quinta-feira, maio 31

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Porto de Ponta Delgada. 31.05.07. O navio em fundo passou todo o dia a debitar uma espessa nuvem de fumo sem que nada o impedisse. Aparentemente as restrições ao fumo em locais públicos aqui não se aplicam (!). Alguém se importou? Existirá alguma penalidade ambiental? Nãaao!..

Uma Sata “insuflada”

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Recentemente a "holding" das asas da Sata veio assumir a vontade de emancipar, parcialmente, a companhia aérea da tutela do Governo Regional. A palavra de ordem é privatizar, e em força, para injectar "capitais frescos" na Sata. Continuando a citar o Presidente do Conselho de Administração do Grupo Sata, o destino final da planeada privatização é oferecer aos Açorianos "acessibilidades mais fáceis e mais baratas". Nobre objectivo, aliás em sintonia com a peroração habitual sobre as "ilhas de coesão". Com efeito, que "coesão" existe quando, por exemplo, a partir de Ponta Delgada o destino Flores pode ascender a € 192, o Pico ronda os € 172 e Santa Maria, aqui em frente, custa a módica quantia de € 106 ? Com custos destes a "coesão" é apenas mais uma palavra vã na nomenclatura propagandística desta Autonomia. Mas, além-mar, os Açorianos também ambicionam vislumbrar outros territórios que não apenas o prometido pela ilha em frente. Embarcar nesse sonho, ou nessa necessidade, tendo como destino a "metrópole" custa ao cidadão destas ilhas aproximadamente € 240 ! Alternativas? Apesar de integrados nas regras da livre concorrência da União Europeia a alternativa, em regime de duopólio, oscila entre escolher as cores da Sata internacional ou voar na Tap que também opera nestas rotas à conta de um protocolo de "code-share". Como é de mediana evidência, nestas condições de "serviço público", o resultado não poderá ser deficitário. Na verdade, em regime de efectivo monopólio e com o tarifário vigente, a Sata, à conta dos Açorianos, tem vindo a ganhar músculo económico e financeiro para uma privatização. Ambiciona esta estratégia uma Sata "insuflada" - (para citar com rigor o Presidente do Governo Regional dos Açores) - e para isto, há largos anos, temos andado a contribuir para uma Sata "anafada" que assim se apresenta gulosamente aos apetites dos ditos "capitais frescos". Será que os "accionistas" involuntários desta empresa, contribuintes desta "dieta" da Sata, verão emagrecer os custos das "acessibilidades" ?
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JNAS in Crónicas Digitais do Jornal Diario

incontinências

A varanda do Bloco ganhou novo alento com o final anunciado das obras do extinto Largo de São João. No entanto, já solicitei às camaradas para que retirem as palavras de ordem por forma a que a empreitada ganhe, ela própria, confiança. De qualquer modo, e apesar das vontades, receio que a coisa se arraste Verão adentro...

Reciprocidade

Via Entramula.

quarta-feira, maio 30

Do Meu Rol de Blogs



Mário Laginha / piano
Bernardo Moreira / contrabaixo
Alexandre Frazão / bateria


Encomendado pela Trienal de Arquitectura de Lisboa 2007, “Espaço” é mais do que um belo disco de trio de piano jazz. A arquitectura é o tema que suporta esta música simultaneamente geométrica e orgânica: a ideia de estruturas regulares e irregulares, linhas contínuas e descontínuas, superfícies planas ou distorcidas, espaço e ausência de espaço é transferida para o mundo dos sons, resultando num opus único sobre a forma e suas contradições. São muitos os aspectos abordados: a configuração das ruas numa cidade (“Tráfico”), a claustrofobia (“Paredes Que Nos Rodeiam”) e o vazio (“Vazio Urbano”, precisamente o mote desta trienal) sendo apenas alguns deles, e não necessariamente com propósitos descritivos. O pianista e compositor português Mário Laginha acredita que há pontos de contacto entre os dois domínios, algumas coincidências conceptuais e até referências mútuas.
E tem toda a razão: o arquitecto-engenheiro-compositor Iannis Xenakis chamou certa vez à música “arquitectura líquida”, e ninguém melhor do que ele para o saber. Desde o exemplo de Xenakis, a arquitectura inspirou as criações de muitos autores contemporâneos, mas o jazz, de forma geral, manteve-se afastado deste tipo de interesse. Assim sendo, é um novo terreno que se abre para Laginha, um dos músicos mais respeitados e aplaudidos em Portugal. “Poderão dizer que a música deste álbum não é tão diferente assim da que já fiz, e espero bem que não. Mas posso garantir que sem o estímulo da arquitectura não seria a mesma”, diz Mário. Com ele estão o contrabaixista Bernardo Moreira e o baterista Alexandre Frazão, dois nomes fundamentais da cena jazzística portuguesa. Oiçam, que não se arrependerão.

Data de lançamento: 6 de Junho

Fonte: http://tremazul.wordpress.com/

3 em 1

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O Sr. Pinto de Sousa, afamado amador de jogging internacional, e nas restantes horas primeiro-ministro de Portugal, pode hoje honrar-se de ter, à sua imagem e semelhança, criado um "regime". Como isto da política, mesmo a de baixo calibre, é uma ciência, faço aqui, com a devida vénia, uso da pena dos mestres que recentemente traçaram, a régua e esquadro, a geometria deste "regime". O post é longo mas instrutivo. Está lá tudo !
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1.

