo fastidioso e de um prazer mórbido desfiar toda a etiologia do fungo que aparentemente transformou o Ilhas num zombie. Há quem diga que a culpa é das mulheres ou até da falta delas neste blog, mas o certo é que até hoje todos os contactos efectuados para preencher a quota feminina disponível foram um fracasso. Pessoalmente tenho muito orgulho neste blog e na sua equipa por isso acho que o mesmo merece um tratamento digno. Assim, unilateralmente e de modo revolucionário(!), gostaria de sondar os nossos leitores : Será que vale a pena eutanasiar o Ilhas agendando com pompa e circunstância o seu funeral para o dia do seu 2º aniversário ? ...ou em alternativa : Será que vale a pena continuar com a galhardia dos nossos pergaminhos e fazer uma II Grande Gala do Ilhas ?

Eu cá voto já na segunda opção, mas fico à espera do vosso feedback ou do toque de finados.

00h45

Ontem a felicidade estava estampada em muitos rostos. E este lagarto sem perceber nada do que se passava...

sábado, outubro 15

VOX POPULI



CARLOS CARREIRO
Pirilampos visitam Rainha de Copas
2002 - Óleo sobre tela

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«Nós somos oposição ao governo. Não somos oposição a Portugal.»
Marques Mendes, quinta-feira, 6 de Outubro algures na SIC Notícias.

«Quem me dera que os Governos tivessem mais olho para o grande plano do que para os soundbites e o que vai dar na televisão à noite, as audiências e tudo isso.».

Neil Young, sexta-feira, 7 de Outubro na Y.

«Hoje é dia de festa. Amanhã é dia de trabalho.».

Berta Cabral, Domingo, 9 de Outubro algures na sua declaração eleitoral.

«(...)»

José San-Bento, Domingo, 9 de Outubro algures no VIP Hotel e sem direito ou vontade a declaração eleitoral.

«A mensagem dispersou-se e pulverizou-se, o programa saiu atrasado, os cartazes foram considerados atrozes e da inteligência do candidato esperava-se mais do que invectivas populistas, propostas esparsas e sociais, uma arenga política frouxa, denúncias e irascibilidade.».

Clara Ferreira Alves, a propósito de Manuel Maria Carrilho, sexta-feira 7 de Outubro no Expresso.

...«Não houve Bárbara que lhe valesse.».

José Borges, sexta-feira 14 de Outubro no Jornal dos Açores.

«Em diferentes épocas, por diferentes razões, sempre tidas como essenciais,«para que a Justiça e a moralidade sejam reposta e a República não continue a ser escarnecida», houve quem defendesse a inversão do ónus da prova. Primeiro para alguns arguidos. Depois para mais outros. Depois...era tarde de mais.».

Helena Matos, Sábado 7 de Outubro no Público.

«O governo do choque tecnológico deve uma explicação rápida ao país sobre o colapso ocorrido nos sistemas informáticos que atrasaram o processo de apuramento eleitoral.».

José Manuel Fernandes, segunda-feira 10 de Outubro no Público.

«As campanhas não foram interessantes nem vagamente educativas. Pelo contrário houve cenas abjectas (caso dos vales de 100 euros distribuídos na Lagoa) e outras de mau gosto (caso do esfomeado burrico de Ponta Delgada).».

Victor Hugo Forjaz, sexta-feira, 14 de Outubro no Açoriano Oriental.

«...quer queiram quer não, Berta Cabral, está com muita popularidade no seu concelho e nos Açores. Nem Carlos César conseguiria vencê-la para a Câmara de Ponta Delgada.».

José Borges, sexta-feira 14 de Outubro no Jornal dos Açores.

