sexta-feira, fevereiro 29

Incontinências

Convicto mas sem convite.

CineClube



Be afraid, be very afraid...

The Power of Sex !

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"(...) A corrupção não é o sexo, a corrupção é o resto. O sexo não é apenas fricção e divertimento superficial. O sexo é também vingança contra a morte. Porque quando o fazemos tudo aquilo de que não gostamos na vida e tudo aquilo que nela nos derrota é puramente, ainda que momentaneamente, vingado. O sexo é também vingança contra a morte. Não esqueçam a morte. Não a esqueçam nunca. Sim, o sexo também é limitado no seu poder. Eu sei muito bem a que ponto é limitado. Mas, digam-me, há algum poder maior? "

David Kepesh personagem de Philip Roth em "O Animal Moribundo"
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Is love all we need ?

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" (...) E chega de conversa a respeito de pais naqueles longínquos dias. Reparem, homens heterossexuais que casam são como padres que entram para a Igreja: aceitam o voto de castidade, só que aparentemente sem o saberem até três ou quatro anos depois. A natureza do casamento comum não é menos asfixiante para o heterossexual viril – dadas as preferências sexuais de um heterossexual viril – do que é para o homossexual ou para a lésbica. Apesar de agora até os homossexuais quererem casar. Casamento pela igreja. Duzentas, trezentas testemunhas. E esperem até eles verem no que se transforma o desejo que, para começar, fez deles homossexuais. Eu esperava mais desses tipos, mas afinal também não há neles qualquer realismo(...) Os homossexuais são militantes : querem o casamento e querem juntar-se abertamente ao exército e serem aceites. As duas instituições que eu detestava. E pela mesma razão: arregimentação."
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David Kepesh personagem de Philip Roth em "O Animal Moribundo".

quinta-feira, fevereiro 28

o fim do mundo

Feios, Porcos e Maus *

«Claro que há quem pense que a mera existência das Lajes nos põe numa lista de países sortudos com acesso VIP aos pináculos do poder americano. O dr. Miguel Monjardino, no Expresso de 26 de Janeiro, exultava: “As Lajes continuam a ser o trunfo que tem permitido a Lisboa lutar acima do seu peso em Washington. “(...) tudo parece indicar que vão continuar associadas ao poder aeroespacial dos EUA”. Ser associado “ao poder aeroespacial dos EUA” será suficiente recompensa pela cedência de território nacional com tamanho valor estratégico?»
Ana Gomes na edição de 09.02.08 do Expresso

«Niemeyer nega autoria do Casino. “Eu fiz um projecto a uma escala pequena e o arquitecto português desenvolveu. E ele mudou algumas coisas. De modo que não considero um projecto meu”. Com esta afirmação, a autoria do único projecto atribuído em Portugal a um dos maiores nomes da arquitectura do mundo é negada pelo próprio arquitecto».
O. Niemeyer em entrevista ao Expresso de 09.02.08

«Por serem dirigentes públicos, os autarcas podem gastar o que não têm, ficar a dever, provocar a falência de cidadãos e empresas e não cumprir os compromissos e os contratos assinados. Por serem eleitos, podem fazer a demagogia que lhes dá na cabeça, gastar no que lhes apetece, contratar os amigos e subsidiar o que lhes interessa, que não são depois chamados a pagar e assumir responsabilidades. Talvez tudo fosse diferente se os políticos tivessem de responder, com os seus bens, pelas dívidas e pelos abusos de que são responsáveis».
António Barreto na edição de 24.02.2008 do Público

«O tuga a ver o desastre Noticiário da SIC de sexta-feira — de repente, Clara de Sousa interrompe o alinhamento para entrar em directo com Miami, onde um avião de carreira está a proceder a uma aterragem de emergência. Um primeiro directo é um fiasco completo — só imagens da pista e nada a acontecer com a pivot a tentar desesperadamente manter o interesse — e no segundo assiste-se ao avião a realizar uma aterragem de emergência impecável da qual saiu intacto e com os passageiros todos ilesos. E agora expliquem-me qual é a justificação de um canal generalista português interromper o seu noticiário para transmitir em directo uma aterragem de emergência que está a ter lugar do outro lado do mundo. Para mim, este directo não só é injustificável em qualquer situação (até na televisão americana) como, em Portugal, transporta aquele cheirinho macabro, voyeurista reles, do tuga que abranda para ver o desastre».
Jorge Mourinha na edição de 24.02.2008 do Público

«Menezes deveria ter escolhido outros "autismos" do actual governo, se ele mesmo não estivesse a ter um comportamento "autista": espartilhado por conselheiros de imagem que o querem apresentar como um político responsável, vemos o líder da oposição entristecido, receoso, sem ideias renovadas, sempre atrás da agenda do Primeiro-Ministro. Para bem do país, é tempo de sair do "autismo" a que o querem reduzir e antecipar propostas, mas quem será capaz de lhe entregar o país? (...) Temos sobretudo de denunciar o "autismo" de membros do governo que, todos os dias, nos querem fazer crer que tudo caminha pelo melhor, quando a realidade do quotidiano de muitas famílias mostra o contrário. A solução para esse "autismo" só pode ser uma: ouvir muitas opiniões, sobretudo daqueles que não têm acesso aos média nem às estruturas do Largo do Rato. E José Sócrates não precisaria de criticar professores que se manifestam se, lado a lado com os dirigentes do Ministério da Educação, se dispusesse a falar com professores de várias zonas do país, sem agenda prévia nem resumos dos assessores».
Daniel Sampaio na edição de 24.02.2008 da Pública (in Público)

* O Lado B do Vox Populi

quarta-feira, fevereiro 27

“Faz de cada dia um novo horizonte”

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Christopher McCandless ficou imortalizado em "Into the Wild", best-seller do Americano Jon Krakauer, como um ícone beatnick fora do seu tempo. O belíssimo livro de Krakauer é uma autópsia à rota que seguiu Chris McCandless. A obra também inspirou a realização de Sean Penn para o filme do mesmo nome, cuja estreia entre nós se aguarda brevemente.
A história verídica é a do planisfério pessoal de um jovem que ensaia um regresso à natureza na derradeira viagem de um "bom selvagem" no fim do milénio. Produto da burguesia abastada Norte-Americana, atleta exemplar, aluno brilhante com Harvard à espreita, Chris McCandless tudo renegou e, em 1992, fez-se à estrada. Numa revolta radical contra o consumismo e o excesso material da sociedade Americana Chris McCandless fez-se andarilho misantropo em busca do "genuíno latejar da existência". "Faz de cada dia um novo horizonte" era a sua divisa. Seguindo o livro de KraKauer percorremos o descaminho do lado errado da América e das suas comunidades marginais e errantes. Percorremos também os desertos do Arizona, a baja desabitada do Golfo da Califórnia, a passagem pelo Rio Colorado, os extensos mares doirados de cereais do Dakota do Sul, e finalmente, a derradeira morada de Stampede Trail no Alasca. Chris McCandless optou no final pela paz profunda da floresta à insatisfação que a sociedade lhe causava. Nas palavras de James Joyce, naturalmente proferidas noutro contexto do artista enquanto jovem, Chris McCandless, que mudou de nome para Alex Supertramp, "estava incógnito, feliz, e perto do âmago selvagem da vida. Estava só e jovem e obstinado e rebelde, só, num deserto de ar agreste e águas salobras e marés de conchas e labirintos e luz do sol pardacenta e velada". A acrescentar ao fascínio irrealista pelo lado selvagem da América Chris McCandless idolatrava o eremitismo de Thoreau e mimetizou as paisagens ficcionadas de Jack London. Todavia, foi já tarde quando percebeu que entre a ficção e a realidade por vezes o fosso é abissal. Mas, a questão que a biografia de Chris McCandless coloca é a de saber se no final do século XX é possível sermos independentes da tecnologia e da civilização moderna. Como ficou comprovado com a morte de McCandless às mãos da impenitente natureza do Alasca a resposta é naturalmente negativa. Para além das metanarrativas e das ficções de Jack London a realidade mostra-nos que a nossa espécie já não sobrevive no "estado natural" e que sem a civilização e a sociedade o homem está condenado, não a retroceder, mas sim à extinção. Essa foi a dolorosa experiência de Chris McCandless que muitos perspectivam como própria de um maníaco misantropo desprovido de qualquer responsabilidade. Mas, por outro lado, o radicalismo de Chris McCandless é um acto de liberdade numa sociedade que diluiu o indivíduo à escala de um mero contribuinte ou de um número de segurança social. O livro de Krakauer pode pois repousar na estante ao lado da "Geração X" de Douglas Coupland que, seguramente, compreendeu o êxodo de Chris McCandless em busca da última fronteira Americana. Para lá dessa fronteira fica-nos o livro como alegoria contra o conformismo que consome a nossa própria natureza.
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"O Lado Selvagem" de Jon Krakauer é entre nós editado pela Editorial Presença, e está disponível, por exemplo na Bertrand por € 13.50
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João Nuno Almeida e Sousa nas crónicasdigitais do jornaldiario.


liberais?

boa entrevista.
hoje, no HARDtalk da BBC.
todos os que se interessam pela complexa relação estado-sociedade deverão gostar desta entrevista.

