sábado, novembro 19

"Sabores do Cozido" - Não é para qualquer um!

Como determina a tradição, depois da remodelação do hotel em 2013, estreou-se hoje mais uma carta “Outono Inverno” no Restaurante Terra Nostra e muitas são as notas interessantes sobre os pratos fantásticos que calarão as bocas dos mais versados conhecedores gastronómicos da praça.

Poderia dedicar esta tosca prosa a tantas e boas iguarias: caso da caldeirada de peixe, da tempura de polvo e do pernil com feijoada (a minha preferida). Mas não! Apetece-me falar dos “sabores do cozido”. Porquê? Porque é um rasgo de génio, algo que parecia impossível, algo que não é para qualquer um!



É verdade que o Mundo evolui (!) porque a humanidade não ficou parada à espera do amanhã. Também não é mentira nenhuma que essa evolução se fez sentir mais nuns sítios do que noutros e quanto maior a dimensão do aglomerado populacional, maior a velocidade e o número de áreas em que ela se manifestava no horizonte global das sociedades.

Se os pré requisitos atrás referidos estão na génese da evolução da nossa espécie, estão na génese também da verdadeira revolução que acontece todos os dias naquele que é um dos grandes, dos maiores, restaurantes de Portugal.

Podem deliciar as vistas com as fotos com que tempero esta pequenina nota (sim, porque o que se passa no Restaurante TN é muito maior), mas se quiserem compreender verdadeiramente o que vos digo, vão ter todos que ir ao Terra Nostra saborear o resultado daquele que foi, tão-somente, um desafio de um amigo, feito ao Chef Luís Pedro, um dos mais revolucionários Chefs dos Açores da atualidade.




Está de parabéns, uma vez mais, toda a equipa do Terra Nostra a quem deixo um abraço, na pessoa do seu Diretor, Simão Markovitch.

quinta-feira, outubro 13

Uma iniciativa com futuro!


Um português que não esperou por D. Sebastião

Não sei se retomo a minha presença por esta casa.
Mas seja como for, não resisto a "postar" um texto de Miguel Sousa Tavares sobre António Guterres, o grande senhor nações unidas (não a tendo visto por aí escrita, posso assumir legitimamente a paternidade da expressão).

"Maior que Portugal", diz Miguel Sousa Tavares:
"Meço a frase com todo o cuidado: António Guterres é um dos raros portugueses de quem eu, convictamente, posso afirmar que é maior do que Portugal. Ele e Mário Soares são os únicos políticos portugueses que, em 40 anos de andanças jornalísticas, vi serem conhecidos e reconhecidos lá fora. O seu extraordinário desempenho na candidatura a secretário-geral da ONU, apesar dos tão invocados esforços diplomáticos e influências movidas, deve-se, única e exclusivamente, ao seu mérito próprio. Ela só foi possível porque, num processo aberto e fundado na qualidade de cada candidato, António Guterres foi, de longe, o melhor. E isso é, desde logo, uma característica que o faz diferente da nossa maneira de ser: ousar bater-se e conseguir triunfar pelo mérito próprio, exclusivamente.
Conheci pessoalmente António Guterres quando ele era líder da oposição socialista ao último governo de Cavaco Silva. Convidou-me para irmos almoçar no seu restaurante favorito, na Praça das Flores, e a partir daí, durante cerca de um ano, almoçávamos uma vez por mês, tendo cada almoço uma espécie de tema predefinido — para o qual ele vinha incrivelmente preparado, documentado e com ideias firmes que queria confrontar com as minhas. Mas, por favor, não façam confusão: eu não sou o arquiteto Saraiva, cuja ideia de jornalismo se resume aos almoços que tem com os políticos para satisfação do ego e memória futura. Detesto almoços de trabalho em geral e almoços com políticos em particular. Mas Guterres era diferente: estava na oposição, tinha vontade de discutir e de se confrontar a si próprio e um genuíno espírito de serviço público que eu nunca antes tinha conhecido. Nunca, em 40 anos de jornalismo, encontrei alguém em Portugal que estivesse mais bem preparado e motivado para governar — e eu sempre pensei e penso que governar Portugal, de acordo com aquilo em que se acredita ser melhor para o país, é o pior emprego que se pode ter.
Então, Guterres foi para primeiro-ministro. E, logicamente, os nossos almoços acabaram: porque ele deixou de ter tempo para isso e porque a natureza da nossa relação mudou necessariamente. Mas um dia telefonou-me para que eu fosse almoçar em São Bento. Foi um almoço estranho, que durou umas quatro horas e em que a maior parte do tempo foi gasta a falar da vida e de assuntos pessoais. Lembro-me de uma frase premonitória que ele disse e que eu retive pela convicção com que foi dita: “Não vou ficar aqui muito tempo e quando sair vou querer dedicar-me a qualquer coisa no domínio internacional, no campo dos direitos humanos ou semelhante.” Saiu com um pretexto absurdo, cansado dos facas longas do PS, da pequena intriga da política e da mesquinhez do país. Não o disse assim exatamente, mas eu sinto que foi isso que pensou quando falou do “pântano”. E eu, que lhe dediquei um livro de crónicas políticas intitulado “Anos Perdidos”, eu, que então não lhe perdoei não ter querido arrostar até ao fim com a luta contra os nossos males mais profundos, enquanto seu admirador pessoal, compreendi bem a sua desistência e, do fundo do coração, desejei-lhe toda a sorte do mundo.
E hoje ele é o secretário-geral do mundo. Não sei se os portugueses se dão bem conta daquilo que António Guterres conseguiu para Portugal. Representa bem mais do que as Bolas de Ouro de Cristiano Ronaldo, o título europeu da Seleção e até o Nobel de Saramago.
Não haverá multidões à sua espera no aeroporto, desfile de vitória até aos jardins do Palácio de Belém, sumidades e autoridades a chegarem-se à frente e a quererem fazer selfies com ele. Mas nos últimos 50 anos, pelo menos, nenhum português nos deu mais motivos de orgulho do que ele. E conseguiu-o através da atividade que o português comum mais gosta de desprezar: a política. Parabéns e obrigado, António Guterres!"
E eu assino por baixo!

quinta-feira, junho 30

MUU COLEÇAM


À venda na MIOLO:

Morada
Rua Pedro Homem, 45
9505-529 Ponta Delgada
São Miguel, Açores

Horário
2ª a 6ª | 10h00 às 18h00
Sábado | 10h00 às 15h00