quarta-feira, outubro 29

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Pragas *

1. Foram introduzidas plantas invasoras nos jardins das Portas do Mar (Título e capa deste jornal na sua edição de 14.10.08). Percebo que este seja um problema e que o mesmo seja de fácil resolução (no jardim das Portas do Mar, entenda-se!). Não compreendo a repercussão e a amplificação mediática que obteve. Ainda bem que existem associações ambientais atentas para este tipo de aspectos e com um forte carácter interventivo. Se existem problemas de plantas infestantes em vários pontos da ilha o mesmo não se verifica num espaço contido e delimitado e que tendo sido identificado será rapidamente erradicado como foi prontamente anunciado. Gostaria de ver amplificado este tipo de discurso quanto a outro tipo de pragas que copulam na cidade de Ponta Delgada e restante ilha e que de pouco têm de autóctones e cujo nível de poluição (visual, sonora e atmosférica) estão muito para além do recomendado. Falo de inusitados desportos automobilizados que durante o fim-de-semana invadem o espaço público da cidade e da ilha, sem que as mais comuns regras de civilidade sejam cumpridas. É óbvio que existem excepções, mas por uns menos capazes pagam os outros. Sinto que o desprezo pelo que de melhor temos na ilha seja um capricho garantido à partida e que a contínua degradação ambiental não seja devidamente tida em consideração e é ostensivamente desvalorizada em prol de um egoísmo fortuito e passageiro. Uma pequena curiosidade: assistimos diariamente às reclamações da população quanto à subida ou descida dos preços dos combustíveis, mas relativamente a estes desportos parece não existir qualquer tipo de “contestação”. Prioridades?! Pode ser que dê um motivo de reportagem à Teresa Nóbrega. Mais civismo e menos ruído, precisa-se!

2. O Presidente da República acaba de vetar a revisão do Estatuto Político-Administrativo dos Açores. Nada de verdadeiramente surpreendente. Gostaria apenas de imaginar a condução deste dossier caso o mesmo tivesse tido outros protagonistas insulares. A discussão jurídica continua intrincada aos gabinetes, à porta fechada, distante da maioria e processada através de um complexo linguajar constitucional. Haverá outra forma?!


* edição de 28/10/08 do AO
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