PS: com o ecran pequeno a imagem fica muito melhor (já devem saber, eu é que descobri agora)

só não muda de ideias...

...quem não as tem.



Mario Vargas Llosa, durante anos um ícone de uma certa direita chic anunciou o seu distanciamento em relação ao Partido Popular e o apoio ao UPD, de tendência liberal. Um dos aspectos cruciais desta flexão prende-se, segundo o próprio, com matérias de direitos sociais, como por exemplo o casamento homossexual. Numa altura em que tantos ex-conservadores em Portugal agitam a bandeira do liberalismo seria bom que esclarecessem qual a sua posição em relação a estas mesmas matérias. É que Liberal ainda é uma palavra com sentido.

terça-feira, fevereiro 26

a:termita

Rua da Misericórdia. Centro de Ponta Delgada. 2007. Num contexto global pós-moderno é recorrente afirmar-se que não há centros nem periferias. Parcialmente correcto, porém simbolicamente discutível (e/ou refutável). Não obstante, e perante o cenário semi-periférico que nos identifica, torna-se perene o agudizar periférico que agoniza o centro histórico desta cidade... urge reinventá-lo!

os primeiros sinais...

...preocupantes começam a aparecer

"Monday’s results also show John McCain continuing to hold a very modest lead against both Barack Obama and Hillary Clinton in general election match-ups. McCain now leads Obama 47% to 43% and Clinton 47% to 44%. McCain has consistently held a modest lead over Clinton but he moved ahead of Obama only in the past few days"
Rasmussen Reports

1968-1974

1968, um dos anos mais marcantes da segunda metade do século XX, cumpre agora o seu quadragésimo aniversário. Para a maioria dos soixante-huitards, 1968 é o Maio de 1968. Não faço coro com eles. Já lá vai o tempo em que a França definia o tempo meridiano das revoluções. Houve outros meses em 1968. Em Abril, por exemplo, mataram o Martin Luther King e em Junho, com dois dias de intervalo, alvejaram o Andy Wharol e depois o Bobby Kennedy. Não houve qualquer relação entre estes crimes, claro, mas até parecia, porque em Novembro o Richard Nixon (cof, cof) foi eleito Presidente. Isto para não falar dos tanques soviéticos a rolar nas ruas de Praga, ou do Papa Paulo VI a condenar oficialmente o uso de métodos contraceptivos, sinal de que as antenas do Vaticano sabiam bem da revolução sexual que vinha por aí abaixo. Nesse ano o black power fez a sua aparição no Jogos Olímpicos e o Jimi Hendrix lançou o Electric Ladyland. Tariq Ali, um anglo-paquistanês que em tempos militou nas fileiras trotskistas, afirma no seu livro 1968 and After que o 25 de Abril em Portugal foi a última manifestação da dinâmica revolucionária iniciada em 1968. Percebo bem o que ele diz, porque para mim o 1974 português foi uma espécie de 1968 lost in translation. Não o vivi segundo a cartilha francesa, mas em homenagem a essa cidade tão charmant, aqui fica o Lou Reed em Paris, no ano da graça de 1974.

sábado, fevereiro 23

tibor fisher


Já me tinha esquecido deste grande senhor da literatura contemporânea Britânica. Ontem, como que por milagre, encontrei os seus dois livros. Estavam ignobilmente depositados numa caixa de botas. Nem queria acreditar. Não sou grande leitor de "literatura." Nunca fui. Mas adoro este escrivão.

Um autor que conjuga o neorealismo britânico com o surrealismo do leste europeu nas suas narrativas fantásticas. Improvável? Contraditório? Sim, sem dúvida. Dirão, certamente, que o neorealismo Brit é a mais perfeita antítese do surrealismo. Que se lixem os críticos literários e as suas categorias!

the thought gang

under the frog

sexta-feira, fevereiro 22

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Colaboração com a nova plataforma multimédia da RTP/A. Esporádicas e imprevisíveis Crónicas, ao sabor do zeitgeist.

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Hoje, no Arco 8, terei o prazer de tentar agitar a malta. Será uma miscelânea de sons e de reverberações provocatórias. Apareçam! Vai ser divertido!

Teremos bailarinas do oriente e encantadores de serpentes. :)

...And Now for Something Completely Different

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Açorianos dominaram o tatami do Torneio Nacional da Federação Portuguesa de Judo. De registar ainda que numa das finais - (-60kg)- desta importante prova Nacional estiveram presentes dois judocas do Judo Clube de Ponta Delgada. Sem o espalhafato da bola, e sem os apoios faustosos que têm recebido alguns Clubes da "bola", há outros desportos, como o Judo, onde a juventude Açoriana, e o trabalho veterano de treinadores experientes e sérios, coloca o nome dos Açores nos podiums de Portugal ! Viva a diferença.

quarta-feira, fevereiro 20

Regicídio

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No dia 1 de Fevereiro de 1908, há mais de 100 anos, assassinaram o Rei D. Carlos e o Príncipe Real D. Luís Filipe. O regicídio, além de crime de lesa-majestade e de traição à Pátria, foi um inegável retrocesso na senda do liberalismo que tinha sido arduamente construído à conta da monarquia constitucional. O golpe final de misericórdia deu-se a 5 de Outubro de 1910 quando "os republicanos portugueses derrubaram um regime que honrava os princípios do estado de Direito e representativo: a concepção do estado como comunidade de cidadãos iguais entre si, o império da lei, a separação e o equilíbrio de poderes."(Rui Ramos). Portugal, depois de séculos de monarquia, emerge no início do século XX num regime republicano onde o Partido Republicano Português é o Estado! Como consequência imediata do atentado terrorista contra o Rei D. Carlos o País mergulha numa longa crise e participa, na I Guerra Mundial, numa desastrosa campanha militar. Consequentemente, sem exagero, citando novamente o historiador Rui Ramos, "Portugal passou o século XX a pagar a factura do 5 de Outubro". Seja como for, a monarquia é hoje um artefacto do passado dado que a Constituição da República Portuguesa sacralizou a forma republicana de governo como dogma de Estado insusceptível de revisão. Todavia, uma viagem pelo passado, sem os preconceitos da fanfarra republicana e dos dogmas do regime, é sempre recomendável e a tarifa fica por conta da liberdade de consciência de cada um. O certo é que o centenário do regicídio tem convocado inusitado interesse editorial e um saudável debate de ideias sobre o que foi o final da Monarquia e, nalguns casos mais audazes, o que teria sido de Portugal se o golpe assassino dos buíças deste País tivesse fracassado. É nessa agenda que se inscreve o colóquio "D.Carlos e a Crise da Monarquia Constitucional – o fim trágico de um reinado.", numa parceria tripartida entre a Câmara Municipal de Ponta Delgada, Centro de Estudos Gaspar Frutuoso da Universidade dos Açores e o Centro de Estudos Interdisciplinares do séc. XX da Universidade de Coimbra. A sessão solene de abertura tem lugar hoje às 21H30 no Salão Nobre dos Paços do Concelho de Ponta Delgada. No dia 22 de Fevereiro, e no Anfiteatro C da Universidade dos Açores, terá lugar um vasto e diversificado programa de apresentação de trabalhos cujo interesse está caucionado pela qualidade dos oradores.

Conhecer o passado, e manter aberto para ele o nosso espírito crítico, é parte do caminho para que os Portugueses aceitem o seu património sem adornos de pechisbeque que os estrangeirismo e as modas do presente vão ditando.

João Nuno Almeida e Sousa nas crónicas digitais do jornaldiario.com

Agente Provocador # 10

+ LOGO
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no Agente Provocador, hoje com os convidados cool : Bárbara Almeida e Pedro Arruda...à escuta a partir das 22H, naturalmente, para ouvidos adultos, na radio ou em emissão on line no seu pc.

HOJE | 21h30 | TEATRO MICAELENSE


A CASA DO BARQUEIRO
de Jorge Murteira - 63´Portugal 2007
Prémio Sony para Melhor Primeira Obra Portuguesa e Prémio IPJ Escolas para Melhor Filme Português

UMA PRODUÇÃO: CIMA_TEATRO_MICAELENSE_DOCLISBOA

Top of the Pops



Subscrevo tudo o que o Reporter X disse no post anterior, mas também há muita música que se aprende fora da escola.

terça-feira, fevereiro 19

Reporter X

O Fim do Ensino Especializado da Música em Portugal *

«Atenção Senhora ministra da Educação: corrija os erros e faça tudo por generalizar e facilitar o ensino da música a todos os níveis. Está cientificamente provado que um povo que sabe e ama a música é mais criativo e inovador».