"Perdoe-se-me o neologismo bárbaro com que quis misturar disparates e disparidades (de que não sou autor, bem entendido). Indo directo ao assunto, recordo que no tempo do Sr. Sampaio, presidente que se notabilizou pela golpada política de decretar a dissolução da AR quando nela havia uma maioria absoluta que apoiava o governo, a imprensa e os tudólogos habitualmente fazedores da triste opinião pública que temos, fustigavam diariamente, sem cessar e com vigor extremo, o Sr. Santana Lopes e mais o seu governo. Eram os "disparates" para aqui, as "trapalhadas" para acolá, o "clima de instabilidade" para acoli, a "confusão", eu sei lá, havia tudo menos identificação de concretos factos que pusessem em causa o regular funcionamento das instituições.

O dito Sr. presidente de então, entre verter umas quantas lágrimas por alma de um republicano antifassista qualquer falecido em Cascais aos 97 anos de idade, abifar uns croquetes e proferir uns discursos capazes de matar de tédio a direcção da Associação de Contabilistas da Brandoa, fingiu que hesitou e, quando lhe pareceu azado, ou lhe disseram que o era, pimba, dissolveu a AR.

O momento do ciclo político-eleitoral era o mais baixo para a maioria, a seita a que o indivíduo em causa pertence já tinha corrido com o invendável Ferro Rodrigues, e assim foi: com argumentos de "trapalhadas", "disparates", o "clima", a "confusão" e coisa e tal, capazes de matar de riso qualquer ser com cérebro, entregou-se o Poder à rapaziada. E os tais, os da "opinião pública", acharam bem, com eles não se toleram "disparates", "trapalhadas", "climas", "confusões" e outras coisas tão perniciosas ao bem público.

Ora, o chefe da comandita, antes da formalização do truque mediante eleições, e não fosse o Maligno tecê-las, prometeu pelas almas todas que não havia subida de impostos e que "havia vida para além do deficit", frase tomada de empréstimo ao tal presidente; dias depois de ser dono da governança desatou a subir os impostos como se não houvesse amanhã e há muito se não via.

Daí para cá, e assim muito pela superfície da memória, recordo-me de uma ministra da educação que sem corar afirmou haver não sei que sentença de um tribunal de Ponta Delgada que por não ser de um tribunal de Lisboa se não aplicava a Portugal; que anda a fechar escolas primárias a esmo por esses campos fora, a pretexto da poupança com isso obtida mas fazendo a pequenada correr montes e vales para ir para outras escolas em muitos casos piores; que no seu ministério alberga uma directora regional capaz de fulminar com processos e medidas disciplinares quem urda chufas a respeito do chefe; e em suma que quando abre a boca dá uma triste ideia do que já era a instrução nacional há coisa de uns trinta anos.

Lembro um ministro da economia (coisa bizarra...) que já anunciou o fim da crise, ao vivo e em directo; que foi à China explicar aos investidores de lá as vantagens do baixo custo de mão de obra em Portugal (lá chegaremos...); que muito recentemente, face à notícia de que determinada empresa ia desligar 500 postos de trabalho, tranquilizou os súbitos desempregados e a nação em geral com a notícia, tão boa quanto falsa, mas válida por um dia quase inteiro, de que a mesma empresa ia criar outros 250 perto dali.

Trago à lembradura um ministro das obras públicas que de cada vez que fala no projecto de um aeroporto de muitos mil milhões de óritos lembra o Vale e Azevedo a prometer reestruturação financeira e sucessos desportivos ao SLB, e pelo meio faz analogias com cancros e outras maleitas.
Ocorre-me um ministro da saúde que determinou a imperativa necessidade de taxas moderadoras para os abusadores que matam o ócio com intervenções cirúrgicas e internamentos hospitalares escusadas.

Rememoro um secretário de estado que num dia assegura a manutenção do congelamento das progressões de carreira e actualizações salariais dos funcionários públicos e agentes do Estado até aos idos de 2009 e no dia seguinte diz que esse aperto acaba já este ano.Assalta-me o espírito um ministro do interior que logo depois de passar à condição de candidato autárquico pugna pela necessidade de debate sobre o tal aeroporto, que na véspera assegurava ser coisa indispensável e bem decidida.

Assombra-me a recordação da quimera da redução das férias judiciais e os seus infalíveis efeitos benfazejos, que sem dúvida se evidenciarão antes do fim dos tempos; e, já agora, a notável persistência desse arreliante mas dispiciendo probleminha do processo executivo. Para não falar da tentativa de meter a vice-presidente do Tribunal Constitucional o boy jurídico de serviço há longos anos, em justa recompensa pelo seu muito esforço. Quando a coisa falhou, apesar de sempre ter sido metido a Juiz Conselhiero, em substituição da esposa, aproveitou-se a saída do outro para candidato autárquico e deu-se ao tal boy o Ministério da Administração Interna, pelo caminho ficando a nação a saber que por essa via a maçonaria trepava mais um bocadinho das escadas do Poder.Lembro, também, a escolha do ministro da justiça, cuja passagem por Macau, recheada de sucessos memoráveis, oportunamente relatados na imprensa, lhe não beliscou minimamente as notórias aptidões para o cargo.

