quarta-feira, janeiro 6

Zuma na Caneca, parte V



O Presidente da África do Sul, Jacob Zuma, casou-se pela quinta vez. Coisa sequencial, agora-uma-e-depois-outra, e simultânea, a-recente-mais-as-anteriores, o leopardo africano vai casando, diz ele, ao ritmo da sua cultura Zulu.

Do palmarés contam neste momento: 3 esposas, um divórcio e um suicídio. Kate Mantsho, a segunda na linha matrimonial, suicidou-se em 2000, após o que descreveu como “24 anos de inferno no casamento”. Zuma prepara já o seu sexto casamento.

Isto da poligamia tem o que se lhe diga. A cultura acolchoa muitos argumentos, a igualdade entre géneros arma muitos outros, a moral, essa então, é sempre pródiga em “razões”.

Em Portugal muitas famílias vivem a realidade da poligamia. Sem argumento cultural que a sustenha no nosso espaço geográfico, existem famílias de outras matrizes culturais que vivem em Portugal esta realidade. O que cada um quer fazer com isso dentro de si próprio, fica com cada um.

Mas num Estado de Direito interessa ponderar: neste momento em que a nação debate a pertinência do casamento homossexual, subsiste esta outra realidade marital que no nosso país nega direitos. É que as segunda, terceira, quarta (…) mulheres dos poligâmicos residentes em Portugal, à luz do nosso quadro jurídico… não o são. Não existem como tal, perante a nossa lei. Não têm direito a reconhecimento oficial, herança, IRS conjunto, entre outros. Não têm direito a tudo aquilo pelo que se bate hoje a comunidade homossexual nesta matéria.

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