Jorge Calado in Expresso/Actual de 16.02.08



Na passada 6ª feira decorreu em Lisboa uma “manifestação concerto” em frente à Assembleia da República de modo em enfatizar o fim anunciado do ensino especializado da música em Portugal, no âmbito da reforma em curso e a partir do próximo ano lectivo, na medida em que as escolas públicas de música deixarão de acolher novos alunos do 1.º ciclo para cursos de iniciação e terão de funcionar em regime preferencialmente integrado, ou seja, ministrarem formação geral (como em qualquer escola) e especializada (artística).

No rol das várias iniciativas levadas a cabo, como forma de protesto legítimo às medidas que se pretendem introduzir, subsiste uma petição online Contra o Fim do Ensino Especializado da Música em Portugal (www.petitiononline.com/CFEEMP) subscrita por milhares de pessoas, entre anónimos e músicos consagrados e dos quais se destacam António Victorino d’ Almeida e Mário Laginha, que desta forma se associam ao intento e dão a cara ao manifesto como exemplos daquilo que o ensino especializado é capaz de “produzir”. Esta discussão exige uma ampla reflexão e não se coaduna, a meu ver, como se de uma mera reforma administrativa se tratasse no sentido de capitalizar e racionar recursos. Todos nós exigimos uma melhor gestão da coisa pública, é certo, sendo que o Público, e no que concerne à cultura, será sempre parco na pretensão. Mas o Como é que talvez não seja por aí…ou por aqui.

Nos Açores o cenário não é, para já, “dramático”, sendo que a legislação regional prevê, no ensino básico, o ensino especializado da música no curso de iniciação musical. Aliás, nas ilhas está previsto um regime diferenciado do ensino nacional no que concerne à coabitação do ensino regular e do ensino especializado, sendo que este já foi implementado na Terceira e prevê-se a sua extensão a curto prazo ao Faial. O que deixará de existir é o Conservatório como entidade autónoma que, deste modo, passa a integrar o quadro pedagógico escolar, como se de um departamento se tratasse. Para Ponta Delgada ainda não está definida a transição do conservatório para a futura escola Natália Correia mas esta, inevitavelmente, acontecerá.

Não obstante a “garantia” de que nas ilhas não se antevê o fim do ensino especializado, a não ser no ensino supletivo, está em causa o património histórico de pessoas e instituições que ao longo de décadas foram a razão de ser da difusão da cultura musical (e cultural) de várias gerações. O “fim” poderia ser outro?!


* edição de 19/02/08 do AO
** Email Reporter X
*** Fotografia X Mazurkas

segunda-feira, fevereiro 18

Os trabalhos de Cesar.

Depois da inevitável vitória nas directas, por números que muitos não deixarão de aproveitar para comparações idiotas, esquecendo convenientemente a importância das políticas, para valorizar os episódios eleitorais, cumpre agora a Carlos Cesar liderar o partido, sustentado na unanimidade que lhe foi concedida. Os trabalhos de Cesar começam exactamente aí, na organização interna do seu partido. É um erro pensar que a unanimidade em torno do líder represente uma verdadeira união do partido dentro de si mesmo, antes pelo contrário. Um dos maiores desafios que Carlos César terá pela frente nos dois anos após o próximo congresso de Abril, será aproveitar o seu papel catalizador para estruturar o PS-Açores por forma a que este possa se unir internamente em torno de um projecto que vá para além de uma liderança. As parcas reformas que foram promovidas no congresso da Horta em 2006 geraram poucos efeitos e é urgente aprofundar os mecanismos de organização interna que podem potenciar o papel do partido nos actos eleitorais que se aproximam e, principalmente, possam projectar o PS-Açores para o futuro. Recentemente Cesar referiu que o PSD de Mota Amaral não soube nunca reconhecer os erros que cometeu e por isso perdeu eleições. Um dos grandes erros desse PSD foi precisamente hipotecar-se à figura omnipresente de João Bosco, esquecendo que um partido se faz de militantes, de estruturas, de acção na sociedade e de união em torno de um projecto político ideológico. Do próximo congresso regional do partido terá que sair um PS unido e habilitado que projecte na sociedade uma imagem de um grupo coeso não só pela liderança mas acima de tudo pela capacidade de acção e que prove aos açorianos que o PS-Açores tem no seu líder a melhor figura para governar a região mas, principalmente, que o PS-Açores tem no seu seio os melhores quadros, as melhores políticas e os melhores projectos para os Açores. Este é também o desígnio que deve orientar a constituição das listas de deputados, a formação do futuro governo e não menos importante a orientação da política autárquica do partido, por mais difíceis que sejam algumas batalhas eleitorais autárquicas. O PS-Açores, este PS, liderado por Carlos Cesar, tem a obrigação de se apresentar aos açorianos com a convicção de ser o partido que apresenta as melhores opções para os açorianos e para o futuro dos Açores. No imediato Carlos Cesar tem estes grandes trabalhos, que não são doze, mas são hercúleos, para executar: reorganizar o partido unindo-o em torno de políticas que extravasem a união apenas pela imposição do líder; gerir o processo de formação das listas de deputados e de seguida do governo com o objectivo claro de valorizar ainda mais a acção política do partido no governo da região; fazer acalentar um novo desígnio autárquico às estruturas do partido. Tudo isto são trabalhos que começaram a ser preparados antes de sexta-feira passada e todos eles são vitais para o PS-Açores e para o nome que Carlos Cesar deixará na história política dos Açores, mas resta ainda um outro trabalho que também pertence a Carlos Cesar e que terá tanta ou mais importância nesse retrato histórico da sua liderança – a sucessão.

...Eu hoje deitei-me assim

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Uma visão benevolente do Islão em contraponto a uma perspectiva decadente da cristandade. Eis o mote para um filme politicamente correcto nos nossos dias. Uma espécie de metáfora pós 11 de Setembro tendo por cenário a gesta das Cruzadas. Com um substrato ideológico destes Sir Ridley Scott filmou "O Reino dos Céus".
Good Heavens ! Creio que foi o pior filme visionado em 2008 !

Já sabia que Scott era enfadonho e repetitivo. Mas ainda assim esperava um filme que retomasse a cruel e genuína visão da Idade Média do "fantabulástico" "Flesh and Blood" que serve sempre de reminiscência para este subgénero de cinema. Mas ainda assim dei-lhe o benefício da dúvida ante um rol de estrelas que caucionavam uma boa noite de cinema. Ao fim de 134 minutos de filme senti-me ludibriado. Lamentavelmente Ridley Scott não seguiu a fórmula de Paul Verhoeven

Ao invés, Ridley Scott assina uma indigesta xaropada em estilo de maxi vídeo-clip. Quanto ao casting, em suma: Orlando Bloom é inexpressivo e um canastrão dos tempos modernos. Vê-lo, num filme de época, emergir no deserto da palestina em luzidio corcel, com uma capa esvoaçante, e uma longa melena animada por litros de amaciador é, no mínimo, uma blasfémia para qualquer cinéfilo.Jeremy Irons faz um frete e balbucia umas linhas. Eva Green está melhor do que nunca...mas não se despe sequer um milímetro. Acaso este filme se cruze à vossa frente fujam dele como o Diabo da Cruz.
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domingo, fevereiro 17

Weekend TV





Documentário da BBC sobre o negócio cruel que rodeia a produção de cocaína na Colómbia e as implicações sociais e políticas que isso representa na vida do país. Apresentado por Alex James (baixista dos Blur), a convite do presidente Uribe após declarações de Alex na sua autobiografia em que reconheceu ter gasto "a million pounds on champagne and cocaine", este é um testemunho real de um dos maiores flagelos contemporâneos. Passou este sábado e domingo na Sic Notícias.

Manif


A reportagem sobre o protesto contra a reforma do ensino público artístico em frente à Assembleia da República na passada 6ª feira (o blog do MovArte - Movimento de Defesa do Ensino Artístico). Apesar da convicção esta reforma avizinha-se tumultuosa.

VideoClube

O Público lançou na passada 6ª feira uma colecção imperdível Cahiers du Cinema - Grandes Realizadores. O preço base é de € 9.99 (p/ DVD) sendo que nos Açores tem um agravamento de 20 a 30%, com o bónus da incerteza semanal da chegada física dos DVD's à sua banca habitual... Não obstante, o Cinema proposto é muito bom e recomenda-se.

sábado, fevereiro 16

Bloguista solidário...