E como esquecer o truque trapaceiro de uma Sr.ª governadora civil que marcou eleições à pressa para ver se atrapalhava umas candidaturas potencialmente prejudiciais ao seu candidato? Como não lembrar, neste contexto, o facto de há dias, segundo notícia não desmentida, um funcionário da PJ que agendara uma comunicação à imprensa, a propósito de uma pequena desaparecida no Algarve e que tem chamado por isso a atenção maciça da comunicação social, ter sido "aconselhado" pelos serviços do Ministério da Justiça a postergá-la (á comunicação...), pois que na hora prevista o candidato à Câmara de Lisboa iria fazer o anúncio da sua candidatura e do seu "programa"? Poderia olvidar, já agora, que num dia o IEFP assegurou que o desemprego descera em proporções homéricas, e logo no seguinte o INE garantiu que pelo contrário ele subira como nunca desde há 22 anos?
Há maneira de não recordar o Pina Moura, ex-ministro, ex-gestor-público, actual gestor de uma empresa que actua no mercado que tutelou enquanto ministro (e agora nessa qualidade fazendo críticas à legislação que em muitos casos aprovou quando tinha a outra)? E isso em cumulação com a gestão de uma outra, de comunicação e por acaso ligada ao partido espanhol homólogo do que por cá faz que governa?

E o "simplex"!? Hahahahaha! E os planos de investimentos grandiosos que viriam de magnâmimos estrangeiros salvar Portugal da crise? Hihihihihih! Só agora me lembro, valha-me Deus, da inenarrável história do curso aldrabado do Sr. Pinto de Sousa, das suas aventuras académicas, dos termos que não existem, dos professores quadruplamente regentes, das provas de "inglês técnico" e etc. Já não choca, que o governo de Portugal tenha por primeiro ministro um exemplar do bom e velho "doutor da mula ruça", essa figura tão pícara da literatura e do folclore pátrios!
Entretanto, todos os dias sou lembrado da continuada e brutal perda de poder de compra que me aflige, sem fim à vista, como a milhões de cidadãos.

"Trapalhadas"? "Disparates"? "Clima"? Náa... O Sr. Santana Lopes era um modelo de seriedade e rigor. Volte, que está perdoado. Comparado com o seu sucessor, é um fraco aprendiz da arte de semear a confusão e atascar o país mais um bocado. Mas a "opinião pública" ainda se não deu conta disso. Onde estão agora as "trapalhadas"? Os "disparates"? O "clima"? A "confusão"? Foi um ar que lhes deu; sumiram-se. E o actual Presidente lá terá os seus defeitos, mas não é pessoa de golpadas constitucionais... "

Postado por Kzar no Catilinário.
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2.
"O homem não é pior nem melhor que os outros; é igual à generalidade dos ministrozecos que temos. Chegámos a um ponto de não retorno na vida do regime em que só aceitam lugares na governança aqueles que nada têm a perder ou aqueles que, de todo, perderam o sentido do ridículo. Aquele ar de Zé Povinho alvar, a incontinência verbal e desbragamento não diminuem em nada o governo. Ontem vi-o, perante as câmaras, impudente, coçando os testículos. Afinal, como todos os outros, trata-se de figura insignificante, grosseira e semi-letrada que convive perfeitamente com a ideia há muito instalada de que os políticos não são mais que o reflexo de um país que se conformou com a mediocridade, a grosseria, a irresponsabilidade e a impunidade. Lino é ridículo, o governo é ridículo, o presidente abúlico, o regime uma inconsistência. De governo em governo, de primeiro-ministro em primeiro-ministro, temos assistido, entre o gargalhar e o choque, a uma tal parada de trapalhões, mentecaptos e inimputáveis, tão afoitos na arte de cobrir o regime de ridículo que dir-se-ia trabalharem para o afundamento desta 3ª República. O que se seguirá ? O que nos espera ainda ? Quem poderá salvar o regime da anedota em que redundou ? O grotesco suplantou as expectativas mais reservadas. Vivemos em plena era da anedota.
(...)
Que me lembre - na sucessão quase estonteante em que as coisas têm ocorrido - nunca estivemos em situação tão perigosa como hoje: nunca foi tão notória a fragilidade do Estado; nunca a autoridade se mostrou tão errática como incapaz; nunca os poderes constituídos se mostraram a um tempo tão pusilâmines e tão arrogantes; nunca tantos escândalos de nepotismo, abuso de autoridade, censura, intromissão e manipulação da opinião que se publica atingiu foros de verdadeira agonia como hoje; nunca tantos governantes foram confrontados com inverdades e mentiras; nunca se exigiram tantos sacrifícios sem que os seus inspiradores tivessem a elementar coerência de os praticar.

A semana foi, de facto, um torvelinho de pequenos acidentes que deslustram o Estado de Direito, a democracia, o civismo e o bom nome das instituições: um governante que nomeia a filha, mudando-lhe o apelido, uma lista camarária inteiramente composta de arguidos, um ministro boçal desconsiderando milhões de portugueses, um professor denunciado e alvo de processo disciplinar por um inócuo comentário sussurrado a um colega no defeso do gabinete.

A democracia, mais que um método, exige uma ética. Ora, quando um regime que se diz fundado na soberania do povo se precipita na mais ignóbil das mascaradas, quando demonstra não cumprir os princípios elementares da ética do serviço público - Princípio da Legalidade, Princípio da Igualidade, Princípio da Lealdade, Princípio da Integridade, Princípio da Competência e Responsabilidade - e quando a tudo isso soma incompetência técnica, incapacidade de gestão e direcção, favoritismo e incontrolável apetite pelo domínio da palavra, da opinião e até a presunção de certeza, deixa de ser democrático.

