sábado, abril 7

CineClube

Little Children - Pecados Íntimos "Donas de Casa Desesperadas"? Em poucas palavras, e por causa de uma série de televisão, o subúrbio passou a caber dentro de uma bolha artificiosa. Não é por aí que "Pecados Íntimos" alinha. Nem pelo tom ""exploitation movie" de luxo" de "Beleza Americana" (Sam Mendes, 1999). Esse filme, e depois a série televisiva, tornaram o subúrbio artefacto pop, coisa assumidamente plastificada e susceptível de intervenções artificiosas (por Vasco Câmara in CineCartaz). Decidamente a não perder e em exibição, esta semana, no Solmar.

300 Ele houve a eleição de Salazar nos "Grandes Portugueses" e o cartaz do PNR no Marquês de Pombal, ele há a tentativa dos candidatos de centro-esquerda às presidenciais francesas em reconquistar o território nacionalista perdido há anos para Le Pen. Agora, chega "300", fita desenhada de raiz para reacender a urticária liberal que há em nós, relançar todas as polémicas sobre fascismos, reaccionarismos, libertarianismos e outros -ismos do século XX e, de caminho, fazer bilheteira que nunca mais acaba (como já aconteceu nos EUA, onde é um dos triunfos comerciais do ano). Espécie de "cocktail Molotov" lançado por um miúdo a brincar aos terroristas, "300" já levou a protestos iranianos (contra a descrição dos persas como um povo decadente e malsão), suspeitas de ser uma "encomenda" da administração Bush (apesar da sua fidelidade à BD de Frank Miller e Lynn Varley que lhe é francamente anterior) e acusações de fascismo militante. Tudo isto por causa de uma versão mais ou menos livre mas politicamente incorrecta de um episódio da antiguidade clássica, a Batalha de Termópilas, em que 300 valorosos soldados de Esparta resistem heroicamente às hordas invasoras da Pérsia. "300" é ao mesmo tempo elogio totalitarista e paradoxalmente idealisticamente liberal das virtudes masculinas e marciais, e exposição de video-jogo transformado em "tableaux" de acção e cinema de vanguarda. OK, mas é um bom filme? As coisas não são assim tão simples (por Jorge Mourinha in CineCartaz). A crítica é no "mínimo" arrasadora. No entanto, o tira-teimas exibe-se na Castelo Lopes.

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