...com a posição assumida pelo E DEUS CRIOU A MULHER resultante desta situação. Congratulo-me, também, com o interesse e disponibilidade da sapo em alojar este calendário dos tempos modernos, e será caso para dizer: o que tu queres sei eu.

PS: Para que não venham chamar-me de machista deixo aqui o link para a versão E DEUS CRIOU O HOMEM

sexta-feira, fevereiro 15

...And Now for Something Completely the same

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CineClube



Lions for Lambs Há cerca de um ano, quando foi anunciado o relançamento da United Artists, algum jornalismo mais superficial achou por bem insinuar que o envolvimento de Tom Cruise como coordenador geral da produção do estúdio seria uma boa anedota. Surge, agora, «Peões em Jogo», primeiro título da nova gestão (partilhada com Paula Wagner, há muitos anos associada a Cruise) e o mínimo que se pode dizer é que estamos perante um dos maiores acontecimentos cinematográficos de 2007 e também um dos mais fascinantes filmes políticos americanos desde «JFK» (1991), de Oliver Stone.

Dirigido e protagonizado por Robert Redford, «Peões em Jogo» é um tour de force organizado a partir de três cenários paralelos. Em Washington, um senador (Cruise) dá conta a uma jornalista (Meryl Streep) de uma nova estratégia militar no Afeganistão; numa universidade da Califórnia, um professor (Redford) tenta aconselhar um aluno (Andrew Garfield) a não desistir dos seus ideais políticos; enfim, no Afeganistão, estão envolvidos dois soldados (Michael Peña e Larry Bates) que foram alunos do mesmo professor.

Do cruzamento destas histórias nasce uma visão crítica da América contemporânea que, de forma fria e descarnada, lida com três temas fundamentais: a credibilidade do poder político, as ligações desse poder com os profissionais dos media e a desmobilização dos jovens em relação aos problemas do seu próprio país.

Contornando todos os maniqueísmos (nomeadamente “pró” ou “contra” a administração Bush), «Peões em Jogo» reaviva a mais nobre tradição liberal do cinema clássico americano. Trata-se de combater as aparências das coisas para discutir a relação de cada um com a verdade dos factos, ou melhor, o esforço de cada um para alcançar (ou bloquear) algum grau de verdade e transparência. É isso que o transforma num grande filme político. Ou seja: num exercício artístico e moral sobre as relações entre o indivíduo e os valores colectivos. É bom encontrar um filme assim, sem efeitos especiais para disfarçar o vazio das ideias. Aqui, como sempre, o melhor efeito especial é o próprio ser humano
(crítica de João Lopes). A América aqui tão perto. E depois do Solmar Eastern Promises, de David Cronenberg, está esta semana na sala 4 da Castello Lopes.

quinta-feira, fevereiro 14

...Eu hoje deitei-me assim

...

...
To the centre of the city where all roads
meet looking for
you
To the depths of the ocean
where all hopes sank searching for you
Moving through the silence without motion
waiting for you
In a room with no window in the corner,
I found truth

In the shadowplay, acting out your
own death, knowing more
As the assassins all grouped
in four lines,
Dancing on the floor,
And with cold steel, odour on their bodies,
made a move to connect
I could only stare in disbelief
as the crowds all left

I did everything, everything I wanted to
I let them use you -
for their own ends
To the centre of the city in night
waiting for you

...
Shadowplay - um original da Joy Divison numa "fantabulástica" recriação dos The Killers - enjoy it

"factos" do sistema (I)

A imagem acima apresentada foi retirada daqui.

As coisas agravam-se. A Rússia diz não apoiar a independência do Kosovo e poderá vetar qualquer reconhecimento das Nações Unidas. Putin invocou o direito internacional e citou precedentes Europeus de não-reconhecimento de direitos de secessão (eta etc) Os EUA e a UE já afirmaram a sua intenção de reconhecer a soberania Kosovar. Os Russos sabem que a Rússia é um império. Não gostam deste tipo de precedente. A situação nos Balcãs poderá agravar-se.

No Médio Oriente, a situação entre Israel e o Hezbollah agrava-se. O Hezbollah alega que foi Israel que assassinou um dos seus mais venerados líderes que vivia em Damasco, na Síria. Enquanto o hezbollah grita "guerra contra Israel", uma imensa concentração de todos os que se opõem ao poder xiita, Sírio e Iraniano no Libano percorre as ruas de Beirute. O Líbano está, como sempre esteve, profundamente dividido.

O conflito Turco-Curdo persiste assim como as guerras no Iraque e Afeganistão. Em África, a situação Darfur-Sudão-Chade agrava-se também. No Paquistão as coisas não estão famosas, como é sabido. Os Chineses são criticados pela sua "performance" no domínio dos direitos humanos. O realizador Spielberg criticou a China pelo seu apoio ou cumplicidade com o regime dantesco do Sudão. Os Chineses responderam e disseram que os jogos olímpicos não tem nada que ver com os direitos humanos. Lá se foi o organicidade científica de Mao! Dizem que fica mal "politizar os jogos."

Deprimidos?

Romney, espertalhão

Vem aí o endorsement de Romney a McCain.

Será o primeiro a fazê-lo. Pretenderá a Vice Presidência? É claro que sim.

Poderão dizer que estamos a assistir à integração de duas tendências. Sim, é verdade.

Huckabee tem mais delegados do que Romney e ainda está na corrida.

Esta poderá ser uma estratégia para puxar Huckabee para fora da corrida e ganhar tempo precioso para unir o partido e o eleitorado republicano.

Erro de cálculo: Depois disto, suponho eu, Huckabee não tem outra opção senão fazer aquilo que disse que faria: completar a corrida. O seu eleitorado é muito mais "conservador" do que os eleitorados de McCain e Romney. Os republicanos de Huckabee estão perante um dilema corrosivo: optam pelo pragmatismo e tentam convencê-lo a fazer o tal endorsement a McCain (candidatando-se assim para VP) abdicando da sua integridade ideológica ou persistem até ao fim da corrida e preservam a autenticidade, a "pureza", do conservadorismo social?

Poderá até fazer o tal endorsement. As coisas podem ficar concertadas ao nível das personalidades da direita Americana. Todavia, as tensões relevantes, aquelas que importam verdadeiramente, são as que situam no corpo político, que não desaparecerão com os apertos de mão entre McCain e seja quem for.

Tudo indica que a paridade ou quase-paridade Obama-Clinton vai persistir. Consequentemente a única solução será um joint ticket Obama-Clinton. Maravilha!

ps: recomendo este livrinho a todos os que seguem a campanha de Obama. A minha cópia já vem a caminho.

O retrovisor

...
"O PSD nos Açores nunca admitiu um erro, por isso, perdeu em 1996", César disse-o na pré-campanha que já iniciou às próximas eleições Regionais. Este aforismo de Carlos César surge agora, na sequência do folhetim do tabu, após o mea culpa do Presidente do Governo Regional no que respeita à falência total das políticas Regionais no domínio do combate às dependências como a droga e o alcoolismo. Confessar esta realidade, pública e notória, é feito de pouca monta. Contudo, fica também por transigir que soçobrar neste domínio representa também um agravamento da insegurança que é hoje uma realidade para além dos muros do Palácio de Santana. Efectivamente, falhar no combate à toxicodependência é o equivalente a falhar também nas políticas de segurança que afectam difusamente todos os cidadãos. Mas, a nível local ou regional, o PS de Carlos César parece ignorar o estado de insegurança geral que se expande entre nós como uma epidemia. Com efeito, não há qualquer sinal de aposta no reforço dos efectivos policiais da Região Autónoma apesar da solidariedade cor-de-rosa que o cliché de campanha ostenta repetidamente. A nível local também não há sinais de colaboração explícita em políticas securitárias das comunidades. Bom exemplo dessa omissão está no dossier da Policia Municipal de Ponta Delgada que está pendente no Terreiro do Paço desde que o PS tomou, por voto popular e dissolução Presidencial da Assembleia da República, o Governo da República. O projecto em causa, que teria seguramente o mérito de coadjuvar a PSP no domínio do policiamento administrativo na maior cidade da Região, aguarda numa gaveta ministerial apesar de estar legalmente concluso! Em seu socorro nem lhe vale o facto de em 2003 a Assembleia Municipal de Ponta Delgada o ter votado, por unanimidade, também com os votos dos deputados locais do Partido Socialista.

