segunda-feira, janeiro 16

Curto exercício de contraditório

...assim, há que exortar as virtudes salvificas do professor. Do grande especialista em finanças e conhecedor de dossiers que irá em passes de mágica incutir confiança no povo português. Efectivamente, e numa mitomania que não convence ninguém, Cavaco Silva engendrou um discurso de campanha centrado no seu umbigo e na delirante visão de que ele é o grande arquitecto de todas as reformas do Portugal Moderno e que só ele poderá, porque é filho de famílias pobres e muito trabalhador, levar Portugal para o Futuro. Sabendo que é apenas parte da história omite os episódios negros dos anos em que teve na mão o leme do país e aparece apostado em fazer passar a imagem de um homem de consensos coisa que nunca foi. A obsessão permanente em recusar o diálogo, a fuga ao debate político, que vai equilibrando com uma esperança mítica no futuro do país, mostra o deserto de ideias da campanha de Cavaco Silva, deixando no ar a triste miragem de que afinal o grande Salvador da República Portuguesa é um mero joguete nas mãos dos caciques do poder capitalista... um apparatchik laranja igual a tantos outros.

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