...

quarta-feira, outubro 12

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Em Ponta Delgada há nulos (245/1,01%) que afinal não se anulam. O BE acaba de eleger (num pedido de recontagem!!!) um dos objectivos traçados para estas autárquicas - 1 mandato na Assembleia Municipal. A democracia por vezes pega à 2ª!...

aviso à navegação

Moleskine à venda em Ponta Delgada na Livraria Solmar - já tenho agenda para 2006!

segunda-feira, outubro 10

...ADEUS BASTIÃO

A campanha eleitoral do PS à câmara municipal de Ponta Delgada foi sempre uma expedição contra a Dr.ª Berta Cabral e nunca uma campanha positiva a favor do Município e dos Munícipes desta cidade. Na verdade, toda a militância dos «jovens turcos» do Partido Socialista foi personalizada no acinte contra a figura da actual presidente da câmara municipal de Ponta Delgada. Além disso, a campanha do Partido Socialista foi incapaz de revelar, afirmar, e muito menos debater com credibilidade, o seu «projecto» para a cidade. Essa realidade acantonou o resultado eleitoral dos Socialistas em Ponta Delgada à expressão percentual dos indefectíveis do Partido da Rosa, que hoje estarão por certo inconsoláveis com a «vitória psicológica» que lograram alcançar com José San-Bento.

Hoje, como sempre, a política também se faz de curriculum e credibilidade, pelo que, junto de um eleitorado esclarecido uma campanha inepta para afirmar o seu «projecto» - (e isto presumindo com alguma bondade que existia de facto um «projecto») - é um nado-morto em termos políticos.

Hoje, como sempre, em política, para quem aceita o princípio Democrático, vale em toda a linha o aforismo popular de que o povo tem sempre razão. Além disso, numa dimensão personalista, «um homem - um voto» é uma realidade que merece de todos os poderes o devido respeito. Serve isto para dizer que, independentemente do mapa bicolor do nosso municipalismo, o Poder Regional deve olhar com equidade e respeito para os eleitores e para as populações de todos os municípios. Estes valem o que valem, e nunca deverão ser sobrevalorizados ou diminuídos por serem de cor diferente de quem está no poder, mesmo que o poder diga que uma autarquia Socialista vale por duas. Nalguns casos seria até possível hiperbolizar essa equação, designadamente no caso da Fajã de Baixo, elevando ao triplo esse valor. Na verdade, pela tabuada de Carlos César, a Fajã de Baixo representava um valor seguro de tradição Socialista coeva dos tempos das primeiras eleições democráticas, tinha uma excelente relação com o Governo Regional, e apostava no reforço dessa relação com a participação do próprio Carlos César como n.º 3 da lista à Fajã de Baixo. Apesar deste valor inato e da despudorada governamentalização das eleições autárquicas, o Partido Socialista averbou uma simbólica e amarga derrota na Fajã de Baixo. Foi uma derrota que valeu por duas vezes já que não só saiu derrotado um dos símbolos vivos do poder local Socialista como, ao mesmo tempo, importou uma derrota pessoal e directa do Presidente do Governo Regional dos Açores que concorria a Tesoureiro da Junta de Freguesia da Fajã de Baixo!

A conquista do mais antigo bastião Socialista nos Açores importa para o PSD uma elevada responsabilidade para com os cidadãos da Fajã de Baixo, mas estes não deixarão de fazer lembrar ao PSD que mesmo no cenário mais improvável é possível vencer e conquistar o poder por mérito próprio.

Quanto a Ponta Delgada é manifesto que a vitória do PSD, porventura em termos percentuais com um dos maiores scores eleitorais do País, é a afirmação do reconhecimento popular pela forma como a Dr.ª Berta Cabral honrou a sua própria palavra que soube materializar em obra feita. Com efeito, com uma percentagem eleitoral acima dos 67 % dos eleitores votantes, com o acrescento de mais dois Vereadores à sua equipa de trabalho, e com a vitória em 21 das 24 freguesias do Concelho, a Dr.ª Berta Cabral tem um capital político que não pode ser desperdiçado pelo PSD.

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JNAS na Edição de 11 de Outubro do Jornal dos Açores.

boas prendas


thanks

descontenção

+ resultados aqui. Comentários reservados para as próximas horas/dias.

sexta-feira, outubro 7

Luto









1 grande abraço - Descanse em paz

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Como estou de abalada vou mais cedo para reflexão. Aqui e para o que importa, é com pesar que concluo que os ecos da campanha autárquica na Blogoesfera foram, no geral, paupérrimos. Lamento ainda com profundo pesar que tenha estado ausente durante a campanha o irrequieto cidadão Nuno Foguetabraze Barata...por certo teria dado o seu habitual contributo acutilante e livre. Fica a esperança de que aquando das Presidenciais não se lembre de fazer um Cruzeiro aos fiordes do Norte da Europa ou aos Glaciares da Patagónia.