Em suma: falharam as políticas de prevenção das toxicodependências mas as políticas de segurança são aparentemente inexistentes com as nefastas consequências que o mercado da economia da droga importa para qualquer sociedade. Apesar disto, Carlos César reconhece, com a teatral humildade própria das campanhas comicieiras, que falhou nas políticas de prevenção primária, secundária e terciária das toxicodependências. Crê até que este e outros actos de contrição, ao invés de penalizarem o PS, têm o efeito secundário de o ajudar a ganhar eleições. É obra! Resta saber porque razão perante políticas sectoriais assumidamente falhadas o PS não tem qualquer pudor de, volvidos mais de dez anos no poder, ainda insistir numa comparação com o passado do PSD? Não há razões válidas para esta obsessão de fazer a analogia com o passado do PSD, excepto a certeza de que esta é a última fronteira de justificação que o PS repetidamente usa quando lhe devem ser imputadas as devidas responsabilidades que um mea culpa de Carlos César não desmente. A ironia desse permanente retrovisor de que faz uso o PS é que, à medida que o tempo passa, o PS de Carlos César é também, por culpa própria, um partido do passado.

João Nuno Almeida e Sousa nas crónicas digitais do jornaldiario.com

quarta-feira, fevereiro 13

alta fidelidade

A propósito da história que o André acabou de contar numa demasiado curta emissão do Agente Provocador, sobre ter comprado discos num yard sale de um casal desavindo, lembrei-me imediatamente do episódio escrito pelo grande Nick Hornby, em High Fidelity, da compra de uma colecção de discos a uma ex-mulher despeitada. A moral da história é a de que um verdadeiro amante de música não pode deixar de se sentir solidário com um companheiro amante de música. Deixo-vos a versão John Cusak da história, incompreensivelmente rejeitada da versão final do filme.

mais do que uma nova Amy

ladies & gents

Duffy

Agente Provocador

Emissão do AGENTE PROVOCADOR com Herberto Quaresma, AP e JNAS + o convidado André Bradford para um momento inesquecível da rádio pirata. Isto, claro, se houver confiança...

Clinton Vs. McCain and Obama Vs. McCain

Aqui.


Primárias do Potomac




G. Beck desenhou esta queda de água no Potomac em 1802. Desde então para cá muita coisa se tem passado nas margens daquele rio a que George Washington - ele próprio nascido e criado na região - chamou the Nation's river. O Potomac, no seu curso para Chesapeake Bay, banha e divide os estados de Maryland e Virginia, bem assim como Washington D.C., onde ontem à noite decorreram as primárias dos partidos Democrata e Republicano. É aqui que se situa o coração político da América: a Casa Branca, o Pentágono, o cemitério de Arlington, o quartel general da CIA em Langley e por aí adiante. O Potomac representa também um meridiano político na cartografia americana, o que divide o Norte e o Sul, o que separa os blue states (Democratas, a norte) dos red states (Republicanos, a sul). Tanto Barack Obama, entre os Democratas, como John McCain, do lado Republicano, fizeram cabelo barba e unhas nos Estados de Maryland e Virginia, e em Washington, no Distrito de Columbia. Mas aqui terminam as analogias entre os dois. Obama obteve sempre vitórias categóricas sobre Hillary Clinton por double digit diferences, enquanto McCain chegou a ver o seu triunfo ameaçado por Huckabee na Virginia. Ora, diz a political wisdom americana que nenhum Republicano ganha a Casa Branca sem ter o "exército" sulista e conservador atrás de si. McCain, que virtualmente já ganhou a nomeação dos Republicanos para a Casa Branca, ainda tem muitas guerras para travar dentro do seu partido. Bem que gostaria que Hillary fosse a sua adversária do lado dos Democratas, evitando assim o confronto interno com os conservadores, mas, para mal dos seus pecados, McCain sabe que não vai ser assim. Ele próprio o disse no final do seu discurso ontem à noite em Alexandria, na Virginia: fired up, ready to go

...Eu hoje deitei-me assim

...
Já que o Ezequiel abriu um seriado gastronómico aqui fica uma modesta contribuição para um midnight-snack : Chocolate Moose a deglutir com uma chávena de Chá Verde.

...

terça-feira, fevereiro 12

assim é melhor, dá menos trabalho e tudo




causa
substantivo feminino

1. tudo o que determina a existência de uma coisa ou um acontecimento;

2. antecedente constante de um fenómeno;

3. motivo; razão; origem;

4. agente;

5. acção judicial; pleito judicial; demanda; processo; litígio;

causa eficiente causa que produz um efeito;


causa final fim que se tem em vista com a realização de determinada acção;


FILOSOFIA causa primeira/última Deus;


em causa em questão;


por causa de devido a;


(Do lat. causa-, «id.»)

condição

substantivo feminino

1. situação em que se encontra um ser humano; circunstância;

2. estado; forma;

3. situação ou facto indispensável; cláusula; imposição; exigência;

4. antiquado classe social a que uma pessoa pertence; lugar na sociedade;

5. plural conjunto de factos de que algo depende; circunstâncias;

condição sine qua non condição essencial, indispensável;


(Do lat. condicióne-, «condição»)

Azores Combo ArtCamp

wallace&gromitt

segunda-feira, fevereiro 11

EXTENSÃO DOCLISBOA





Produção: Teatro Micaelense | Cima - Associação Cultural

O Futuro dos Açores,

e por maioria de razão de nós todos...

...diz que é uma espécie de seriado.


Na próxima sexta-feira, dia 15, Carlos Cesar será aclamado, com mais de 90% dos votos, presidente do PS-Açores numas eleições directas que serão mais plebiscitárias do que referendárias. É preciso dizer que Carlos Cesar é, neste momento, a única opção viável para os militantes do PS-Açores e eu próprio farei parte desses mais de 90% que lhe darão mandato para ser líder do Partido e do Governo Regional. Como exercício de ciência política seria interessante investigar os porquês desta situação de personalização do poder, tanto no PS-Açores como no Governo Regional dos Açores, mas o momento é de acção e não de especulação, portanto, o que importa fazer agora é perceber as consequências da actual situação. Este último mandato de Carlos Cesar como presidente do Governo Regional (e convém ter em mente que será o último por decisão do próprio Carlos Cesar ao fazer aprovar a Lei de Limitação dos Mandatos) apresenta diversos desafios relevantes. Por um lado este é o mandato em que Carlos Cesar quererá fazer uma conclusão daquilo que foram os seus 16 anos de governo dos Açores como, ao mesmo tempo, e por outro lado, será o mandato em que Carlos Cesar terá que fazer a transição do poder. No que toca á finalização do seu desígnio para a região, que se expressou nestes anos de líder do governo regional, importa a Carlos Cesar deixar a sua marca, a sua assinatura pessoal, em áreas vitais para o futuro desenvolvimento da região, nomeadamente: Transportes e Comunicações; Turismo; Ambiente e Educação. Independentemente de considerarmos se foi bem ou mal feito a verdade é que nos últimos anos muito foi feito nestas quatro áreas vitais. Nos próximos quatro anos Carlos Cesar terá que afirmar em pleno o seu papel no progresso destes sectores fundamentais para o futuro dos Açores. Os próximos quatro anos são o momento para Carlos Cesar aprofundar medidas, corrigir erros, fazer novas opções e delinear estratégias para o futuro. Ao mesmo tempo Carlos Cesar terá que se confrontar com um não menos importante desafio – a sua sucessão. Tão ou mais importante do que a assinatura que Carlos Cesar deixará na Governação dos Açores é a forma como conduzirá o dossier da sua sucessão. Como já disse uma vez, é fulcral que Carlos Cesar não seja apenas mais um João Bosco, a forma como todas estas questões serão resolvidas, nos próximos quatro anos, são essenciais para isso. Até sexta-feira, dia das directas, irei fazer uma serie de posts onde tentarei dar a minha opinião sobre estes temas. Cesar, os Açores, o PS-Açores. De onde vimos, para onde vamos e (mais importante) quem é que nos paga.

Coisas Realmente Importantes

Conselho de Segurança da ONU reúne-se de emergência. O Conselho de Segurança das Nações Unidas vai reunir-se esta segunda-feira de emergência, às 20:00, para debater a situação em Timor-Leste, onde os chefes de Estado e o de governo, foram esta manhã (hora local) alvo de atentados.

Desculpe, importa-se de repetir?!

Apito Dourado: defesa de Valentim Loureiro alerta para "excesso de celeridade"
Morosidade ou celeridade na justiça em Portugal?! Decidam-se!

...Eu hoje deitei-me assim

...

...
Filme sugerido pelo Pedro Albergaria do Sine Die e até hoje adiado. The Three Burials of Melquiades Estrada é um filme de autor na fronteira entre o México e o Texas. Um épico pela honra e pela memória de um amigo. Uma viagem interior no sentido inverso ao que habitualmente demandam os homens que furtivamente se escondem nas sombras dos limites territoriais dos USA. Um filme soberbo pela mão firme de Tommy Lee Jones numa grande estreia como realizador. No final fica-nos a certeza de ainda existirem heróis Americanos e a reconciliação com o género Western.

domingo, fevereiro 10

CineClube



Redacted (Censurado, na versão portuguesa) Com a acção centrada num pequeno grupo de soldados americanos estacionados num posto de controlo no Iraque, «Censurado» explora através de múltiplos pontos de vista as pressões a que estão sujeitos os jovens militares e a forma como são afectados pelo cenário de guerra. Com uma história ficcionada inspirada em acontecimentos verídicos, «Censurado» é uma experiência cinematográfica que obriga os espectadores a questionarem-se sobre a forma como as notícias e o mundo lhes são entregues diariamente (in Cinema 2000). Esta semana em exibição no Solmar. Na sala 4 da Castello Lopes podemos ver Cloverfield, um dos filmes mais mediatizados do último ano.