Portugal transporta um velho historial de tirania, censura e condicionamento misturado com demagogia, corrupção e má governação, pelo que tomar este momento como uma simples conjugação de acasos é erro; diria mais, é um perigo para todos quantos amam a liberdade e temem os fantasmas do despostismo que ciclicamente regressam triunfantes após o colapso de regimes de balbúrdia. Neste Reino Cadaveroso parece só haver espaço para essa sucessão de tirania seguida de balbúrdia e balbúrdia seguida de tirania.Está escrito, se assim continuar, que em breve lá estaremos. "

Postado por Miguel Castelo Branco no Combustões.
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3.
"Uma quinta-feira, à hora do almoço, o dr. Fernando Charrua entrou no gabinete de um colega, onde estava um grupo a conversar, e disse uma graçola sobre a licenciatura de Sócrates, que, em certas versões, é hoje promovida a "insulto". Um dos presentes resolveu diligentemente denunciar a graçola (ou o "insulto") à directora da DREN. Na segunda-feira seguinte, quando chegou ao trabalho, Fernando Charrua descobriu que tinha o computador "bloqueado", que lhe tinham lido o e-mail e que a directora, Margarida Moreira, lhe queria falar. Para quê? Para o suspender sine die, sem forma de inquérito, e para o prevenir (se "prevenir" é a palavra) de que seria sujeito a um processo disciplinar com a participação do Ministério Público. Fora o vexame e o dinheiro que já gastou com advogados, Fernando Charrua cumpre agora a "pena" num liceu do Porto. O "caso Charrua" não é um acidente. O que se passou não se passaria sem um conjunto de condições prévias. Primeiro, que a denúncia fosse considerada na DREN um acto meritório ou, pelo menos, recomendável. Segundo, que o denunciante contasse com a benevolência e a colaboração da dr.ª Margarida Moreira. E, terceiro, que a dr.ª Margarida Moreira julgasse agradar aos seus próprios superiores, perseguindo a dissidência política ou a sombra dela. Numa repartição normal os funcionários não se andam mutuamente a denunciar, nem os directores toleram a denúncia como método de "vigilância". Até porque a moral comum considera abjecta a figura do denunciante e a do polícia que age por denúncia. O que sucedeu na DREN é um sinal da profunda perversão do regime.
Perante isto, Sócrates, com imensa bondade, assegurou à Pátria a liberdade de expressão e o prof. Cavaco, do lugar etéreo onde subiu, espera que o "mal-entendido" (repito: o "mal-entendido") se esclareça. Não chega. Ninguém se lembraria, como ninguém de facto se lembrou, de acusar (ou de punir) alguém por uma graçola ou um "insulto" a outro primeiro-ministro. O crescente autoritarismo do poder e o extravagante culto da pessoa de Sócrates, que o Governo promove e alimenta, é que pouco a pouco criaram o clima em que se vive e que inspirou o "caso Charrua". Escrevi aqui há meses que bastava ouvir o dr. Augusto Santos Silva (com quem, aliás, Margarida Moreira colaborou) para temer o pior. A história da prepotência e do arbítrio não começou na DREN, não vai acabar na DREN e com certeza que não se limita à DREN."

Vasco Pulido Valente via Bomba Inteligente.
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domingo, maio 27

:bola

O SCP venceu Liedsonadamente a Taça de Portugal - uma festa que se quer maior que o campeonato nacional injustamente perdido.

sábado, maio 26

Desculpe, importa-se de repetir!?...

Telmo Correia, afirmou hoje que a candidatura de Carmona Rodrigues à autarquia da capital demonstra que «está instalada uma guerra civil no PSD». «Há grupos contra grupos (...)
A utilidade da memória subliminarmente curta.

Reporter X

Ponta Delgada. Rua Mãe de Deus. 25.05.07. Tempo + Obras = Muito. Quem faz a gestão destas empreitadas presumo que não faz a mínima ideia do transtorno e prejuízos que elas provocam. Celeridade Precisa-se para a malfadada qualidade de vida que todos apregoam mas cujo significado ninguém sabe explanar.

quinta-feira, maio 24

Tempos perigosos.

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Numa Pátria com lustrosas tradições satíricas causa espanto que um dito jocoso, ademais sobre uma anedota nacional, cause um processo de intenções tão grave que é um clamoroso atentado à Democracia e às Liberdades. Mas, na era Socrática, as Liberdades pouco valem. Só assim se explica a suspensão preventiva (!) de um Professor de Inglês por ter cometido, em privado, a ousadia de proferir uma facécia sobre a controvertida licenciatura de Sócrates. Por alegada denúncia de um colega, a pilhéria sobre o canudo do primeiro-ministro foi "bufada" ao ouvido da respectiva chefia. Esta, não achando piada à falta de "respeitinho" pelo nosso primeiro, logo cuidou de suspender e processar disciplinarmente o prevaricador ! Este, de sua graça Fernando Charrua, terá escrito, em tom de famous last words, o seguinte: "Se a moda pega, instigada que está a delação, poderemos ter, a breve trecho, uns milhares de docentes presos políticos e outros tantos de boca calada e de consciência aprisionada, a tentar ensinar aos nossos alunos os valores da democracia, da tolerância, do pluralismo, dos direitos, liberdade e garantias e de outras coisas que, de tão remotas, já nem sabemos o real significado, perante a prática que nos rodeia." Com efeito, esta deriva autocrática é geralmente o prelúdio de veludo que antecede a verdadeira tirania. Aquela cujos domínios pertencem aos torcionários da liberdade de pensamento com subsequente visto prévio da liberdade de expressão. Na verdade, este infeliz episódio, de uma novela que ainda não chegou ao último capítulo, tresanda a antigo regime. O mesmo que os socialistas de antanho sempre repudiaram em nome das Liberdades. Mas, hoje vivemos placidamente tempos perigosos. Resta-me o consolo e a dignidade de parafraseando um slogan de outros tempos dizer : "Eu não tenho culpa. Não votei Sócrates." Quanto ao resto bem gostaria de ver o Fernando Charrua a fazer stand-up comedy. Sempre seria menos "insultuoso" do que o celebérrimo Fernando Rocha cuja cabotina liberdade está ainda caucionada com a inexistência no seu reportório de piadas sobre o Sr. Pinto de Sousa !
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JNAS in Crónicas Digitais do Jornal Diário.

quarta-feira, maio 23

...Eu hoje deitei-me assim !