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BELIEVE IT OR NOT !

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Deputado Pedro Gomes (PSD): Sr. Presidente,
Srs. Deputados:Eu ia dirigir-me ao Sr. Secretário da Presidência, que não está na sala. Aliás começa a ser um estranho hábito. Eu falo de saúde e o Sr. Secretário dos Assuntos Sociais não está. Quero responder ao Secretário Regional da Presidência e ele não está...


Vice-Presidente do Governo Regional (Sérgio Ávila): Sr. Deputado, ele foi à casa de banho. O senhor não vai à
casa de banho?


O orador:...mas eu guardei
para uma próxima intervenção a resposta ao Sr. Secretário da Presidência.


Deputado Francisco Coelho(PS): Vá à casa de banho dos homens.

O orador: Seja delicado,Sr. Deputado.Isso não lhe fica bem!


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Lida esta argolada no Expresso das Nove convenci-me que a mesma era apenas mais uma ficção. Descrente ainda fui, com alguma ingenuidade, confirmar na fonte a veracidade da mesma?e pasme-se que os factos foram tal e qual os que estão relatados na argolada e no diário das sessões da Assembleia Legislativa Regional. Para que conste o Dr.º Francisco Coelho, autor desta pérola de humor de latrina, é o líder parlamentar do PS na Assembleia Legislativa Regional?de facto, mesmo na oposição, merecíamos políticos melhores.

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quarta-feira, outubro 5

VOX POPULI

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A semanada de excitações e reflexões, acondicionada entre aspas, para guardar e, de vez em quando, revisitar na persistência da memória




TIAN
KLM Shark (Acrylic on Canvas.2004)
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«A agitação social está a ser criada por trabalhadores que compõem a classe média (por vezes classe média alta), com segurança de emprego, detentora de direitos sociais que não estão ao alcance da grande maioria dos cidadãos e mesmo de privilégios chocantes à luz da situação que o país vive.».

Boaventura Sousa Santos, quinta-feira, 29 de Setembro na Visão.

«Uma greve na Justiça não incomoda ninguém: para aqueles que esperam um ano por um simples despacho e dez por uma sentença, uma semana de greve de juizes, magistrados do Ministério Público e funcionários judiciais não incomoda rigorosamente nada.».

Miguel Sousa Tavares, sexta-feira, 30 de Setembro no Público.

«Procurar fazer crer que a justiça portuguesa é passível de acordos ou até subornável é o ataque mais hediondo ao Estado de direito que jamais li e ouvi.».

«O jogo perigoso que está a ser estabelecido entre alguns inspectores da Judiciária e alguns jornalistas tem de ser denunciado.».


Fátima Felgueiras, sexta-feira, 30 de Setembro no Público e ao abrigo do direito de resposta.

«José San-Bento escolheu a hora de ponta para, com a utilização de dois burros (mãe e filho) demonstrar que os animais andam mais depressa que os carros... Os dois burros ? Maria e Celestino - , vindos da Freguesia da Lomba da Maia, andaram ao longo do passeio da Avenida causando espanto e riso aos peões.».

Ana Paula Fonseca, no Jornal de Campanha ? Ponta Delgada, sexta-feira 30 de Setembro no Açoriano Oriental

«Demonizar Cavaco só o ajuda. As pessoas já não vão em lendas. Nem os comunistas comem criancinhas ao pequeno almoço, nem há a ameaça da Direita reaccionária fascizante.»

Judite de Sousa, Sábado 1 de Outubro no Jornal de Noticias.

«Freud foi-se! Freud não explica mais nada, a gente toma um Prozac e vai à luta.»

Miguel Falabella, Domingo 2 de Outubro na Pública

«Também na política é curta a vida das borboletas.».