Desculpe, importa-se de repetir?!

"Já tem havido demasiada gente a dizer demasiada asneira para esse peditório para eu me ir imiscuir nessa discussão, por agora"
Luis Filipe Menezes ao Público.

sábado, fevereiro 9

World Press Photo 2007


© Tim Hetherington, UK, para a Vanity Fair

A foto assinada pelo britânico Tim Hetherington, obtida no Afeganistão, recebeu ontem o título de melhor fotografia no prémio World Press Photo 2007. A fotografia retrata um soldado dos EUA, a descansar no bunker "Restrepo" (apelido de um soldado do mesmo pelotão, falecido em combate).

:agenda

Ao longo de 2008 o Teatro Micaelense apresentará um ciclo de cinco concertos no qual serão interpretados de forma integral as Sinfonias de Beethoven na transcrição para piano a quatro mãos de Alfredo Casella, compositor italiano de referência do período entre as duas guerras. Serão solistas desta série de cinco concertos os pianistas António Rosado e Alexei Eremine. Com os comentários do compositor Alexandre Delgado. Mais logo a partir das 21h30.

God and Politics (PBS)

Um excelente online doc do Public Broadcasting Service (PBS) sobre os "evangelicals" do Partido Republicano.

A não perder.

Quem desejar ver os docs da Frontline, produzidos pela PBS,  clike aqui.

uma ref

Reporter X

Fumo. Direito de optar *

Passado um mês da nova lei do tabaco fazem-se contas aos prejuízos dos empresários. Não há noticiário ou telejornal que não debite o rol de queixumes e azias dos empresários do sector da restauração (bares, cafés, discotecas e restaurantes) quanto ao decréscimo das receitas operadas com a introdução da delimitação do fumo em locais públicos. O que não é assumido é que nalguns casos a situação registada reflecte um aumento das receitas. Mas isso são detalhes de somenos importância.

Todos falam da má aplicação da lei, dos problemas de interpretação da mesma, da inexistência de informação técnica apropriada, dos casos de excepção, dos abusos da ASAE e de uma lei que foi pensada após a sua aplicação. Em Portugal falar é fácil. Fazer cumprir a lei? Isso é outra conversa. A culpa é do governo e morre, inevitavelmente, solteira. Adiante.

A esgrima de argumentos tem adeptos em ambas as barricadas. Se, por um lado, é fundamental a salvaguarda da saúde pública, por outro há quem fale das razões sociais e culturais associadas ao “prazer do fumo”. Todos terão, garantidamente, as suas certezas (mas sem razão!). A razão temo-la todos.

Não obstante, e partindo de uma generalização (com os riscos que isso acarreta), os portugueses são em “regra” avessos à norma. Para isso bastará recordarmos os casos da introdução da obrigatoriedade do uso do cinto de segurança, da proibição de fumar nas viagens aéreas, do pagar o parquímetro, do não conduzir quando beber ou o respeitar os mínimos de consumo de álcool permitido por lei, ao conduzir. Tudo coisas “chatas”.

E no meio disto tudo já alguém se preocupou com o que os não fumadores acham da lei? O que é frequentar um café sem fumo? Ou de beber um café sem ter o ónus da baforada indesejada? Há que fazer implementar a lei e optar, quando nos deslocamos a um café ou restaurante, por um espaço livre de fumo ou nem por isso. Antes, isso sim, não existia essa possibilidade de optar. E disso pouco se fala.


* edição de 05/02/08 do AO
** Email Reporter X
*** Fotografia X Focused-geeks

sexta-feira, fevereiro 8

...Eu hoje deitei-me assim

Royksopp...

...
Remind Me...estou excessivamente moído para a sessão de DJ´s no Arco.

always listen to good music

...e partilhar também, na mala dos discos...

... Cat Power . Carla Bruni . Cocteau Twins . Cowboy Junkies . Tindersticks . The Stranglers . My Morning Jacket . The Dears . Radiohead . Josh Rouse . Jack Johnson . Animal Liberation Orchestra . The Thrills . Spoon . Elliot Smith . Beirut . The National . Sufjan Stevens . Peter Bjorn And John . Rufus Wainwright . Feist . Bobby Conn . Richard Hawley . Jens Lekman . Sebastien Tellier . Phoenix . Rilo Kiley . Pavement . Arcade Fire . The The . Morphine . Sonic Youth . Eels . dEUS . Blur . The Libertines . The Kooks . The Enemy . The View . Prefab Sprout . Happy Mondays . Beck . Morcheeba . The Brand New Heavies . United Future Organization . Nicola Conte . Mark Ronson . Just Jack . De La Soul . Snoop Dogg . N*E*R*D . Justin Timberlake . Lupe Fiasco . Jay Z . Kanye West . Sharon Jones & The Dap-Kings . Amy Winehouse . Angie Stone . Erykah Badu . Melo D . Antonio Carlos Jobim . Cassiano . Aracy Almeida . Maria Rita . Seu Jorge . Marcelo D2 . Nicole Willis & The Soul Investigators . Massive Attack . Rockers Hi Fi . Fujiya Miyagi . Herbert . Conrad Schnitzler . Burial . Róisin Murphy . LCD Soundsystem . CSS . Justice . Daft Punk . Koop . Break Reform . Zero 7 . Gus Gus . The Knife . Hot Chip ...

...não necessariamente por esta ordem.

Alta Fidelidade

Alta Fidelidade em versão dupla cujos critérios de selecção musical (assumidamente ecléctica!) serão o do Vira o Disco e Toca o Mesmo e de muita fé no laser + logo no Arco 8.

américa, américa

e agora Partido Democrata?

Para quem gosta dos EUA e, believe me, eu gosto uma das características, desse imenso país, que não pode deixar de nos fascinar é a sua estonteante diversidade. De Nova Iorque a Seattle, de Seattle a San Diego, de San Diego a Miami, de Miami a Nova Iorque, passando por Anchorage e Honolulu. Dentro deste enorme caldeirão incandescente está toda a diversidade do mundo. Mas se a land of the free nos fascina pelo que representa de oportunidade e de sonho, não nos podemos esquecer que parte substancial dessa diversidade é puritana, conservadora e segregacionista. Al Gore e John Kerry sofreram na pele o poder dessa América, receio que o Partido Democrata se esteja a preparar para sofrer de novo. Os dados que neste momento estão em cima da mesa são, em termos muito gerais, os seguintes: um descontentamento profundo face a George Bush, um clima intenso de crise económica, a guerra no Iraque e um certo ar de euforia pela possibilidade de ocorrência de um facto histórico da eleição de um negro ou de uma mulher. Se esquecermos o folclore das primárias e dos caucus, que rapidamente serão postos para trás das costas assim que a luta for pela Casa Branca e não pela Convenção vemos que mais uma vez a América se vai partir ao meio, numa corrida acirrada, onde, por uma margem mínima, o candidato Republicano vai ganhar. E desta vez sem a ajuda das maquinas de voto do solarengo estado da Florida. O Partido Republicano parte para esta corrida sabendo que sai em desvantagem, pelas quatro razões que referi atrás – Bush, a crise, a guerra e o elan dos Democratas. Em face disto, em face desta viragem do pêndulo político para o centro esquerda, o Partido republicano joga a cartada McCain, num esforço consciente de manter para si o poder da Casa Branca. E por mais que hoje os evangélicos e reaccionários se atirem com unhas e dentes a McCain, em Novembro até esses gritarão slogans de que Deus no Céu e McCain na Terra. A escolha dos republicanos está feita e os próximos meses serão passados a negociar os acordos que permitirão ao Partido manter a Casa Branca. Mas não é só o facto de McCain ser um candidato de centro que dá segurança aos republicanos, tanto na questão económica, como no problema da guerra, McCain é também o candidato que poderá apasiguar os americanos. A crise do imobiliário americana é uma crise especulativa que mexe com o sistema financeiro afectando grandemente as Companhias de Seguros e os fundos de investimento e de capital de risco. São precisamente essas instituições que quererão continuar a manter o controlo total sobre a economia e não verão com bons olhos uma intervenção profunda do Estado no sistema. Ao mesmo tempo são também estas instituições que lutarão sempre contra as propostas democratas quanto ao Health Care. O dinheiro que vai ser investido na campanha de McCain por eles será avassalador. No que toca à guerra é um erro pensar que exista um consenso taxativo na população americana quanto a uma retirada imediata do Iraque. É preciso perceber que para os militares americanos e a para as suas famílias o impacto psicológico de uma proto-capitulação face ao inimigo neste momento pode ser destruidor. McCain, o veterano, sabe-o melhor que ninguém. Para uma grande maioria da população americana será mais importante uma solução para a guerra que dê à América e aos seus militares a sensação de closer e de uma, mesmo que mínima, razoabilidade para anos de sofrimento e conflito, em vez de uma capitulação imediata e unilateral. Do lado Democrata o factor mudança, que é no fundo uma esperança etérea, pode vir a ser o elemento primordial, tanto para Hillary como para Obama, mas não será nunca o elemento único para conquistar a vitória. A forma como em Novembro o candidato Democrata se colocar face às questões económicas e da guerra será vital para o resultado e no fim, também o impacto do momento histórico fará sentir o seu tremendo peso. Estão ou não os americanos preparados hoje para eleger uma mulher ou um negro? Por mais que eu queira acreditar no contrário estou convencido que não e que dos dois o que tem menos hipóteses é o negro. Para além disso Obama é um bom motivational speaker a quem lhe falta a frieza necessária à liderança, algo que já está a ser explorado por Hillary e que será ainda mais por McCain. Aquilo que a todos nos fascina em Obama pelo que representa de sonho e esperança é exactamente o que pode jogar contra ele num mundo de decisões e pragmatismo. Nem sempre o mundo está preparado para a mudança.

