terça-feira, abril 26

Podre

Um governo corrupto com um mitómano perverso a liderar o gang desta associação criminosa seria suficiente, num país civilizado, para um "impeachment" do primeiro-ministro, ou numa farsa de nação terceiro-mundista motivo bastante para um linchamento do mesmo. Num país de "brandos costumes", como o nosso Portugal, a vil personagem de Sócrates sobrevive e com tendência a subir nas sondagens ! Este é um País onde o único líder da oposição ainda não acertou o passo com a Esperança nele depositada, que até a sua gravata verde promete, e entre causas nobres vai, para mal de todos, perdendo pontos para o inimigo. Sim, "inimigo", porque no caso do Sr. Pinto de Sousa não se trata de um "adversário" político mas de um verdadeiro inimigo de todos os Portugueses e da falência fraudulenta a que nos conduziu.

Neste arremedo de País a descrença instalou-se também com um Presidente da República que se deixou ultrapassar por um primeiro-ministro que de fiscal de obras, algures "em alguidares de baixo" na Beira interior, e de duvidosa deontologia, alcandorou-se ao poder. No resto os Portugueses olham com fastio para as mesmas personagens de sempre : o tele-evangelista do Louçã com a sua retórica terrorista, o camarada Jerónimo com a mesma cassete de sempre, e o hábil Paulo Portas que está sedento de regressar ao poder, e ao estadão do Forte de São Julião da Barra, sendo que para tal fim qualquer meio de coligação lhe serve com o PSD ou com o PS. Posso ser néscio, mas acredito que ainda há Portugueses com presciência q.b., e dois dedos de testa, que olham para esta realidade tal como ela é.

Os mesmos Portugueses que neste dia da Liberdade se sentem ultrajados e humilhados por terem a sua Soberania alienada às agências de rating, à plutocracia do euro, e aos tecnocratas do FMI que com a sua pastinha preta aqui chegaram para fazerem o trabalho que devíamos ter feito. Uma infâmia que quase legitima, a posteriori, a sugestão de suspensão da Democracia que, em bom rigor, é o que vai suceder com os pacotes de austeridade em retrocesso social negando direitos sociais que foram sendo construídos desde a legislação laboral mais progressista de Marcello Caetano.

Os Portugueses que ainda têm orgulho não podem deixar de se sentirem ofendidos na sua honra com esta camarilha da Abrilada, como o patético Otelo Saraiva de Carvalho, que em acto de contrição se confessa arrependido de ter feito o 25 de Abril...mas nunca se mostrou "arrependido", como os outros camaradas da organização terrorista FP 25 de Abril, que perpetrou, com sangue e morte, o revanchismo de uma revolução que não terminou no modelo Cubano ou Romeno como Otelo e os seus pares queriam.

E que Justiça se fez ? A que se sabe com indultos Presidenciais pelo meio, e bons e beneméritos ofícios de Mário Soares, com a cumplicidade de tantos outros sem a consciência pesada dos crimes que cometeram contra os Portugueses a começar pelo contrabando da descolonização.

Ora, neste túmulo à deriva que é Portugal ainda se exige uma reforma da Justiça como solução para todos os males ! Para quê ? Para depois quando a Justiça funciona e condena os cleptomaníacos do erário público, por corrupção e outras manigâncias, a malta ir logo a seguir votar neles como tão bem ilustra o paradigma da "felgueirização" ? Ou para andar "séculos" em autos para memória futura de um caso como o da Casa Pia e ter o legislador por trás -(sem qualquer conotação sexual entenda-se)- a manipular a legislação moldando-a oportuna e tempestivamente à medida das conveniências ? A reforma da Justiça não serve para isso, nem serve para politizar uma estirpe de "procuradeiros" e "procuradeiras" com uma agenda mediática em vez de terem uma agenda forense.

E quanto à reforma de boa parte da classe política é matéria que também já pouca atenção merece dos Portugueses. Por uma razão tão simples e básica: os Portugueses não se identificam com a sua classe política, e não se revêem entre iguais, até porque a utopia de um "governo do povo, pelo povo e para o povo", infelizmente, não é nossa e nem sequer cuidamos de a importar dos States. Sinal dessa falta de identidade, típica de um sistema de castas, é o exemplo burlesco, mas ilustrativo do mais recente debate aceso nas redes sociais e no oráculo do facebook : o quid é o de saber se os nossos insignes e ilustres representantes no Parlamento Europeu devem ou não aero-deslocar-se para as suas funções em "Classe Executiva" ? Para mim, e creio que para a maioria silenciosa de todos nós, a pergunta é retórica...menos para os próprios eleitos ! A Pátria falida e a classe política a discutir alcavalas e privilégios que deviam ser os primeiros a renunciar.

Entretanto o País definha, estende a mão de esmola, e endivida-se sem nada para garantir essa dívida que não seja o sangue, o suor e as lágrimas dos Portugueses. Sim, porque o resto é o que se vê : um País obcecado com as Finanças, mas sem uma linha sequer de orientação para a Economia. O "tecido produtivo" entrou em entropia apesar do prometido eldorado da CEE e do clube do Euro. Tudo isto sempre produzindo como se fossemos uma república das bananas, mas sempre com a soberba de gastarmos como os Alemães, cujos bólides os Portugueses tanto idolatram. Perdemos nestes anos de Europa a nossa indústria, a nossa agricultura, e a nossa pesca, e como não podemos comer "serviços", nem asfalto ou "bétão", estamos cada vez mais dependentes das importações até para a mais básica das funções: comer!

De caminho os campos vão ficando abandonados e a juventude que os podia trabalhar olha-nos de soslaio, frequentemente, entre a névoa de heroína que lhes marca o olhar e a que tantos se entregaram num fenómeno bizarro de ruralização das drogas duras!

"E o Povo Pá" ? Bem o Povo esse apascenta placidamente em mcdrives, e outras gamelas do fast food, que têm a vantagem de manterem a turba sedada com o estomâgo cheio e do mesmo passo opera uma cirurgia estética dos respectivos cérebros satisfeitos com tal ilusão de cosmopolitismo.

Enquanto houver pão e circo não há também revolução. Neste cenário só por dever de ofício e de calendário é que faz sentido "celebrar" a Revolução de Abril como se "celebra" a morte de um egrégio e malogrado sonho. Este ano creio que além da memória não há mesmo nada para celebrar.

Para darmos a volta a isto o que é que podemos fazer ? Não respondo ao estilo da geração rasca. Lembram-se ? Só nos resta trabalhar mais para darmos o exemplo e cumprirmos o nosso Dever, e termos a autoridade moral de exigirmos a higienização de Portugal, porque Abril é quando um Português quiser, e até hoje ninguém foi capaz de prever quando seria a próxima Revolução.

Uma coisa é certa o cravo do 25 de Abril não está murcho...está é mesmo podre. "Boa noite"... e gang por gang, prefiro o dos artistas,...como este "Palma’s Gang" liderado por Jorge Palma e que há muito nos interroga com este Portugal, Portugal.
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