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Hoje recolho ao santuário dos lençóis com a biografia da fetish goddess. Ela mesmo : Bettie Page. Esta mulher transcendeu a sua carne e é hoje um ícone kinky ; legítima "Queen of the Pinups" a quem as esmifradas e assépticas modelos de hoje não prestam a devida homenagem. Ler a biografia possível desta misteriosa diva, escrita por Richard Foster, é um deleite, mesmo que o livro seja escassamente ilustrado. Pouco importa, está lá o essencial e até encontramos profusas notas de remissão para a net num apêndice do livro. Boa prosa acondicionada em adequada edição hardcover pelo singelo preço de 0.95 cêntimos…na permanente Feira do Livro da Tabacaria Açoriana em Ponta Delgada.
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posted by João Nuno Almeida e Sousa

Incontinências

E porque não - também eu estou disponível para ser candidato!..

Para acompanhar no http://www.o-estado-do-mundo.blogspot.com/

PS: O Estado do Mundo acompanha o :Ilhas

...Eu hoje deitei-me assim !

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Eu hoje deitei-me embalado por esta valsa do Tennessee! Na companhia da poderosa Bonnie Raitt e a sua slide guitar em dueto com Norah Jones no electric piano, numa jam session que não lembra ao mais extravagante dos melómanos. Mas nunca é tarde para desencalhar no youtube concertos improváveis. Depois desta performance permaneço encantado pela voz de Norah Jones melodiosamente lamentando-se: "Now I know just how much I have lost". Será que depois desta valsa com Norah Jones é tempo de me redimir e render-me ao encanto desta Diva do Jazz mainstream? Não sei ! O certo é que não creio que gaste um cêntimo com os CD´s da dita mas o download audio do youtube está já a rolar.
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posted by João Nuno Almeida e Sousa

No aniversário de Hergé



Um excelente post no Obvious

terça-feira, maio 22

Uma por noite.



Release date: 18 June 2007






Curtas e Rápidas

As próximas eleições autárquicas de Lisboa arriscam-se a entrar para o Guiness Book of Records na categoria "nonsense". Já para não falar do que lhes deu origem, da falsa partida da Governadora Civil e do seu apropriado carácter estival, temos agora os primeiros contornos do soundbyte eleitoral: Ota, de otário.
O essencial do debate político lisboeta vai centrar-se em torno do concelho de Alenquer. Há coisas fantásticas, não há?

:agenda


6ª e Sábado no TM.

...Eu hoje deitei-me assim !

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"Missão Solar" é daqueles objectos cinéfilos que merece ser visto em cinema e não em DVD. O filme é uma poderosa experiência sensorial cujo ritmo é marcado pelo pulsar do Sol.
Enredo : numa viagem sem regresso provável oito especímenes da raça humana têm por missão salvar a humanidade de um Sol que morre ; o objecto salvador é uma carga nuclear de tal forma incomensurável que seria capaz de colocar o Sol em restart !

Como se vê o filme é para indefectíveis do género B que inevitavelmente ocupa a ficção científica. Mas, afinal o que justifica pagar a trip que este filme promete ? Em primeiro lugar a fita tem a assinatura de Danny Boyle que realizou o iconográfico "Trainspotting" e cujo perfeccionismo levou a 3 anos de produção para este "Sunshine". Depois, a proeza de um patchwork que aproveita tudo o que já foi feito no espaço cinéfilo e consegue ainda assim dar à luz um filme poderosamente original ! Por último, o magnetismo de um "thriller" de ficção científica cujo protagonista é o Sol e, como tal, no elenco não constam estrelas de Hollywood. Ainda assim o filme, num registo totalmente inovador, consegue prestar tributo a fitas como "2001-Odisseia no Espaço", "Alien - O 8º passageiro.", "Armageddon" (e demais tralha do cine catastrofismo em que a ideia central é a da última missão para salvar a humanidade). Obviamente "Solaris" também faz parte do rol de ingredientes mas aqui a deriva é para o misticismo de uma epifania religiosa que nos reporta à barbárie e à adoração do Deus Sol.

Danny Boyle construiu este filme a partir de uma fórmula tripartida pressupondo que a ficção científica reconduz-se recorrentemente a três ingredientes "uma nave espacial, uma equipa de tripulação, um sinal de aviso". A partir daqui viajamos em "Missão Solar" sob o efeito alucinogéneo do Sol, com uma banda sonora irrepreensível, e fechados numa nave que é cada vez mais claustrofóbica. Esse ambiente claustrofóbico domina-nos até ao termo do filme quando abandonamos o ecrã e regressamos à Terra.

Um filme com uma imagem de marca Britânica, visualmente deslumbrante e todo filmado em película sem truques da era digital. Stanley Kubrick gostaria seguramente deste filme.
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posted by João Nuno Almeida e Sousa

a:termita

Rua do Mercado. Ponta Delgada. Abril 2007. Nesta rua existem outros focos de interesse habitacional decadente mas os que aqui tenho apresentado são aqueles que considero ser os mais prementes em termos de indubitável degradação aparente. A Rua que se segue é a do Peru...