crescendo veloce

Muito mais animado depois de ler isto.

O Pedro considera que os republicanos (conservadores sociais e progressistas) acabarão por se unir em torno de McCain. Hoje vi e ouvi alguns discursos de McCain na CNN. O homem foi vaiado pela ala conservadora (social) enquanto apelava à unidade do partido. Mal falou da sua política de imigração a dita ala vociferou asneirada da grossa. Vaiou um herói de guerra, um verdadeiro conservador (clássico). É muito estranho observar isto, quase constrangedor: Ele, mais do que qualquer outro dos seus congéneres é um verdadeiro republicano! É um pragmático, um homem da realpolitik, como diria o zb. Os conservadores (sociais) de hoje esqueceram-se completamente do conservadorismo clássico do seu partido, um conservadorismo com uma história ilustre. É triste assistir a isto. Ouçam este homem a falar. Até o seu inglês é deliciosamente anacrónico. Cuidado. Claro. Sucinto. To the point, como dizem os Americanos.

Este drama mediático revela o que aconteceu ao PR: a direita religiosa (fundamentalista) que, se bem me lembro, controla menos do que 33% (*) do eleitorado republicano, conseguiu apoderar-se de grande parte do partido. McCain apelou à unidade. Foi vaiado, impunemente. Todavia, e é aqui que reside a força do argumento do Pedro, será que os republicanos, em virtude dos imperativos estratégicos (fazer com que o partido chegue à Casa Branca), terão a sagacidade de se unirem e optarem por um ticket com McCain & Huckabee? Ainda faltam muitas curvas e atalhos nesta corrida. É possível que isto aconteça.

1-Se acontecer, uma boa parte dos conservadores sociais abandonarão as Presidenciais. Há aqui uma curiosidade psicopolítica que não deve ser negligenciada. Os conservadores sociais são dogmáticos. O compromisso político, para estes senhores e senhoras, não é visto com bons olhos. Muitos vêem McCain como um traidor. Gostaria de saber o que é que os conservadores sociais exigiriam em troco do seu apoio. A situação é delicada. Tudo indica que as exigências seriam substantivas. O que nos leva ao seguinte: se tal coisa acontecer (uma "reconciliação estratégica"), McCain terá que modificar a sua agenda. Esta mudança poderá alienar os progressistas que o apoiam. Se presumirmos que os conservadores sociais não são burros (são dogmáticos mas não são burros) o senso comum diz-nos que exigirão que McCain explicite publicamente a mudança de rumo durante as eleições de forma a comprometê-lo com o eleitorado. Devemos reparar no seguinte: o principal objectivo destes senhores é o de assegurar e consolidar a hegemonia (precária) do conservadorismo social dentro do partido. McCain não se cansa de apelar aos "Reagan Democrats." (os democratas conservadores que elevaram Reagan até ao poder presidencial) McCain sabe que estes apelos à sua esquerda não são bem vistos pelos conservadores sociais que não desejam ver os progressistas republicanos aliados aos democratas conservadores. Isto poderia significar, simplesmente, o fim da hegemonia do conservadorismo social dentro do PR. Seria suicídio político. Perderiam o controle da plataforma que lhes permite projectar o seu nefasto poder no mais poderoso país do mundo. Isto é, perderiam quase tudo. McCain apela aos democratas porque sabe que a situação doméstica não é famosa. Nada famosa. Ele tem insistido neste pedido de ajuda, sabendo que isto pode alienar os conservadores sociais. Porquê? A minha resposta, tentativa, especulativa, é muito simples: McCain está desesperado!

2-Se não acontecer, o PD teria a vitória quase garantida, com Hillary ou Obama ou ambos. Tudo depende da evolução desta fissura e do que se faz para a fechar. McCain é capaz de a transcender. Se alguém é capaz de o fazer este alguém é McCain. Mas temo que este objectivo seja demasiadamente ambicioso, mesmo para alguém como McCain. O futuro dirá.

Top of the Politics


Fired up, ready to go

Um dos estrategas democratas da candidatura de Hillary Clinton não teve dúvidas em reconhecer e identificar, 3ª feira na CNN, o principal problema da sua dama: ela não está só a defrontar Obama, ela está a defrontar um movimento. Ora, precisamente, um dos aspectos tangíveis desse movimento é a espontaneidade com que os simpatizantes de Obama, totalmente à margem do staff da sua candidatura, tomam iniciativas como as que Will.i.am, dos Black Eyed Peas, levou a cabo em 3 dias: a música Yes, we can , criada e editada a partir do discurso que Obama fez em Nashua, nas primárias do New Hampshire. É bom não esquecer que estas são as primeiras eleições presidenciais da You Tube generation e a base demográfica dos apoiantes de Obama sabe bem disso. O Boston Globe publicava ontem uma peça interessante sobre o assunto, chamando a atenção para os mais de 10 milhões de visionamentos que Yes, we can teve nos últimos dias. Ao ler essa notícia fui arrastado para outro You Tube release do mesmo teor, da responsabilidade de uns rapazes da área de Seattle, os Bergevin Brothers, que se juntaram à Reverenda Pat Wright e ao seu Total Experience Gospel Choir, para gravarem um tema - Fired up, ready to go - que até põe o Cavaco Silva a bater o pé. Vale a pena ouvir, acreditem. É claro que não tem as celebridades do Yes, we can, que vão desde a Scarlett Johansson até ao Herbie Hancock, mas, enfim, sempre lá aparece o baterista dos Pearl Jam para quem liga a essas coisas.

P.S. Fired up, ready to go, dá-te mais asas que o Red Bull.

quinta-feira, fevereiro 7

I hate to say I told you so...

Breaking News

Romney suspends presidential campaign


Perante isto, permitam-me que acrescente o seguinte. O único candidato democrata que pode vencer McCain é Hillary Clinton. Porque esta dentro do sistema, porque é mulher e porque não é negra.

How close?

"The popular vote from the states that voted Tuesday could not have been closer. According to an analysis by The New York Times: Mrs. Clinton won 7,427,700 votes, or 50.20 percent of the two-candidate vote; Mr. Obama won 7,369,798 votes, or 49.80 percent. (The tally is based on incomplete returns, does not include the 411,740 votes won by John Edwards, who has dropped out, or by other candidates, and does not include Alaska, where the results did not represent individual votes but rather the preferences of delegates to the state convention.)"


Aqui.

Os “favores”

...