Fernando Rosas, quarta-feira 5 de Outubro no Público.
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ÓNUS

Haverá coragem política!?

requalificar

Este é provavelmente uma dos chavões mais propagandeados no léxico destas autárquicas. Mas, será que os políticos sabem o que realmente significa!?

terça-feira, outubro 4

CURTAS E RÁPIDAS #1

Li hoje, com satisfação, o seguinte título do Açoriano Oriental em caixa alta: César quer rever papel da FLAD nos Açores.
De acordo com a notícia, Carlos César solicitou por escrito ao Primeiro-ministro que, entre outras coisas, o Conselho de Administração da FLAD passe a integrar um membro indicado pelo seu Governo.
Só não percebo é porque é que o Presidente do Governo Regional demorou quase dez anos a escrever esta carta. Tarde é o nunca, já sei, mas há outra coisa ainda que também não percebo: porque é que ao fim de tanto tempo, de tanta cerimónia, se reclama apenas um assento no Conselho de Administração?
O que não falta aí são Cardeais açorianos que bem poderiam ocupar a cadeira de São Pedro na Rua do Sacramento à Lapa 21, 1249-090 Lisboa.

É dos óculos...

Entre surfistas há duas expressões muito utilizadas e que, normalmente, andam em conjunto. "Altas": para designar um mar com boas ondas; e "É dos óculos": para brincar com alguém que diz que estão altas quando o mar está flat ou insurfável. O olhar de quem observa é único e intransmissível. E nunca a mesma onda será vista da mesma maneira por dois surfistas diferentes. Tudo está na forma e no espírito de quem observa. Mas, outra coisa que os surfistas aprendem com o tempo é a importância de uma perspectiva abrangente sobre os assuntos. Uma boa onda está dependente de uma tal infinidade de variáveis que não pode ser vista apenas como uma boa onda. A temperatura do mar, a velocidade e direcção dos ventos, o relevo marinho, a maré, o crowd, são apenas alguns dos aspectos que podem tornar uma boa onda má, ou uma má onda boa. Todos os surfistas sabem que nunca há apenas uma maneira de olhar para as coisas. Vêm este intróito surfistico a propósito do texto do meu companheiro João Nuno aqui em baixo. O João Nuno certamente que está a olhar para o país com óculos diferentes dos meus. Meu Caro João Nuno, não te ofendas, mas querer sugestionar que o mal da nação é culpa da senhora Felgueiras e do Eng. Sócrates é um inacreditável cinismo só explicável pela clubite partidária. Tu sabes, todos sabemos, que a profunda crise pela qual o país está a passar é um mal da sociedade em geral e só uma manifesta desonestidade pode explicar que se destaque do lodo comum da corrupção em que o país está mergulhado a Sra. Felgueiras, deixando propositadamente de fora os Srs. Avelinos, Isaltinos, Valentins, ou outros. Isto só para falar nos casos que já foram tornados públicos. Tu sabes, todos sabemos, que com toda a certeza existem por este país fora, regiões autónomas incluídas, muitos outros casos iguais ou piores do que estes e que só têm a diferença de ainda não estarem na boca do mundo. A vergonhosa e perigosíssima promiscuidade dos poderes públicos autárquicos com os chamados construtores civis é uma das mais devastadoras causas da crise pela qual o país passa neste momento. Tu sabes isso e nós também sabemos. Isto já para não falar no terrível culto da personalidade que se transformou na arma de campanha preferida de certos candidatos e certos partidos. Ao contrário do que nos ensina a geografia, parece que estamos cada dia mais perto da América Latina. Pena que seja só naquilo que a América Latina tem de pior. Mas se calhar sou só eu que estou a olhar para isto com outros óculos diferentes dos teus. Na vida, como no surf, tudo depende do olhar de quem observa.

FELGUEIRIZAÇÃO

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Por mais que se abomine a vulgaridade das teorias da conspiração, tão em voga por força dessa virose literária do «Código da Vinci», somos compulsivamente tentados a olhar para o caso Fátima Felgueiras como uma verdadeira «cabala» na qual uma urdidura de influências chafurdou com êxito o regresso «combinado» da mais mediática fugitiva de Portugal.