CineClube

Fast Food Nation Sonho americano, pesadelo americano — mais do que nunca as duas coisas parecem andar ligadas. De facto, ligadas e não em contraponto. A era Bush (filho) vai ficar marcada por filmes que, muito para além de um atitude meramente panfletária contra a administração do actual Presidente dos EUA, procuram ir muito fundo na compreensão de uma crise de identidade que, pelo que se vê (e também pelo modo como se filma), está a atingir os níveis mais viscerais do tecido social americano. «Fast Food Nation», de Richard Linklater, é um exemplo cristalino disso mesmo. Baseando-se no best-seller homónimo de Eric Schlosser sobre as cadeias de produção de "fast food" (em especial hambúrgueres e seus derivados...), o realizador de «Antes do Amanhecer» (1995) e «Antes do Anoitecer» (2004) faz um filme bem diferente, cruzando várias histórias — de um vice-presidente (Greg Kinnear) de uma marca de sucesso de fast food, de uma clandestina mexicana (Catarina Sandino Moreno) que trabalha numa fábrica de abate de gado e fabricação de hambúrgueres, de uma militante ecologista (Avril Lavigne, herself!), etc. — que acabam por desenhar o mapa inquietante de um país em que a própria alimentação parece reflectir um cruel alheamento de alguns direitos fundamentais do cidadão. Não se julgue, no entanto, que se trata de um filme banalmente "do contra". Bem pelo contrário: há no discurso de Linklater um amor imenso pelas personagens e pelo país e, mesmo nos momentos mais crus, «Fast Food Nation» é sempre um magnífico ensaio sobre as relações humanas. Esta semana no Solmar.

Sunshine (...) um filme com alma de série-B e espectáculo de série-A, uma enorme manta de retalhos com uma extraordinária coerência, um pequeno triunfo visual, conceptual e narrativo - em suma, aquilo que Hollywood devia ainda saber fazer mas só muito raramente consegue. E, para isso, nem foi preciso puxar muito pela cabeça. Na Castello Lopes.

sexta-feira, maio 18

Uma por noite - especial raridades



Sun Ra and the Blues Project - Batman Theme

Reporter X

Há dia e dias *

Nesta sociedade de consumo imediato e refém da omnipresença do poder simbólico anunciamos, previamente, os dias que queremos comemorar.

O “vender” exige que assim seja. É uma coexistência perniciosa, mas a necessidade promocional e de “massificação” pressupõe divulgação e isso acontece, muitas das vezes, com o recurso a algo “novo” e “apelativo”. Apenas pelo facto do evento ser “especial” se torna notícia ou só por meio dessa via é que os jornalistas assumem eles próprios esse dado acontecimento com o merecido destaque, por forma a constituir-se ele próprio “notícia”.

O próximo dia 18 de Maio celebra o Dia Internacional dos Museus.

E nunca como no último ano assistimos à relevância que assumiu o Museu Carlos Machado - um dos espaços museológicos mais importantes do arquipélago e o museu da ilha de São Miguel e da cidade de Ponta Delgada em particular. Se pode ser discutível a forma como foi conduzido o processo de nomeação do actual director, não podemos omitir a dinâmica operada por Duarte Melo a toda a instituição. Até então, ninguém parecia mostrar interesse pelo edifício e pelo programa de actividades desenvolvido. O nível do comentário público, à porta fechada, atingiu o nível do absurdo e da polémica inócua. Neste momento, o Museu Carlos Machado encontra-se em pleno processo de remodelação e de modernização, na procura da revitalização necessária à sua recolocação no panorama cultural da ilha e dos Açores. Uma operação eminentemente política!? Obviamente, pois passou a ser uma prioridade governativa (e ainda bem que assim o é!).

A importância em comemorar o Dia Internacional dos Museus (e para outros dias comemorativos associados à Cultura) prende-se com o facto de chamar à importância para espaços fundamentais da cultura que nos pertence e que tende a desaparecer. Mas, os museus não são apenas meros repositórios da cultura que passou. A renovação do Museu Carlos Machado representa, igualmente, a necessidade de renovação e da formação de públicos, bem como o modo como interagimos com o espaço museológico e de como o pretendemos “habitar”.

* publicado na edição de 15/05/07 do AO
** Email Reporter X

quinta-feira, maio 17

Alta Fidelidade


Alta Fidelidade numa versão realmente nostálgica revisitada pela impaciência do Amigo Nuno

:jornais

Hoje o camarada JNAS iniciou uma nova rubrica de crónicas digitais - qual efeito mortadela entalado que está entre Gilberta Rocha e Maria Patrão Neves. Tendo em conta o fervor religioso que se bebe por estes dias, em São Miguel, gostaria de revelar uma pérola sujeita à devoção melómana que chalaça o início deste seriado cronista.

Uma por noite*



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* ao sabor do meu estado de espírito




Dó, Ré, Mi...

Segundo as declarações de Roberto Silva da Discoteca Conforto e de Nelson Silva da Flash Music, ao Expresso das Nove de amanhã, a culpa do decréscimo na venda de cds deve-se, quase em exclusivo, ao aumento da pirataria.
As mais recentes estatísticas de venda de música on-line, comprovam que esta começa a ser uma estafada desculpa.
Quem estará disposto a pagar, por um álbum, um preço superior a 10 euros, quando o poderá descarregar legalmente por cerca de 2 euros duas ou três semanas antes de o mesmo estar disponível no mercado regional?
Com o aumento das vendas de leitores de mp3, a diminuição dos info excluídos e a cada vez maior proliferação de lojas on-line, o mercado de cds vai, caso não se adapte a esta realidade, cair cada vez mais.