...
Portugal era já indiciado como suspeito do costume no rol dos países que vivem do "favor" ! Contudo, na trambiqueira pelintrice em que se transformou este sítio a que chamamos Portugal, os "favores" são transversais. Sinal dessa transversalidade está na "assinatura de favor" que o actual Primeiro-Ministro facultou, alegadamente a título gratuito, a projectos técnicos de Engenharia e Arquitectura que não eram seus e que, por impedimento legal, não podiam ser assinados pelos seus verdadeiros autores. Não é crime, asseveram os penalistas desta República, mas não deixa de ser fraude à lei. Acresce que esta fraude de "favor" é sintomática da absoluta indigência e desonestidade intelectual em que vivemos. Não raras vezes, hoje, apor uma assinatura num documento mais não é do que um "favor" que se presta e pouco valor tem como compromisso ético. Assim, assinar projectos sem os ter feito, e provavelmente sem sequer saber do que se trata, é coisa aceitável e de somenos importância para o Sr. Pinto de Sousa e seus discípulos. Afirmar o contrário só tem lógica numa "cabala" difamatória do jornal Público. Mas, como a liberdade de imprensa, é também um "favor" que se faz à Democracia, ao primeiro-ministro resta-lhe fazer uso do habitual look contristado sempre que confrontado com episódios passados de "engenharia ilícita". O certo é que em Portugal a permeabilidade entre "favores" em cadeia e a prática profissional não é novidade. Desde a procuradoria ilícita de vão de escada, feita tantas vezes por mangas-de-alpaca mais baratos do que os Advogados e Solicitadores, até aos atestados médicos a rogo para as mais diversas finalidades, não faltam exemplos de "favores" que mais não são do que expedientes para contornar a lei. Mas, paradoxalmente, o primeiro-ministro que se arroga paladino do rigor e da transparência prometendo reformar a economia de "favor", assinava de "favor" e a eito os projectos dos amigos que estavam impedidos legalmente de o fazerem. Para quem ainda acredita nas narrativas pueris do favor altruísta e da benemerência tais atitudes não são de censurar mas sim de elogiar. Ao invés, para os cépticos, elas são, designadamente, uma das formas de "concorrência desleal" que vão pontuando entre nós. Por essas e por outras é que já há mais de um século o grande Eça de Queiroz afirmava que Portugal "não é uma nação, não é um país, não é uma nacionalidade, não é uma pátria, mas é um sítio". Um sítio de "favores" em cadeia onde se "perdeu a inteligência e a consciência moral". Onde "os costumes estão dissolvidos, as consciências em debandada, os caracteres corrompidos." Um sítio onde "a prática da vida tem por única direcção a conveniência". Tudo isto, nas palavras de Eça de Queiroz, eram já sinais do "progresso da decadência" que hoje é o retrato do país real. Aquele que se esconde atrás das máscaras de conveniência a quem, por pudor, se faz o "favor" de acreditar. Neste logradouro Ibérico que é Portugal, afinal de contas, é sempre Carnaval e ninguém leva a mal o mercado de "favores" que também sustenta este país.
...
João Nuno Almeida e Sousa nas crónicas digitais do jornaldiario.com

quarta-feira, fevereiro 6

McCain

ou da importância de ganhar eleições

Por mais que a utopia nos encante e uma certa ideologia romântica de transformação do mundo nos aqueça as noites, a verdade é que a política ainda é feita de pragmatismo. A política americana, então, é feita de hiper-realismo. A recente ascensão de John McCain à pole position de indigitação como candidato Republicano à eleição presidencial de Novembro é prova disso mesmo. Confrontados como uma sucessão difícil, fruto do desastre bushiano, que favorece manifestamente as hipóteses democratas de chegar à Casa Branca, os republicanos cerram fileiras em torno do mais esquerdista dos seus – John McCain. Numa eleição que, não havendo manipulações externas das máquinas de voto, será decidida no centro esquerda o Partido Republicano defende-se com o único candidato que pode realmente disputar esse eleitorado. Mesmo as actuais vozes que na direita e extrema-direita do partido agora se levantam contra o liberal conservative McCain, em chegando a Novembro correrão para as urnas para por o voto no Republicano. Perante este simplicíssimo maquiavelismo eleitoral em que o fim último de manter a Casa Branca no Partido Republicano justifica a eleição de McCain, a pergunta que os democratas terão que fazer é quem destes dois, Obama ou Hillary, pode verdadeiramente ganhar a McCain.

anos 80

o perverso mundo da vida partidária

Este post não é de solidariedade, mas podia ser. Este post não é de elogio, mas devia ser. Este post não é também de amizade, mas tem de o ser. Este post é de afecto, aplauso e camaradagem por alguém que, mais do que ser meu amigo, merece todo o meu respeito. Este post podia também ser um pretexto para desancar abertamente num partido com o qual não simpatizo, mas nem isso será este post. Sei o que custa pertencer a um partido e sei que o Nuno pertencia, pertence, ao dele com empenho e convicção. Infelizmente, no nosso tempo, falta aos partidos a noção da decência que a convicção acarreta. No nosso tempo o que não falta é gente que está nos partidos não por acreditar numa ideia, ou num projecto, mas por jeito e mesquinhez. Gente que transforma a política numa sucessão de esquemas e maquinações, que visa o proveito próprio, a sovinice do lugarito, do tachinho e outras malandragens semelhantes. Não falta também por aí quem olhando para o Nuno se deixe ficar pela forma espampanante e por vezes desabrida de estar perdendo a totalidade do seu conteúdo. Para ti, Nuno, um abraço amigo.

Uma Carta.




Os meus sinceros agradecimentos ao Zé Nuno, do 5dias por ter encontrado este interessante video do
Lessig Blog.

Obrigado a ambos.

"Super quarta-feira"

Noite Americana



Com Herberto Quaresma
A Noite Americana em directo do Arco 8 com António Sousa, Alexandre Pascoal, Ezequiel Motta Moreira da Silva, João Nuno Almeida e Sousa e Pedro Bicudo. Emissão em directo e ao vivo do Agente Provocador a partir das 22 horas na Antena da RDP-Açores com emissão on-line aqui.

Double C

Clinton ganhou na Califórnia. Anunciado há 20 segundos na CNN.

Os "latinos" deram a vitória a Clinton. Porquê?

A razão é absurdamente simples. (não estou a citar ou a recorrer à CNN)

O Presidente Clinton criou relações fantásticas com a comunidade "latina." Durante a sua Presidência, milhares de representantes do poder local "latino", amplamente representados no Partido Democrata, ocuparam lugares de grande responsabilidade no governo federal e nos governos estatais. Este network de influência foi absolutamente vital para a vitória da Senhora Clinton. A campanha de Obama tem uma dinâmica distinta. Obama discursou antes dos resultados (oficiais) da Califórnia. Já sabia que não iria ganhar, suponho eu. Foi o seu melhor discurso de sempre: " We are the ones we have been waiting for!" Elogiou, com toda a sinceridade, a Senhora Clinton. Criticou-a também, mas foi comedido. Estas tem sido as duas mais inteligentes campanhas (de Obama e de Clinton) que eu já tive o prazer de observar.

McCain também discursou. Make no mistake. This man is a Navy Boy. É um clássico, este herói.
Apesar de "apoiar" Obama, sinto a mais profunda das simpatias por este homem. O Inglês deste homem pertence a um outro tempo. Um tempo de grandes heróis e meta-narrativas. Há uma sobriedade confortante na voz e no raciocínio deste homem. Este senhor é, de facto, experiente. Gosto dele. Não sei porquê. McCain, se fosse eleito, seria o melhor antídoto para aquela malaise constrangedora do Partido Republicano, o conservadorismo social (dogmático). Estou a especular, claro. Como sempre.

Boas noites a todos. Bem, acho que estou sozinho aqui. No matter.

PS: Eu sempre adorei o Alaska.

2% & Amy



2% dos resultados da Califórnia .
Clinton lidera, nestes 2%, com 57%.
36 457 milhões de Californianos, julgo eu.
2% de 36 457 milhões é muita gente.
Ou seja, interpretar os 2 % como uma sondagem.
Um salto epistemológico ambicioso, é certo.
Uma extravagância (minha), talvez.
Mas, se tivesse que apostar...
Diria que Clinton já ganhou a Califórnia.


Carl Bernstein, comentador da CNN, acabou de elaborar a melhor análise, ou seja, a análise que mais favorece o meu preferido (estou a brincar). Diz o seguinte: quando tudo isto começou, Clinton era a grande favorita. As coisas, agora, estão a favor da Senhora, mas não tão favoráveis como se supôs inicialmente. A eleita está a disputar uma eleição. Sabe-se que o super-dooper não será o grande "decider." Logo, o horizonte temporal prolonga-se. Há mais curvas nesta corrida.

Confesso: será difícil para Obama, mas não é impossível, estatisticamente e politicamente.

Mas não é isto que me traz aqui. Só queria prestar homenagem a esta menina. A melhor analista das eleições. Bolas! Que barra! E é bonita, ainda por cima. Esta Amy Holmes é uma felina analítica, perdoem-me o bla bla.

O Sr. Bill Bennett também é um dos meus preferidos. Este senhor é um Historiador (em termos formais, não o é. Mas é um historiador, a meu ver). Conhece bem aquilo que os ignoramuses dos "analistas" chamam de "padrões."

Temos mais alguns near-real-time reporters online. Destaco aqui, hoje, o do Daniel Oliveira. Vale a pena, sim senhor.