Qualquer cidadão medianamente «discreto» interroga-se como é possível esta «arguida» Felgueirense, com um palmarés acusatório que inclui vários crimes de peculato, participação económica em negócio, corrupção passiva para a prática de acto ilícito, prevaricação e abuso de poder, passar incólume pelas malhas do nosso ordenamento jurídico e regressar com um halo de beatitude que lhe permite ser candidata à mesma câmara municipal onde terá alegadamente cometido os crimes de que está acusada ?

O arrazoado de manobras é de tal forma folhetinesco que merece que se recapitulem os episódios anteriores. Após investigação da PJ emerge em Felgueiras um cenário que envolve a Fátima lá da terra numa teia de corrupção, promiscuidade com o Futebol, e um suposto «saco azul» com múltiplas utilidades e comodidades. Em Maio de 2003, e por mera coincidência, no mesmo dia em que o Tribunal da Relação de Guimarães decreta a prisão preventiva e confirma a suspensão de mandato de Felgueiras esta ruma ao «exílio» dourado em Niterói no Brasil !

Até aqui esta novela é enfadonha e a opereta só ganha ritmo quando, em meados de Julho de 2005, tem lugar a «combinação» que prepara o regresso de Fátima Felgueiras e a sua candidatura independente através do movimento «Sempre Presente» !

A partir daqui o enredo é um novelo de mistérios que o vulgar dos espectadores não consegue deslindar: Como é possível a fuga houdinesca sem que se tenha aberto qualquer investigação ao tráfico de influências que a permitiu e que, seguramente, terá um agente no Tribunal que passou a informação ? Como é possível, num caso deste calibre, com suspensão das funções da autarca constituída «arguida», e apesar de foragida à barra dos Tribunais, Fátima Felgueiras continue no dito «exílio» a receber o seu ordenado de Presidente de Câmara ? Como é ainda possível que apesar da acusação pública, da fuga e do afrontamento ao Estado de Direito, a mesma Fátima Felgueiras, ainda no Brasil, prepare a sua candidatura independente à câmara municipal de Felgueiras sem que juridicamente nada obste a tal falha do sistema ? Como é possível manietar de tal forma um Juiz que mesmo que este entendesse ser de revalidar a prisão preventiva da dita «arguida» ficaria desautorizado pelo estatuto desigualitário e excepcional da imunidade eleitoral ? Como é possível ver esta mesma Fátima Felgueiras retornar, vencendo-nos a todos, e ainda gozar do tempo de antena da RTP para debater a sua candidatura ?

É possível não só pelo sistema vigente mas também pelo apoio popular que estas personalidades conseguem obter. Bem o disse esta semana Miguel Sousa Tavares que «os que o povo adora nunca podem ser culpados dos crimes que o povo atribui normalmente aos políticos: apenas são vítimas de «cabalas» e «perseguições». Ora Fátima Felgueiras é isso mesmo e é ainda um cartoon que numa só personagem reúne o populismo de Evita Peron, a figura mediática de uma Princesa Diana de pacotilha, e os predicados hagiográficos de uma Santinha de trazer por casa ! Não tarda somará a estas qualidades a de ilustre participante em mais uma edição da «Quinta das Celebridades».~

Indiferente e soberbo José Sócrates olha em direcção a Felgueiras e apenas é capaz de dizer que «estranha» a decisão da Juíza que ordenou a libertação da antiga «compagnon de route». Efectivamente, o caso Felgueiras é para o nosso Primeiro Ministro um «fait divers» que não lhe tira um segundo às suas políticas socialistas de proletarização das forças armadas, de desqualificação das magistraturas, da subjugação e acantonamento dos professores deste País e, finalmente, mas não menos relevante do rol de amigos e companheiros a nomear para a máquina do Estado, desde o Tribunal de Contas até aos confins dos corredores de Bruxelas. Não tarda nada e teremos nas cenas dos próximos capítulos a Felgueirização de Portugal.~

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JNAS na Edição de 4 de Outubro do Jornal dos Açores
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sábado, outubro 1

e

por falar em contenção - isto de postar sem alusão à política tem que se lhe diga. Já só faltam -8 dias!...

Reporter X

[Furnas, São Miguel, Açores, Portugal - Setembro 2005] Não há Furnas sem Caldeiras e não há Cozido sem Ovos. Mas, daí à realidade prática...basta um pequeno grande esforço de contenção!...