Algumas lojas on-line:
http://music.allofmp3.com/ (preços de 1,5 a 2 euros/album)
http://www.mp3search.ru/ (preços identicos)

PS:
Lembro-me de que quando começei a comprar música, as discotecas dispunham de cabines para se ouvir os discos antes de se optar, ou não, pela sua compra. Hoje exige-se que o comprador saiba antecipadamente o que está a comprar.
A internet funciona como fonte dessa e de outras informações.

Galeria de Vaidades



F.N. Souza. Still life. Mixed media on canvas. Sem data.


Francis Newton Souza, de sua graça, nasceu em Saligco(Goa) no ano de 1924. Por incrível que possa parecer, este nome de sonoridade portuguesa foi o de um dos fundadores da arte moderna indiana, cujas cotações fazem hoje em dia as delícias das galerias e casas leiloeiras internacionais. Souza, que morreu em Mumbai no passado ano de 2002, foi o primeiro artista da sua geração a obter reconhecimento fora da Índia quando, a partir da década de 1950, inicia um trajecto cosmopolita que o levará a Londres e Nova Iorque. Natural do distrito de Bardez, uma área de Goa onde a presença missionária dos franciscanos se fez sentir bastante, Francis Newton Souza tornou-se conhecido pela violência dramática dos seus Cristos crucificados e a iconografia católica teve nele um dos seus melhores intérpretes expressionistas. Aqui fica o convite para googlearem o nome do homem na certeza, contudo, de que do outro lado do espelho vos esperam, além dos Santos da Igreja, imagens eventualmente pouco católicas. Boas Festas do Senhor, blogosfera.

quarta-feira, maio 16

Lulu Blooker Prize

Em 2005 foi criado o Lulu Blooker Prize o primeiro prémio literário para os novíssimos blooks - ontem foram anunciados os vencedores de 2007. Blogues e sites transformados em livros passaram a ser uma das melhores receitas editoriais dos últimos anos. + aqui.

Rock in Lisbon




Lisboa, a genial aldeia balnear, vai fornecer um suplemento vitamínico aos political junkies da nossa valente nação. O primeiro-ministro, anunciando no Largo do Rato o nome do ministro de Estado António Costa como candidato do PS à Câmara de Lisboa, transformou a próxima refrega autárquica numa espécie de eleições intercalares de âmbito nacional. Se bem ouvi as declarações de José Sócrates, Lisboa, caput mundi da nossa República, encontra-se em estado comatoso e, portanto, há que fazer uso do desfibrilador (será assim que se escreve, ó prontuários da blogosfera?). O ministro Silva Pereira, horas depois, na Sic-Notícias, secundava his master voice dizendo que Lisboa não podia ser considerada um caso menor e, daí, voilá António Costa. A fasquia está alta, sem dúvida e, aparentemente, o PSD não paga para ver ao anunciar Fernando Negrão como candidato à varanda da Praça do Município. Mas, não sei porquê, cheira-me que estas eleições serão tudo menos um passeio para António Costa. A Fernando Negrão poderá faltar o estatuto de peso-pesado do PSD, mas em dias quentes é vantajoso apresentar boa forma física e não deve ser esquecido o honroso resultado que conseguiu em Setúbal nas últimas autárquicas. Há uns anitos atrás, também me recordo de António Costa obter um honroso segundo lugar na corrida à Câmara da Amadora. Ou seja, Costa vai disputar com Negrão o eleitorado do centro porque, à esquerda, o ex-ministro do PS não tem grande margem de manobra face à candidatura de Ruben de Carvalho, um homem que sabe do que fala e não é cinzento, e, sobretudo, face à candidatura independente de Helena Roseta, cujo traquejo como arquitecta e urbanista, caso consiga federar o arco-íris das outras esquerdas do Bloco de Esquerda, a poderá transformar numa versão alegre das presidenciais lisboetas. Messieurs, faites vos jeux.

quinta-feira, maio 10

A Ganância

De modo que o Coliseu Micaelense, essa "maior sala de espectáculos dos Açores", faz 90 anos e parte das celebrações é um espectáculo de Joaquín Cortés a realizar hoje. Parece que a pasmaceira habitual da província ponta delgadense se levantou em uníssono para assistir ao recital. Ao ponto de, segundo notícia de hoje do Açoriano Oriental, a sala estar "completamente lotada (1500 pessoas, 200 delas de pé) apesar dos bilhetes mais caros de sempre (40 a 75 euros)". Eu não quero chatear ninguém, mas uma olhadela rápida ao site do Coliseu diz-nos que a lotação máxima da sala é de 1284 lugares sentados. Uma outra olhadela rápida à legislação diz-nos que:

SECÇÃO III
Bilhetes, reserva de lugares e livre trânsito
Artigo 30º
Bilhetes
1 - Dos bilhetes de ingresso em espectáculos deve constar a indicação do preço, do recinto onde aqueles se realizam, do dia e da hora do espectáculo e, havendo numeração de lugares, o correspondente a cada bilhete.
2 - Não havendo lugares numerados, os bilhetes emitidos devem ter uma numeração sequencial correspondente, no máximo, à lotação do recinto.
3 - É proibido vender bilhetes para além da lotação atribuída ao recinto.
4 - Esgotados os bilhetes, será afixada, junto das bilheteiras, a indicação de «lotação esgotada».

E diz mais

SECÇÃO IV
Espectadores
Artigo 34º
Espectadores
1 - Nas sessões de cinema, teatro, bailado, concertos, óperas ou quaisquer outros espectáculos que se realizem nas salas a estes destinados, os espectadores são obrigados a manter-se nos seus lugares durante as representações e execuções, de modo a não perturbarem os artistas e o público.


