domingo, agosto 10

Desculpe, importa-se de repetir?!

«Tenho de lhe colocar esta questão: esta não é a mesma crítica que o PS fazia quando estava na oposição ao governo social-democrata de Mota Amaral? Será um problema das maiorias absolutas demasiado prolongadas no tempo? Uma maioria demasiado prolongada no tempo não creio que seja vantajosa. A alternância traz sempre algo de positivo e, naturalmente, que o facto de os partidos estarem demasiado tempo no poder acaba, mais cedo ou mais tarde, por trazer alguns vícios. Agora, creio que é extremamente injusto fazer a comparação do que existe actualmente, nomeadamente – e vou utilizar uma palavra que o PS não gosta nada de ouvir – da “falta de oxigénio” que se sente hoje em dia, com o que se passava no tempo de Mota Amaral. Seguramente, não se dificultava o acesso à informação ou até – e estava a tentar não utilizar esta palavra – não quase que se “comprava” as pessoas, para que elas não sejam adeptas de um determinado projecto. Hoje em dia, a “asfixia” é maior (...)»
Discordo com a necessidade recorrente de ressuscitar o tempo perdido para a inevitável comparação com a implementação de novas políticas governativas. Mas, perante declarações como esta (António Soares Marinho em entrevista ao Açoriano Oriental de 09.08.08), apetece-me exultar: a memória não é um exercício de estilo ou no tempo em que não havia internet, existia apenas 1 única estação de rádio (as locais davam os primeiros passos e a informação não era prioridade), 1 única estação de televisão e em que determinadas edições de jornais nacionais nunca alcançaram território regional, esses não constituíram, indubitavelmente, tempos de “oxigénio”. O meu não o tomo “rarefeito”. Mas, eventualmente, para quem o conceba dessa forma talvez não dê, sequer, pela palette de sabor(es)...

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