sexta-feira, agosto 7

Brasil

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Lê-se este "Brasil", na tela do "realismo mágico" de John Updike, e fica-nos a impressão de que afinal o Übermensch existe! Ele é Tristão : preto, descamisado, nado e criado na favela do morro da babilónia nas cercanias do Rio de Janeiro. Afinal de contas foi nestas terras de pau-brasil e cana-de-açúcar que Portugal possuiu, como sua mulher, África, sem contudo consagrar o facto. É desta perfídia que Updike retira a natureza superior dos negros escravizados em terra estranha e "como são superiores, permitem que os tratem como inferiores (...) são capazes de viver no nosso horroroso século XX (...) viver e não meramente sobreviver".

Este é um livro : Brutal, Sedutor, Pornográfico, Luxuriante, Obsceno, Visceral, Escatológico, Fascinante, Tórrido, Lírico, Violento. Ipanema e Favela; Branco e Preto; Improvável e Inverosímil tal como o verdadeiro Brasil.
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(este exemplar, numa sugestão do Tapor, numa edição da Civilização Editora, estava disponível, por encomenda, na Bertrand de Ponta Delgada)

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