6 - Durante os espectáculos, apenas os arrumadores, os elementos da força policial ou do piquete dos bombeiros e os funcionários da fiscalização da DGESP, quando em exercício de funções, podem permanecer de pé nas coxias.


É assim a vida, se um gajo é apanhado numa operação stop com umas quantas cópias de cd’s para ouvir no carro paga uma multa que se lixa. Uma sala de espectáculos, gerida por uma Câmara Municipal, faz espectáculos fora da lei e fica tudo a assobiar para o lado. Eu não sei o que é pior se a ignorância e a incompetência, ou a ganância. Oxalá o Joaquín esteja inspirado, porque suado vai estar de certeza.

Uma por noite*




* ao sabor do meu estado de espírito




quarta-feira, maio 9

:blogues

Com o Sol que tem despontado por estes dias também as ideias e as iniciativas parecem querer fulgir aos portadores deste sítio: 1º aqui a ideologia parece querer falar mais alto; 2º associado à idiossincrasia alimentada por um adubo de nutrientes naturais pretende-se germinar algo benéfico mas que a iniquidade local encarregar-se-á de poucos frutos brotar; 3º o consumo compulsivo extravasa por via da mania de relevar o umbigo e ao desejo de internacionalização - que o Shuffle te acompanhe. E pelo andar do repeat ou muito me engano ou a coisa não irá ficar por aqui...

a:termita

Rua do Mercado. Ponta Delgada. Março/Abril 2007. Através da análise das múltiplas dezenas de fotografias que tenho recolhido, em prol deste registo, comprovo e verifico o Ruído ensurdecedor causado pela proliferação de instalações dos múltiplos cabos e fios avulso. Uma instalação, ela própria, fruto do acaso mas que está, invariavelmente, associada às contingências comunicacionais contemporâneas. Não haverá uma forma mais higiénica de ultrapassarmos esta situação!?

Marinhas # 2



Three boys on the shore, 1873
gouache e aguarela sobre papel (36,5 x 49,5 cm)
Winslow Homer (1836-1910)


Quando o Verão começa a espreitar é que tenho saudades de ser menino, mas depois passa-me a nostalgia, pois só o discernimento próprio dos adultos me deixa alegre como uma criança ao ter comprado, na Feira do Livro de Ponta Delgada, um livro de aguarelas do Winslow Homer sobre Gloucester, Massachusets, por menos de 10 Euros.

Desculpe, importa-se de repetir!?...

Santana Lopes mostrou-se, esta quarta-feira, triste com a situação na câmara de Lisboa, numa altura em que vários vereadores se preparam para renunciar ao mandato, e lembrou que muito lhe «custou» conquistar a autarquia.
A Vergonha em Portugal passou a ter, finalmente, um rosto, melhor, uma voz.

Hoje adormeci assim...


Com a Kate Mosss a dançar no vídeo de Sofia Coppola para os The White Stripes.

domingo, maio 6

Ségolènix ou Sarkozyx

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La République par Honoré Daumier
(1848 - Musée d´Orsay)

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Vergados perante o directório do europeísmo dominante os media do velho Continente vivem o frisson das eleições de 6 Maio para o trono do Eliseu. A pátria de Marianne vai já na V República, sendo a sucessão republicana uma versão plebeia de antigualhas dinásticas que os Franceses sepultaram em 1789. O tom épico deste tour de force entre "Ségo" e "Sarko" - (para fazer uso da francomania dos diminutivos) - tem a dimensão dramática de uma arena ideológica. No canto esquerdo do ringue temos uma sorridente Ségolène Royal aparentemente pronta para perder a face no embate contra um sisudo Nicolas Sarkozy que se senta no banco direito do redondel desta luta de galos.
O folhetim foi alimentado durante a campanha com debates e panfletos que, ora instilavam o pendor consensualista e maternal de "Ségo", ora advertiam contra o perigo de um autoritarismo intransigente de "Sarko". Enfim, as mitomanias habituais de uma estirpe que tradicionalmente dá mais importância ao prêt-à-porter das ideias do que à substância da realpolitik. Seja como for, o resto da Europa centra-se nesta lide gaulesa apenas na expectativa de que a eleição não descambe numa arruaça. À colação é inevitável uma longa colecção de pergaminhos desse estilo populista de política, desde os lúgubres terrores da Revolução até às barricadas do Maio de 68. Todavia, esta campanha pela Presidência da França tem sido alardeada como uma oportunidade de restauro desta V República. Porém, paradoxalmente, o poder conservante do prestígio que faz da república Francesa uma grande potência é produto da forma como sempre soube exportar uma concórdia imposta além fronteiras. Em bom rigor, quer ganhe "Ségo", quer vença "Sarko", os Franceses vão continuar a mamar da mesma poção mágica que os tem engrandecido: o temor que os demais confrades europeus têm de uma iracunda França ! Para quem não é francófilo pouco importa quem vencerá, mas fica-se à espreita da conciliação nacional dos Franceses.
A propósito, há mais de um Século, o grande Eça de Queiroz, ele próprio um empedernido simpatizante da civilização gaulesa, escrevia de Londres o seguinte: "Há entre os provérbios diplomáticos um que diz: "Quando a França está descontente, a Europa está em Perigo". Pode-se dizer, que quando a França está feliz, a Europa está tranquila". Confirmado este dogma pela História tudo o resto é acessório, incluindo saber se o próximo chefe da tribo é Ségolènix ou Sarkozyx.
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posted par João Nuno Almeida e Sousa

:lisboa


Local e, simultaneamente, Global. As intenções no Público.