sábado, maio 7

Keep on Dancing, please (!)



Viva Portugal! Vivam os portugueses, vivamos nós!

O nosso povo, neste momento, só precisa que alguém lhe preste um tributo.

País pequeno e sem grandes recursos para manter o status outrora alcançado, vive atrapalhado e com o engenho amordaço pela luta desigual, num panorama mundial pouco justo, qual tabuleiro de xadrez nas mãos de presidiários a cumprirem perpétua.

Que se lixe. Que seja considerado pretensioso. Sem pastanejar, deixava sem emprego todos os profetas - alguns da desgraça - de todos os canais televisivos e de todas as estações de rádio portuguesas. É coisa para dizer "depois de comer não faltam colheres". E nenhum desses cavalheiros - pseudo comentadores - merece a minha atenção.

Na realidade, nenhum português viveu - como eles gostam de dizer - acima das suas posses. No rigor, todos nós julgamos, em determinada altura, poder mais. Essa sensação serviu os princípios do consumismo e isso fez animar a nossa economia e contribuiu para uma vida mais bonita, ainda que a única beleza entrasse na vida de alguns de nós através do fabuloso ecrã plasma, que se havia comprado a prestações.

Acabou-se o futuro em "deferido". Afinal, nem os políticos que têm governado este país, nem os economistas dos quais se têm socorrido, souberam criar condições para sustentar este modelo que por eles foi criado. E como nestes casos se deseja sempre que a culpa more só, não há nenhum responsável que se assuma como tal e todos procuram - incessantemente - um bode expiatório para arcar com o ónus, acabando todos nós por ficarmos com ânus entupido.

Não quero parecer irresponsável nem insensível às verdadeiras circunstâncias em que nos encontramos, contudo, todos nós - neste país à beira mar plantado e nos seus apêndices atlânticos -, have to "keep on dancing", caso contrário, isto ainda pode ser pior e uma coisa é certa: a busca pelo "rendimento de inserção social" vai tornar-se, de novo, na busca pelo "rendimento minímo garantido" e, eventualmente, por muitas mais pessoas. Tantas que se acabará por fazer implodir o mal entendido conceito de "Estado Social".

Criatividade é absolutamente determinante. Teremos que encontrar outras formas de, sem subsídios, continuarmos a evoluir e a contribuir para reequilibrar o malandreco do sistema, procurando criar defesas para as suas agora entendidas crises sistémicas que ajudam a ilibar todos aqueles que nos ludibriam afincadamente.

Definitivamente, não somos piores que outros povos. Só temos que acreditar mais em nós e sermos mais objectivos a traçar as nossas metas, para conseguirmos trilhar os caminhos mais acertados.

P.S. Para os mais distraídos: a música, cantada em inglês, é portuguesa.

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