sábado, abril 30

10 verdades insofismáveis sobre o "Turismo Açoriano"


1.
Veículo de excelência para as exportações e entrada de divisas estrangeiras, para equilíbrio da nossa balança comercial, pelo que, os transportes – em termos de rotas, preços e equipamentos – se afiguram fundamentais;
2.
Fala-se do “Turismo” como um novo ciclo na economia açoriana e, apesar do conceito de reciclagem continuar a ser mal comunicado aos sectores primário e secundário, nunca estivemos tão conscientes das suas vantagens;
3.
Nunca estivemos tão bem preparados para encarar a desafiante dinâmica do “Turismo” mas, o sucesso não depende só da promoção. Produto é preciso, pelo que, acirrar a criatividade de todos os players é imprescindível;
4.
Turismo de qualidade não é, definitivamente, o que nós tanto ambicionamos ter;
5.
Há já um meritório trabalho feito na área da formação dos recursos humanos que contribui decisivamente para a elevação dos padrões do serviço oferecido ao cliente e, oxalá, contribua também para a abolição dos métodos de gestão obsoletos e da forma retrógrada de encarar os negócios;
6.
A consolidação dos Açores enquanto destino turístico é desejada, é falada, é necessária mas, continuamos a ignorar os passos a dar para a sua verificação, esquecendo ainda que se trata de uma acção de melhoria contínua;
7.
Também no “Turismo”, o so-called “Desenvolvimento Harmónico dos Açores” é uma utopia e deve, urgentemente, ser tratado como tal, até mesmo para a preservação daqueles que têm que andar mais devagar;
8.
Até neste “santuário no meio do atlântico” a “Indústria do Turismo” é volátil. Pena é que, por cá, esta realidade seja encarada como um risco (desmobilizadora, portanto), em vez de ser considerada como a grande alavanca para o binómio “Inovação/Desenvolvimento, com uma aplicação transversal à economia açoriana;
9.
Fala-se de animação turística mas, na realidade, ninguém quer ser tratado como turista. Devíamos, pois, falar de entretenimento: dentro e fora dos hotéis; de dia e de noite; orientado para as várias idades e para os vários géneros das pessoas que nos procuram. É tudo isto - somado e bem operacionalizado – que se procura quando se viaja e que, nos Açores, é oferecido abaixo da linha de água;
10.
Em quase todos os componentes da oferta turística açoriana, a ausência de políticas de segmentação que não assentem apenas no preço contribui massivamente para a criação de uma imagem desfocada daquilo que os Açores têm para oferecer.

É por estas (e há de ser por outras ainda) que estamos todos – profissionais, empresários (dentro e fora do ramo), políticos e população – muito confusos. Até os clientes, com as crescentes dificuldades espalhadas um pouco por todo o mundo, estão confusos também.

Para terminar e em jeito de nota de rodapé, gostaria de relembrar que ignoramos muitas vezes a velha máxima do marketing (tantas vezes difundida e tantas outras mal compreendida): “custa muito mais arranjar clientes novos do que manter os habituais” (e talvez por isto não tenhamos uma taxa de repetições interessante) que, associada à intensidade que devemos colocar na concepção e entrega da “EXPERIÊNCIA AÇORIANA” (a qual gostaríamos de ver impregnada em todos os nossos turistas), deveria, pelo menos, ajudar-nos a desconstruir a dicotomia em que assenta o referencial do mercado nacional relativamente aos arquipélagos portugueses: “Vou de férias para a Madeira e vou visitar os Açores”.
foto daqui

1 comentário:

Carlos Faria disse...

Já agora animação para turista com o tipo de oferta que podemos dar: paisagem natural, ar puro, whalewatching trilhos e similares não é a mesma dos turistas que vão para Ibiza, Torremolinos, Punta Cana e afins.
escusam de andar a subsidiar discotecas e bares para trazer turistas mas que enchem concertos eruditos em espaços muito mais calmos onde faltam os Açorianos.