domingo, fevereiro 13

"Não gostei e, portanto, acabou-se."(!)*


Homens de fibra estes açorianos. Homens que dão tudo pela sua terra.

Mas a política - diz-se - é uma coisa feia, feita por pessoas lindas (há algumas feias também mas, não vêm para o caso).

Contudo, há duas coisas muito importantes a reter: Os Açores têm ganho com as pessoas boas - que têm apoiado os sempre-em-pé da política. E os sempre-em-pé da política vão-se fazendo com elas e desfazendo-se delas, quando a eles aquelas já não interessam.

Os cidadãos não são parvos. Podem «abster-se» de uma participação mais interventiva na política, porque percebem que isso só «dá pão para alguns» mas, sabem também que cidadania não se resume a isso apenas (como alguns querem fazer crer para não perderem a legítimidade no exercício do poder).

Mas, o pior para os sempre-em-pé da política são os idiotas.
Os abomináveis idiotas são aqueles tipos que não abrem mão das promessas feitas ao eleitorado.
Os insuportáveis idiotas são aqueles atoleimados que querem contribuir - com todas as suas forças - para a melhoria das condições de vida das suas gentes. Das gentes que o viram crescer e lhe vaticinaram um futuro risonho.

Mas, os idiotas são uns gajos porreiros, até servem para bodes expiatórios. Pois, os sempre-em-pé da política sabem que o povo delira com cabeças a rolarem. Não importa de quem. Não importa quando. E também não importa como.
Os sempre-em-pé da política sabem que, de quando em quando, é importante fazer sangue e há que fazê-lo com quem cuja ausência não enfraqueça o sistema.

Vem isto a propósito da entrevista de Fernando Menezes, no Grafonola e no AO, na qual confessa que não esperava ser substituído. Daquela maneira, digo eu.

* a exclamação é minha.

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